sexta-feira, 13 de maio de 2016

Escrevo-te...

Era domingo, mas podia ser outro dia qualquer.
Era domingo, a família reunida na sua rotina, em esforço para enganar o medo de te perder.

Era maio e o céu brilhava tanto...era também 13 de maio, que, para quem tem a fé que tu tinhas, significa muito.

Tínhamos planeado uma visita para te darmos a força e o amor que nos ensinaste...iria fazer-te sorrir, iria apertar, uma vez mais, as tuas mãos velhinhas...iria tanto...

Ouvi, mas não queria ouvir...quis acreditar que apenas estavas um bocadinho mais longe de nós mas ainda connosco... faltava dizer-te, uma vez mais, que te adoro, que ainda preciso dos teus conselhos sábios, do teu sorriso a contagiar o meu, as tuas mãos a apertar as minhas e de onde me era difícil desprender, por tão terno que era o momento.

Ouvi o gemido de dor de quem tinha acabado de perder a mãe, de quem teria para sempre uma ferida aberta...e eu, vendo as lágrimas da minha mãe e o seu desespero por nunca mais lhe ser permitida a tua companhia, aceitei finalmente que a realidade era aquela, que não adiantava negar que tinhas partido.

Ficou muito por te dizer, fica sempre. Tu sabes, não é minha avó?
És a minha avó, serás sempre, porque isso, por mais injusta que seja a vida, ninguém o pode tirar.

A saudade é uma palavra imensa, mas não o suficiente onde caiba toda aquela que sinto por ti. 
É uma tristeza para sempre não te ter aqui e ao mesmo tempo uma alegria recordar-te. 

Do muito que deixaste em nós, de tudo o que me ensinaste, ter fé e ver a coragem no amor é, de certo, a melhor herança de todas.

Sinto tanto a tua falta.
Não sei o que fazer com esta saudade, por isso, escrevo-te...



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