quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

É tempo de brotar de novo!

Este ano foi imenso, rico em sentir.
Amadureci, permiti-me sofrer, esvaziar-me muitas vezes para me encher de novo, transbordar para poder oferecer-me aos que de mim precisam.

Não me rendo a alcançar um começo novo para enterrar os medos, o desconcerto, as ausências.
Estou no caminho.

Não cedo, mas vou deixar para trás algumas coisas ou momentos que foram, em outros tempos, importantes, para preencher os espaços novos que 2017 terá para me oferecer.
Carregar pesos desnecessários só irá atrasar o percurso.

2016 fez-me crescer, obrigou-me, aliás.
Não foi assim tão justo comigo e com os meus, mas a minha evolução enquanto pessoa é também um escudo, construído por todos os artifícios que me atingiram. 

Deixo 2016 sem grande nostalgia.
No meu jardim murcharam algumas flores, não por sede, apenas porque estavam exaustas, aflitas porque o seu jardim ficou, também ele, tocado pela mágoa, pela desesperança.

Que venha 2017 e que seja melhor que o ano velho.
Velho de dor, de lágrimas, de medos e de lutas!
Ano cansado.

No meu jardim estão as minhas raízes.
Broto de novo! 

É o que desejo a todos!

  


sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Amor de mãe, o meu por ti

Mãe
Trazes em ti o olhar sincero, mas carregado da vida.
E isso dói-me…embora me tenhas ensinado que, por vezes, Deus enseja alguns tombos, para que os nossos joelhos toquem no chão.

Quando preciso do teu colo, tu levantas-me mais do que eu sou, mais do que eu posso.
E quando és tu a precisar de colo, sei que o meu nunca será tão imenso quanto o teu!

Quando te agradeço sei que o meu agradecimento jamais cumprirá o seu dever.
Não existem palavras ou gestos capazes de cobrir tudo o que és para mim e tudo o que por mim fazes.

Quando o medo se apega a mim, a ti, a nós, és sempre tu que o afastas com essa força e tenacidade que jamais terei, mesmo que por dentro estejas partida.

És uma força da natureza por tudo, mas especialmente por seres a minha mãe, a minha melhor amiga e um exemplo que nunca alcançarei como mãe.
Todos os dias aprendo contigo a ser um bocadinho mais forte e a erguer-me perante o que me tenta derrubar, perante a fragilidade que é a vida.

Este é um amor obstinado, o maior de todos.
É impossível de medir ou de contar.

Sente-se!


Obrigada MÃE. Por ontem, por hoje e por todos os amanhãs!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Porque chora o meu céu?

A vulnerabilidade pode ser muito assustadora. 
Tanto!
A fragilidade de um coração é imensa e raramente nos lembramos do seu batimento por nós.

Ele alegra-se e bate pela nossa felicidade e conquista.
Ele estremece e bate pela nossa calma e brandura.
Ele chora e bate pela nossa tristeza, pelas nossas lágrimas.

O meu coração anda assim, batendo, estremecendo e alegrando-se por coisas poucas e ainda assim tão enormes...

São dias de revolta, de muitos porquês, dias de quase desistir, dias sós, dias de chorar o que dói, e como dói.
E depois, sempre, dias de agradecimento, dias de perdoar e de perdoar-me também.

Sim, a vulnerabilidade é assustadora, mas pura.
Perante ela somos pequenos, mas é ela que nos permite descobrir a bravura e, muitas vezes, desbravar caminhos difíceis e demasiados longos,

O meu coração bate, impaciente, inquieto...
Mas também aprendi que nada cresce com a ausência de ventos ou de dias tempestuosos.

Peço apenas força, a suficiente para que, na ausência de ventos, eu possa remar.
Como disse o grande Gandhi "o amor é a força mais subtil do mundo".


A ti.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

"Amarume"

Este podia ser mais um texto sobre mim, mas não.
Este é mais um texto sobre ti...sobre o que todos os dias, sem saberes, me ensinas.

Se por acaso cruzares os teus olhos com estas palavras, ficas já a saber (outra vez, muitas mais vezes), que há muitas formas de amar, e esta, só minha e que a ti pertence, é, de todas, a mais bonita, a mais pura, a mais feliz, mas também a que mais de mim exige.

E pode haver muitos quartos desarrumados nesta casa que é a minha cabeça, na tua...na vida...
Mas sei que seremos o porto de abrigo uma da outra, sempre.
Criamos um barco firme para enfrentar as tormentas e assim não existirem naufrágios, lembras-te? 

E sabes que mais?
As minhas lutas de nada valem perante as tuas, enormes e doridas.
Faço das tuas lutas minhas e arranjo degraus para escalar os muros do teu mundo interior, aquele que exploras, ultrapassas e sais vitoriosa.

Chorar contigo e misturar-nos num abraço único faz diluir, um bocadinho, as cólicas do coração.
Estou aqui, sempre, porque no meio do amarume, existes simplesmente tu...

 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Doce Kai

E eis que, no meio da turbulência, há momentos que nos apaziguam e nos fazem entender alguns dos desígnios desta vida...

Este é o Kai. Açoriano, de Ponta Delgada. Mais propriamente de um canil de abate :(

Entrou na nossa família há quase 2 meses, era então um bebezola de quatro mesinhos em busca de uma casa e de muito amor para receber e também para dar.
O seu agradecimento por nos ter é, todos os dias, indescritível. 

Chegou no meio da minha tempestade, foi ventania nas primeiras horas e depois ...depois é isto, um doido, mas muito, muito doce...
Almejo um dia ser a pessoa que o Kai pensa que já sou...

Os dias tornaram-se mais extenuantes, mas quem corre por gosto...cansa com gáudio!

Meu docinho doido, espero estar à altura da tua alegria e dedicação a nós, todos os dias.




 

Silêncios

Há silêncios que são apenas isso mesmo, silêncios.
E depois há os outros, os silêncios que gritam.

O silêncio das palavras que aqui (ainda) não consigo escrever bradam dentro de mim.
São angústias, medos, desnorte, apertos, mas também algumas vitórias de uma guerra que ainda não acenou a sua rendição, mas sei que o vai fazer, em breve.


São turbulências neste mar imenso que é viver.
Agitam-se os dias, mas ainda assim encontro a paz, sem sempres.

Procuro-me. 
Encontro-me.
Perco-me novamente num oceano azul profundo para o qual não estava preparada.
Quase me afogo.
E a força, essa vou busca-la sempre lá, nas profundezas do meu ser, porque é lá que reside toda a minha alma, toda a minha esperança.

Entre o silêncio daqui, descobri forças que não sabia ter.
Tu, sempre tu a ensinar-me sobre a sabedoria dos dias, a resiliência e a capacidade de nos reinventarmos.
Tu, com o teu sorriso apaixonante que nunca desilude.

Adoro-te e obrigada.
(daqui até à lua e mais além)

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Sem muralhas...

"Amuralhar o próprio sofrimento é arriscar que ele te devore desde dentro"

Esta Frida Kahlo, sempre sábia...


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A fórmula

Ando desaparecida e não sei se sentem a falta...

São muitas as razões e um dia, um dia talvez escreva sobre elas, quando as aceitar como parte da história, como algo que me fortaleceu. Oxalá.

Certos silêncios falam mais que algumas palavras e esta ausência é exatamente isso, um turbilhão de medos e tormentos dentro do peito. 

No dia em que as conseguir soltar deixarão de ser apenas minhas e isso só pode significar uma coisa - foi, não é mais! A tempestade passou.

Até lá sei que o cansaço, em algum momento, me arrancará lágrimas e em outros dias a esperança me dará sorrisos...quero acreditar que sou forte, embora não deposite tanta crença em mim.

...mas quem sabe se este quase regresso será a fórmula para sair desta convulsão...
O tempo dirá.



terça-feira, 16 de agosto de 2016

"Casa"

Não vos tenho à minha espera de braços abertos e sorrisos rasgados.
Não me despeço prendendo o meu olhar no vosso até que as curvas do regresso já não me permitam olhar-vos...
Os vossos acenos já lá não estão quando prometo voltar em breve.

A cada tempo sinto mais a falta da vossa companhia neste momento de férias no campo, no cantinho ao qual volto todos os anos e do qual parto sempre com um aperto.

Depois penso que, se regresso sempre com vontade louca, é porque em cada pedra, em cada parede, em cada árvore, em cada caminho, vocês estão lá.
Os cheiros persistem na minha memória, bem como o tamanho da vossa alegria na nossa chegada e o vazio da tristeza aquando a nossa partida.

A minha menina chama a este pedaço de terra "casa".
Julgo que isso diz tudo sobre o que transmitiram a quem levaram no coração...
A vossa missão foi cumprida aqui.

E nós cumpre-nos manter acordadas as lembranças dos dias, das conversas e do desassossego que eram estes dias entre avós e netos.

Obrigada!


quarta-feira, 27 de julho de 2016

O desamor

Chegou de mansinho, um sinal aqui, outro ali...vieram os meses, seguiram-se as semanas, dias, horas...tornou-se difícil, cada vez mais, insuportável talvez...

Deste lado ouvia sobre os seus medos e percebi, mais uma vez, que estava perante uma pessoa incrivelmente forte, mas agora, precisa de descansar o corpo, o coração...pede, suplica até, mas andam moucos.

Esta pessoa tenta, tenta à séria, com todas as forças que lhe sobram de uma batalha dura, ainda longe de acabar. Está ainda em campo, corre atrás da felicidade, da paz, da sua vida. Já levantou a bandeira branca, mas andam cegos.

Do outro lado oferecem promessas, galanteios. Revelam-se essências, que afinal de nada servem, já não preenchem o buraco que nasceu de mansinho, com um sinal aqui, outro ali...

Não foi o seu coração que mirrou, foi o que nele se depositou e que se transformou em grandes nadas. Não foi devidamente alimentado, secou, se sem retorno, não sei...

Daqui a 50 anos esta pessoa, estará mais forte, recordar-se-à dos dias felizes, algumas razões para sorrir, existirá alguma gratidão, a memória do coração.
Ainda assim, será sempre o peso desta batalha, o de escolher o ponto final, sem mais reticências, que irá lembrar-lhe que morreu um bocadinho quando travou esta luta.

Mas, por vezes, é necessário que uma parte de nós morra, para que seja possível a outra nascer e recomeçar, permitir-nos a sensação de nos sentirmos vivos, outra vez.
Basta simplesmente deixar bater o coração ao ritmo que ele quiser.



segunda-feira, 11 de julho de 2016

PORTUGAL!

PORTUGAL transborda do peito!
Coração cheio de orgulho!

Somos grandes!
Somos enormes!
Somos gigantes!

Somos PORTUGAL!


segunda-feira, 27 de junho de 2016

Menina dos olhos tristes

Menina dos olhos tristes

Os teus olhos não brilham mais
E não digas que não te incomoda essa escuridão

Não te aquietes no espaço e no tempo
A vida, a tua vida, merece coragem, aquela que tens e que te esqueces de bradar 

Grita, grita sempre, pois a tua voz ouve-se
Grita, mesmo que os gritos se tornem pesados aos ouvidos de quem te ouve

Menina dos olhos tristes
Não esqueças que o teu brilho alimenta e sem essa luz, outros mundos ficam na escuridão...

Por onde anda o brilho dos teus olhos?
Jamais deixes que te tirem a sequência e a motivação da vida

Ai menina de olhos sem brilho...
Não engulas a vida, saborei-a como ela merece
Sem deixar que te devorem por dentro, por inteiro

Há muito que suportas o que já não aguentas...

Menina coragem
Agora que paraste de alimentar o que já não te interessa
Não continues de olhos tristes, não te deixes ficar
Inquieta-te com o que não queres

Recupera o brilho do qual tenho muita saudade
Não aceites o fácil e promete a ti mesmo que vais ser feliz
Cumpre!

(Para uma amiga de olhos tristes)





quarta-feira, 1 de junho de 2016

A criança que sou no teu embalo

Sou menina pequenina sempre.

Tenho os mesmos medos, choro, faço birra, mas sou muitas vezes feliz da mesma forma que uma criança sabe ser, perante a simplicidade, a inocência, a gratidão e todo o amor que tenho.

Ainda preciso do penso para me enganar que a ferida vai passar rápido, mais ainda se nela depositarem os beijinhos altamente cicatrizantes.

E é assim contigo também, meu amor.
Eu sei que não gostas que te considere como menina pequenina que sempre serás para os nossos corações, mas sabes que há uma certa tentação (minha especialmente) de te tratar como a minha bebé.

Chamar-te para o meu colo através apenas do gesto.
Embalar-te.
Saber ler nos teus olhos o que te vai no peito.
Ansiar em dobro os teus anseios.
Compreender os teus dias menos bons.
Dominar a minha vontade de estar sempre ao teu lado.
E sobretudo aceitar que estás a crescer.

Sei que esta minha forma de te amar pode ser, quase sempre, sufocante, o que te tira a doçura do olhar e te amarga as palavras.

Vês? Também sou pequenina. Também preciso do miminho como um bebé, do embalo do colo.
Por isso não me leves muito a sério...hoje, para ti, para nós feliz Dia da Criança!

...daqui até à lua e mais além!




segunda-feira, 16 de maio de 2016

Um adeus difícil de dar

Em tua memória tia

Hoje o Sol brilhou, os pássaros  cantaram… mas os risos calaram-se… e as lágrimas correm no meu rosto…
O coração sofre em silêncio…

Não posso mais visitar-te e saber a tua ansiedade em nos receberes.
Olhar no verde dos teus olhos e querer sempre olha-los, sempre e sempre.

Parte-me o coração ver os teus amores quebrados por dentro, não sei como consolá-los.
Eu mesma estou inconsolável.

A vida é muito injusta, muito mesmo.
Vai muito além do que os nossos sentidos podem perceber...

A vida contínua, e do outro lado do caminho creio que nos vês e não gostas desta tristeza.
Desculpa-nos, as lágrimas serão menores, mas o vazio será maior a cada dia sem ti. 


Descansa agora.
(15/maio/2016)


sexta-feira, 13 de maio de 2016

Escrevo-te...

Era domingo, mas podia ser outro dia qualquer.
Era domingo, a família reunida na sua rotina, em esforço para enganar o medo de te perder.

Era maio e o céu brilhava tanto...era também 13 de maio, que, para quem tem a fé que tu tinhas, significa muito.

Tínhamos planeado uma visita para te darmos a força e o amor que nos ensinaste...iria fazer-te sorrir, iria apertar, uma vez mais, as tuas mãos velhinhas...iria tanto...

Ouvi, mas não queria ouvir...quis acreditar que apenas estavas um bocadinho mais longe de nós mas ainda connosco... faltava dizer-te, uma vez mais, que te adoro, que ainda preciso dos teus conselhos sábios, do teu sorriso a contagiar o meu, as tuas mãos a apertar as minhas e de onde me era difícil desprender, por tão terno que era o momento.

Ouvi o gemido de dor de quem tinha acabado de perder a mãe, de quem teria para sempre uma ferida aberta...e eu, vendo as lágrimas da minha mãe e o seu desespero por nunca mais lhe ser permitida a tua companhia, aceitei finalmente que a realidade era aquela, que não adiantava negar que tinhas partido.

Ficou muito por te dizer, fica sempre. Tu sabes, não é minha avó?
És a minha avó, serás sempre, porque isso, por mais injusta que seja a vida, ninguém o pode tirar.

A saudade é uma palavra imensa, mas não o suficiente onde caiba toda aquela que sinto por ti. 
É uma tristeza para sempre não te ter aqui e ao mesmo tempo uma alegria recordar-te. 

Do muito que deixaste em nós, de tudo o que me ensinaste, ter fé e ver a coragem no amor é, de certo, a melhor herança de todas.

Sinto tanto a tua falta.
Não sei o que fazer com esta saudade, por isso, escrevo-te...



sexta-feira, 6 de maio de 2016

Cheira a ti mamã

Lembro-me quando visitavas as minhas gavetas e armários e enfeitavas o teu corpo, ainda pequenino, com as minhas roupas. Calçavas os meus sapatos, usavas os meus colares...quero acreditar que não era apenas vaidade, mas também por veres em mim um modelo que gostarias de seguir.

Vestias-te assim muitas vezes, sobretudo quando a saudade de mim te enchia o peito.
Numa das vezes que foste de férias sem mim, usaste o meu pijama, só porque sim, disseste, mas depois acrescentaste "cheira a ti mamã".

Não sei se ainda é assim. Se sentes a minha falta ao ponto de me procurares nos cheiros. Ou se ainda te sirvo de modelo para alguma situação da tua vida.
Mas uma coisa eu sei, são muitas as vezes em que, mesmo longe de ti, sinto o doce do teu perfume, aquele que senti quando nasceste. Hoje é um dia assim...

(...daqui até à lua e mais além!)


  

domingo, 1 de maio de 2016

Dia da minha mãe

Mãe

Obrigada pelo colo, pelo abraço, pela força, pela ajuda, pelo trabalho, pelo sorriso, pelo alento, pela preocupação, pela fé, pela presença, pela obstinação, por nunca te cansares de mim.
E isto todos os dias.
Mãe, tu não és grande. és gigante, tal como o amor que sinto por ti!

Só se compreende o verdadeiro amor de uma mãe, quando nos tornarmos, também nós, mães.

Mãe, gostaria de ser um pouco do muito que és!



sexta-feira, 29 de abril de 2016

Para o Dia da Mãe

A ansiedade de que sou feita, que controlo quase sempre, deixa-me quebrada.
Vou recolhendo os pedaços de mim e volto a reconstruir-me, uma, duas, as vezes que forem precisas.
Tudo para que os meus não quebrem...

Ser mãe é muito disto.
Quebrar tanto e colar com o amor infinito.




sexta-feira, 22 de abril de 2016

1974

Que nada nos defina
Que nada nos sujeite
Que a liberdade 
Seja a nossa própria substancia.

Simone de Beauvoir


Liberdade é muita coisa.
Puder escrever aqui é uma delas.

Voltar a ser dois

Perdi os meus quatro avós.
O primeiro foi há quarenta anos e, acreditem ou não, recordo-me.

A saudade de depositar os meus beijos na vossa face
A dor do vazio que ficou em mim com a vossa partida
O aconchego ao ouvir as palavras sábias
O vosso lugar na mesa, na casa, no coração...
A brutalidade de vos ver partir sem nada que o pudesse impedir
A violência de todo o processo
E a vossa imensa tenacidade

A falta que me fazem, que nos fazem.
O meu único consolo nesta falta que se agiganta todos os dias, é a de saber que estão juntos, que voltaram a ser dois, em vez de um, quando a vida aqui na terra vos separou.


segunda-feira, 28 de março de 2016

Renovar # 2

Como prometido aqui está o resultado da renovação deste cantinho.

Se foi trabalhoso?
Eu limitei-me a esperar pelo resultado e este não podia ser melhor!

Obrigada meu amorzinho, por estares do meu lado sempre e por teres no coração a vontade...porque os fortes, como tu, usam a inteligência.
Que este vínculo que nos une, seja eterno e o apoio mútuo.


Adoro-te, assim do tamanho do mundo e mais além!

quinta-feira, 24 de março de 2016

Congelar o tempo

Não sei explicar o que é...
Revigora a alma e é a abundância da minha vida.

Sinto-me grata. Agradeço de olhos postos no céu.
Fico leve e chego mesmo a pensar que, entre ser a chata da tua vida e a amiga, vou fazendo um bom trabalho como tua mãe.

Estou sentada ao teu lado e desta vez és só para mim.
O tempo ali é somente nosso.

Para ti parecem horas, quando na realidade, na grande parte das vezes, as palavras que trocamos decorrem em breves minutos...breves demais para mim.
Ficaria horas a ouvir-te e somente a ouvir, se assim pedisses. 

Mas lá mais à frente recordo o que falamos, os valores que te ensino todos os dias e percebo que, mesmo que sejam breves os momentos em que te tenho só para mim, mesmo que revires os olhos uma e outra vez, eles, os momentos em que floresço como mãe e amiga, são absorvidos por ti na totalidade e, no momento certo, provas a grande mulher em que te estás a tornar.
Plena.

Mas entre este tempo e o que virá, fica mais um bocadinho no meu colo, aninha-te mais vezes nos meus braços, só nós. Sem ruído externo.

Não tem mal procurares o meu ombro para descansar.
Guardares a tua mãe dentro da minha. 
Não tem mal seres crescida e a minha pequenina, ambas são tu. 

Não posso congelar o tempo, mas se pudesse, este seria o que congelaria.
Ficar assim até me doer e depois também, porque por ti, meu amor, por ti suporto tudo...


terça-feira, 22 de março de 2016

Mais AMOR por favor

Mais uma manhã em que se escolhe o ódio e se amordaça a dignidade.
Sinto muito este mundo doído.

Mas ainda acredito no amor para aliviar as feridas abertas, as mesmas provocadas por aqueles que perderam a sua essência.


(Por Bruxelas)


domingo, 20 de março de 2016

Comemorar a felicidade

Dizem que hoje é o dia da Felicidade...
No meu calendário todos os dias são dias certos para sermos felizes, mesmo que seja uma caminhada difícil.

Encontrar o contentamento em nós...
Porque ser feliz é da alma...


...a tentar, todos os dias!

sábado, 19 de março de 2016

Pai

Paizinho

Porque hoje é o teu dia, desde há 44 anos.
Já te disse que tenho um orgulho enorme em ti?

As razões são muitas, mas a principal é a tua capacidade em me perdoar sempre que sou uma filha menor, porque filha tua deveria ser sempre grande o suficiente para alojar tamanho amor.

Feliz dia do pai!
Adoro-te. Muito.


quinta-feira, 17 de março de 2016

Escutar o silêncio

Fica difícil quando és obrigada a calar as palavras que te sobram da boca.
Ficas a sufocar quando os caminhos se tornam tumultuosos e perdes a linha dos teus pensamentos.

Perdes e perdes-te de ti mesma.
Não te reconheces.
Quando foi mesmo que te abandonaste?
Culpas-te...de quê mesmo? 

Julgas-te demasiado.
Questionas o sentido dos dias.

Tudo sentes como um murro no estômago.
E é aí que acordas, mais uma vez, antes de voltares a cair no sono.

Olha-te. Tens saudades tuas?
Aprende que só controlas o que fazes de ti, tudo o resto foge do teu controle, não podes, nem consegues amarrar.

Escuta-te, porque o silêncio também fala.
Com a voz do coração. 


sexta-feira, 11 de março de 2016

Pergunta-me

Pergunta-me se sou feliz
Questiona-me porquê
Porque é na resposta que ouves e nos porquês que te falo, que reside a minha essência

Pergunta-me sobre o meu silêncio
Não questiones os meus gritos (já quase extintos)
Porque não é no momento ensurdecedor, que alimento a minha paz
Muito menos no barulho, que argumento sobre a minha vontade

Pergunta-me sobre a minha tolerância à dor, ao conflito e até à vida
E se achas que sou a calmaria na tempestade
Pergunta-me onde vou buscar a força 

A resposta está no lugar onde espero conseguir estar sempre...ou enquanto me for permitido permanecer.

E se me perguntares o porquê de nem sempre estar do teu lado, talvez a razão seja, simplesmente, porque não estás a ver com os olhos do coração.



terça-feira, 8 de março de 2016

Parabéns a nós!

Somos perfeitas com as nossas imperfeições.
Temos a bravura no coração e por isso lutamos com flores nas mãos!



sábado, 5 de março de 2016

68 anos de ti

Hoje é o teu dia.

Contínuas a ser um exemplo para mim, mãezinha, mesmo quando não estamos de acordo.

Hoje queria um dia diferente para ti, memorável, como mereces.
Mas também sei o quanto te é gratificante o sabor do sossego, o cheiro do lar, o aconchego e a ternura que te oferecemos todos os dias. E isso basta-te para estares completa.

Sei que jamais terei a tua garra e a tua força, desculpa-me por não a ter aprendido contigo quando me quiseste ensinar...ainda vou a tempo, pois aprendo contigo todos os dias.

És a minha mãe, a amiga de sempre e para sempre.
Nada do que eu possa dizer será suficiente para explicar o tudo que me significas.

Velas apagadas, abraços nos teus abraços e desejos no futuro...e ambas apertamos o coração para guardar uma lágrima de emoção, mas também de receio de nos perdermos e ficarmos irremediavelmente quebradas.

"... existem personalidades tão íntegras que nem estão conscientes de sua autenticidade. Elas são a paz no meio da tempestade, a companhia em sua solidão e a força em suas tristezas (...)".

Parabéns minha querida mãe!
Obrigada.



terça-feira, 1 de março de 2016

Dói-me

Dói-me os dias
Dói-me a vida, o mundo

Dói-me tudo, tanto que já não me sinto da dor

Dói-me a desvalorização do amor que se dá
O carinho perdido

Dói-me os dias azedos
O ricochete que fazem nos dias próximos

Dói-me o doce rejeitado
A relutância em ser-se feliz simples
A felicidade provisória

Dói-me o medo do amanhã
Dói-me o abraço sem vontade, sem jeito

Dói-me a obrigação do estar
Dói-me se não sou o meu lugar favorito, ou o teu

Dói-me quando há tempestade em mim
Dói-me quando o sol demora a entrar

Dói-me o que não posso modificar
Dói-me a escuridão 

Mas principalmente
Dói-me saber que um dia a luz se pode apagar dentro de mim
E aí, vai doer o dobro





segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Renovar

Sim, é verdade, os mais atentos e assíduos deste estaminé já notaram.
Este canto lavou a carinha.

Mas...aguardem, contratei a minha artista favorita para autora da imagem de marca desta casa, tal como já tinha feito para aqui.

Se me for permitido, vou mostrando o esboço deste grande projeto!!

Me aguardem!

Sem título

E quando as dores do corpo, ainda que intensas, ficam esquecidas para que caibam as dores da alma...

E quando sentimos que não seguramos mais o medo, nem as lágrimas, nem mais nada...

E quando esperamos o sol nascer mais uma vez para nos aquecer e dar esperança, é mais um dia, tudo vai passar e tudo vai esquecer, mas não...

Quando o nó que sufoca as nossas entranhas se aperta mais e mais...encolhemos-nos num abraço a nós mesmos, buscamos o caminho e, tantas vezes, ao encontra-lo, fechamos os olhos, porque não é esse que queremos, mesmo que seja o possível para nos salvar...

E quando temos a força para segurar tanto, mas não a suficiente para acreditar e nos elevar para fora das nossas paredes... 

Coloca-se um sorriso nos lábios e vive-se...


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Uma Vida/Mil Lições - Parte VI

Aprender que na vida, todos os dias são recomeços e possibilidades para corrigir erros.

Aprender a não guardar mágoas.

Aprender a ter fé nas pessoas, não nas que tentam nos fazer pequeninos para que elas sejam grandes.

Fé nas pessoas sim, mas nas que vivem em dobro as nossas alegrias e que tomam a nossa dor para aliviar o peso da tristeza do nosso coração.

Aprender que a fé nos lança para a realização de impossíveis.

Aprender que só somos num todo, sozinhos não somos nada.



As outras lições:

Lição I
Lição II
Lição III
Lição IV
Lição V


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Moram em mim

Sabes que habitas nas pessoas que moram em ti quando te dizem, sem palavras, que és preciosa na vida delas.

Recebes beijos na testa, abraços sem aviso, no meio do nada que se torna tudo porque te sentes a flutuar pelo momento de felicidade que te oferecem ali.

Se o mereces?
Amor gera amor...

Dentro destas paredes onde em mim moram, a promessa de que serei também inquilina (a mais chata, talvez), e que a renda exigida seja apenas a permissão de morar também em vocês, por cuidado, por amor.
Porque só assim vos sei habitar.





quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Ainda vamos rir muito disto

Não te cales!
Não te anules!

É toxidade, eu sei.
Não queres pena, mas ser vítima não é vergonha.

Admiro a força com que lidas perante a falsidade e ignorância alheia.
Seguro em mim esta revolta.
Sinto-me aprisionada por não poder, ainda, falar ao mundo sobre o tormento.

Sabes, ainda nos vamos rir disto tudo as duas, dos outros, dos "WT" e do quanto cresceste enquanto pessoa, madura que és, continuando a colocar na tua estrada apenas o que te faz feliz.
(Na verdade já começamos a rir :)

Nunca desistas do que está correto, um dia a recompensa chega.
O prémio és tu, sempre tu, o teu amor próprio.

Estou orgulhosa, sempre mais e mais.


D & D: A coragem

Quando aqui apresentei ao mundo o vosso amor, sabia que nem todos o encarariam como válido, forte e menosprezariam tudo o que eu viesse a escrever sobre ele.
Apenas porque são jovens...isto é lá justificação.

Pois eu acho que aqueles que duvidaram dele, de vocês enquanto casal, e que ainda duvidam, não sabem que o amor é, em alguns casos, uma possibilidade de uma vida inteira, não conhecem o mistério que o envolve e ainda não o saborearam com a devida coragem que ele exige, todos os dias. 

Nunca duvidei deste amor e muito menos da vossa capacidade de amar.
Amar é uma troca e vocês sabem fazer o caminho, melhor que muitos amores quarentões!

Perante olhares amargos e bocas ignorantes, lembrem-se sempre o quão privilegiados são por terem encontrado o amor tão cedo.
Não significa que é menor por serem jovens. É antes grande por terem a coragem de darem a oportunidade um ao outro de o alimentar e fazê-lo crescer, tal como acontece com as pessoas: crescem e amadurecem.

Estes e aqueles que colocam a dúvida na vossa cabeça, são os mesmos que não deixam o seu próprio coração falar. E como é triste não o ouvir e não lhe ceder.  

O que impede o amor de acontecer, não é a idade. É a insegurança, o medo e a infantilidade por se pensar que amar na adolescência não é suficientemente nobre quanto amar na fase adulta e por isso, não vale a pena mergulhar no mar de emoções.

Hoje, o amor é para vocês o fogo que vos mantém acordados. Amanhã será o vento que refresca, vigorante e que vos adormece, embalados pela paz que o amor oferece.

Não duvidem. Protejam este sentimento. 
Continuem este mergulho tão delicioso, hoje, amanhã, enquanto vos fizer feliz!


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

O quão forte és

Sabes essa solidão que te obrigaram a escolher?
É o espaço que precisavas para recarregar as tuas energias, o tempo pelo qual suplicavas em vão. 

Sabes, essa solidão é breve.
O silêncio perante os que rejubilam com os teus fracassos, é o caminho para a tua paz.


Agora, envolve-te com quem te faz rir, com quem é simples pela sua genuinidade e que se alegra só porque tu estás alegre.
Seca as lágrimas e limpa o coração de tudo o que sujava até a alma.
Não existem pessoas perfeitas, existem pessoas felizes.
E tu transbordas em ti ambos.
Posso dizê-lo, porque sou mãe, porque me enches de orgulho ao enfrentares os teus monstros.


Não deixes que te firam com as palavras que te atiram.
Aqueles cujas mãos empunham tais pedras, são os mesmos que se lavam em inveja e que buscam a qualquer custo tirar a luz que tens dentro de ti, simplesmente pelo facto de não terem luz própria.
Não te machuques com falsidades do alheio, caminha devagar, sem medo e com a mesma coragem que tiveste, quando decidiste traçar a linha que separa a tua paz, a tua felicidade, do desassossego, da infantilidade, da mesquinhez que suportaste demasiado tempo.


Nunca mais admitas que te tratem daquela maneira!

E se as tuas feridas não causam dor a quem as provoca, então a doença do outro é mais grave que a tua.
Derruba com sorrisos o que te magoa com lágrimas.
Foi por quereres ser feliz que afastaste quem não está preparado para aceitar as tuas vitórias.
Foi por teres maturidade, que tiveste a força dolorosa (eu sei) para te afastares do que nunca te acrescentou e que vivia em constante luta contra o teu coração, sempre com críticas, com âncoras que te puxavam para baixo.


Nunca percas o equilíbrio nestes caminhos estreitos a que chamamos amizade.

Lembra-te que ela pode vir sem aviso e ser gigante e para a vida, e tens algumas assim, como pode vir de mansinho, ser igualmente arrebatadora e consumir-te a cada dia até que leve de ti a pessoa que és, sugando toda a tua energia.
Podem parecer pessoas normais, mas se não vibram com as tuas conquistas, não são as certas para carregares no peito. 

Agora é o momento.
Segue em frente.
Limpa os espinhos que atiraram contra o teu coração.

Haverá sempre quem torça pela tua falha, mas muitos mais que admirarão a tua coragem pelo simples facto de não te acomodares ao que não te faz feliz.

Deixa-me dizer apenas que o perdão é necessário.
Perdoar não significa que damos a razão ao outro, ele é necessário sim, à nossa paz interior.
Não nos obriga a aceitar de volta quem não soube merecer a nossa presença.

Lembra-te meu amor, para avançar é importante deixar para trás o que nos pesa, guarda-o num lugar que servirá apenas para recordar o quão forte és.
E se és!




Outra história anterior aqui.
E volto a repetir, que isto tem um nome...:(

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

O compromisso

Já te disse que, por vezes, me sinto esquecida por ti.
Fico triste, não nego, não sou de ferro.

Tento lembrar-te que estou aqui, como sempre estive.
Quero acreditar que sou realmente diferente de outras mães, porque tu és certamente diferente das filhas dessas mães.

Não sabes, mas sem eu querer, todos os dias procuro, no teu olhar, o entendimento às tuas respostas tortas. 
Nem sempre encontro. Quase nunca encontro.
Esqueço-me que, como eu já fiz em tempos, estás a construir o teu mundo, e como tal, são importantes os tropeções.

Enquanto me for permitido, quando quiseres, podes refugiar-te nos meus braços aquando uma tempestade.
Podes buscar no meu aconchego, o conforto que apazigua a tua mágoa e te fortalece após uma derrota.
Eu aprenderei a ficar calada, porque por vezes o silêncio é o curador.

Tenho medo, sim, tenho medo que te esqueças do nosso compromisso, selado em beijinhos. 
Lembras-te qual foi?

Não sei se é ilusão minha, mas continuo a acreditar nele com todas as minas forças.



sábado, 30 de janeiro de 2016

Um ano + Uma estrela

Um ano.
Um ano e parecem mil!

Muitas palavras por dizer.
Muitos abraços por dar.

Desculpa porque te falhei...
Fazes-nos falta.

Gosto tanto, mas tanto de ti...


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O sorriso da minha mãe

Ontem estava combinado encontrar-me com a minha mãe.
O meu pai esperaria por nós mais à frente...
O local não interessa e as razões também não, mas do lugar onde nos olhas, certamente que sabes os porquês.

O que interessa foi o que senti quando vi a minha mãe chegar.
Foi como se um vendaval me apanhasse e me despisse do presente e me levasse ao passado.
Foram segundos, muito breves, mas que entraram por dentro de mim e me apertaram as entranhas até fazerem os meus olhos soltarem uma lágrima, que depois escondi.

A mulher a quem devo a vida, a minha mãezinha, também tua filha, acabara de chegar.
Vinha cansada. As suas pernas pesadas, mas com uma força em si indescritível. Quase que consegui ouvir o seu coração, ou se calhar era o meu... 

Olhou para mim e sorriu.
E foi ali, naquele breve momento, quando também eu lhe sorri, que me lembrei de ti, avozinha.

O mesmo sorriso, verdadeiro, simples só por estar ali por mim, tal como o teu sempre esteve aqui, por nós todos.

E de repente, todas as minhas dores, as do corpo e as da alma, se dissiparam.
Ficaram esquecidas, como que a flutuar num lugar desconhecido.

Por isso minha avó, acho que estou no direito de te pedir um favor, que não o é, na verdade.
És mãe de quatro filhas, mas hoje peço por uma.

Mãezinha, sei que me desculpas o pedido, pode ser egoísmo meu, mas isso não me atormenta, pois hoje é sobre ti que escrevo.

Minha avó, acredito que, onde te encontras, tenhas um lugar privilegiado, pela pessoa que foste aqui e pelo amor que nos deixaste como herança.
Por isso, peço-te que dês uma palavrinha a Deus para que as dores físicas desta mulher Grande, amansem, para lhe ser possível continuar ao nosso lado por muito tempo e ter a força necessária para manter aquele sorriso que me aquece e me acalma.

Eu também peço, mas acho que não vem mal ao mundo se te pedir também a ti.

E sobre a lágrima que ontem escondi...são muitas as que vão caindo, não por ser maricas, mas porque me dói o futuro. Muito.
Tal como me dói o passado que não volta e o presente sem ti...



segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Deixar...

Andar de olhos postos no chão.
Não saber como resolver, como fazer melhor, faltar a força.
Lutar para que o cansaço não me derrube. 
De coração pisado.

Há sofrimentos maiores, claro que há,
Mas agora é este que me dói.



sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Isto tem um nome...

Em cada lágrima tua que nasce
Mil em mim brotam

Em cada sorriso teu que perdes
Mil tristezas me consomem

Para mim os teus olhos são transparentes
Apetece rodear-te com o meu abraço, na esperança que ele possa apagar em ti a angústia
Sei que não, faz parte do crescimento, aprender a virar costas ao que nada te acrescenta

Não fujas de ti
Que nada nem ninguém arranque de ti a tua generosidade, a tua alegria e a tua paz de espírito
Acredita que tentam fazê-lo, de forma discreta ou não

Mas sei que tens a força em ti, a força da tua alma que vê com olhos de amor e por isso se angustia tanto com pedaços alheios e desnecessários ao teu coração

Minha querida, sei o quanto te aperta a tristeza, a mágoa
Mas a vida é assim, vai ensinando quem sempre e quem nunca
É assim com tudo e nas amizades é igual

Abrir o coração encoraja a confiança
Contínua a fazê-lo, mas com quem o mereça, com quem saiba dedicar-se a ti da mesma forma
Ser genuína nos sentimentos é básico para conquistar, o tempo mostrar-te-à se são as escolhas certas ou erradas...

O coração grita-te em segredo, escuta-o
Olha em redor, há tanto para conquistares...

E mesmo que os dias sejam de dor
Distribui sorrisos
A vida é tua, és tu, não são os outros 
Deixa-os falar, é tudo ar que não se renova, gasto e saturado de tanta toxidade

Aprende a diferença entre esperar e perder tempo
Prefere estar contigo mesma do que com uma companhia mascarada
Escolhe o teu coração à opinião dos outros se não te acrescentam
Que impedem que cresçam coisas boas no coração

Não deixes que os outros te arrastem para as frustrações deles
Deixa-os na ignorância gratuita
Gostar é ficar igualmente feliz com a felicidade alheia e não ficar de peito murcho e com palavras azedas e atitudes arrogantes  

Tu tens a armadura que te defende das palavras que essas pessoas cospem
Das pessoas que usam o sorriso para disfarçar a inveja
Que só te derrubam

Não deixes que se torne num problema
Não deixes que o menos bom te derrube, te defina
Ele vem e quando vai deixa-te mais forte!

Vive do lado certo do coração
Quem quiser que te acompanhe, mas nem todos serão dignos de o fazer...
És tu que decides, lembra-te.



quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

11h10, são 15 aninhos

Não me lembro de mim antes de ti.
Não me lembro sequer o que fazia do meu tempo antes de te pensar.

Mas desde que me lembro, desejava-te, imaginava como serias e como seria a minha vida ao ter-te.
Sempre soube que serias menina, a minha companheira.

São 15 anos de ti e parece que sempre te tive em mim.
Enches os dias, as noites e a minha vida.
Não há nada que me preencha como só tu sabes fazer, sem saber.

Um dia perguntaste sobre este meu amor por ti, porque a forma como eu o descrevia te fez questionar sobre o seu tamanho.
Perguntavas como pode, um amor assim, ser tão grande e tão avassalador.
Porque te amava sempre em primeiro, porque te amo ainda acima de tudo.
Eu explicava uma e outra vez, com palavras, com beijinhos, com gestos, e tu, pequenina, sei que ficavas de coração cheio.
Dizias, e ainda dizes, embora menos vezes, o quanto estás feliz.

Quero que saibas meu amor, como te sinto.
É de dentro, sinto-o e quando também sentes o mesmo, é porque o que vai dentro do meu peito transborda, ele está em mim, percorre-me as veias, está nos meus olhos, sobretudo no meu sorriso. 

Agora, não sei se ainda sentes o quanto te amo e o quanto é intenso o que me dás a sentir.
Não há palavra alguma, por mais doce que seja, que explique este amor.
Mas hoje, que estás mais crescida, mais mulher, é possível que já compreendas as razões que levam a tua mãe a estar sempre mais apaixonada por ti.

Cresceste. 
A forma como vês o mundo mudou, mas ainda assim, és a menina mulher, sensível, doce, teimosa e persistente. Toldaste a tua personalidade com as tuas próprias ferramentas e sei que, por mais que te diga, que te alerte, só seguirás o caminho ditado pelo coração, porque a razão só virá depois, mesmo que isso signifique tropeçar e cair.

A tua simplicidade no pensar, no fazer dá-te a confiança no futuro e na forma leve como queres que seja a vida.
Vejo-te sonhar e é tão bom. Nunca pares de o fazer, porque sonhar é esperança.

Namoro-te e vejo em ti alguns dos sonhos que me atrevia a ter, mas em segredo.
O que conquistaste até agora foi com a tua força, e isso meu amor, ninguém te pode tirar.
São as tuas conquistas,

São 15 anos.
Intensos e nem sempre fáceis de compreender, mas isso não faz de ti uma filha difícil ou de mim uma mãe incapaz.

Sabes, tal como tu cresces e moldas a tua personalidade e a alimentas com as tuas qualidades e defeitos, que podem muito bem ser também virtudes, também eu cresço como mãe.
O que muda são as escolhas. Porque enquanto eu te escolho sempre, tu divides-te entre escolhas.
E não vejas isto como uma crítica, não, por favor.
O amor aconchega a diferença.

Transbordo amor por ti, mas sei que há outros amores e todos cabem num coração grande, assim como o teu.

Que sejas sempre feliz, meu amor.
Lembra-te, não procures a felicidade, cria-a tu mesma, como fazes tantas vezes!

Não tens de ser melhor que ninguém, mas sim a melhor versão de ti mesmo.
Não tens de ser aquilo que os outros gostam.
Segue sim aquilo que te faz sentir viva, sem pressas, nem prazos.
Nunca te anules por ninguém.
O teu encanto reside na forma como és, única.  
Amo-te incondicionalmente, extamente como és. 

Compreendes agora este meu amor por ti?
Enrosca-te neste abraço, o mesmo que nasceu apenas para ti, feito em duas medidas: a medida do teu amor enquanto filha e a medida do meu, enquanto tua mãe.

Parabéns meu amor, pelos 15 anos, mas também por tudo aquilo que és!

Ser mulher é uma dádiva e tu és a minha. 

(Aqui estás tu, com 8 semaninhas dentro de mim).