terça-feira, 26 de maio de 2015

Só pode ser coisa de Deus

Sim, este é mais um post sobre o amor...
Só sei sentir com o coração, talvez seja um defeito, talvez uma qualidade...não sei.
Esta é a única maneira que sei, viver de dentro para fora.

A casa onde vivemos já foi mais amor, mais esperança, mais alegria, mais tolerante, mais respeito e sobretudo mais coragem.

Esta é a casa que nos foi dada e que não respeitamos. Não precisamos de máquinas, precisamos de mais humildade e humanidade que nos enriqueça. 

Este amor, o nosso pela nossa casa, a minha e a tua, deve ser avassalador, transbordante, para além do que é carnal. Ela dá-se a nós. Sustenta-nos. Nós não nos damos a ela, exploramos conforme nos aprouver, até ao seu limite.

Esta casa, tal como originalmente nos foi dada, só pode ser coisa de Deus.
Respeita-la é respeitarmos a nós mesmos. Destruí-la pela ambição cega e individual será o nosso fim.

E se haverá outra casa como esta? Numa outra vida, talvez, mas com inquilinos muito mais sábios que nós.


Não cabe nas palavras

O que tudo  move, o que me move é sempre o mesmo: o amor.

O amor pela vida, o amor pelos outros, o amor pelas coisas simples, o amor por mim, por ti.

O amor é suposto ser fácil, mas nem sempre o é.
E quando se desaperta de nós, foge-nos o chão, foge-nos o brilho dos dias. A noite fica ainda mais escura, as estrelas escondem-se em constelações, os monstros que vivem sorrateiramente em nós, aparecem e massacram-nos a cabeça, o coração, os braços, as pernas...ficamos com nós nos estômago. Sentimos a arder por dentro o fogo que julgamos não conseguir apagar nunca mais. Conhecemos a tristeza. Outra vez.

Nesta viagem que é o amor, juramos que sim, que não, choramos, rimos.
Deixamos que ele nos leve em mar calmo e depois acontece o vento, o mar revolto.

Esquecemos-nos de nós, de que às vezes é preciso parar, respirar, desapartarmos-nos de tudo e de todos.
Pesar bem os dois pesos da balança. Pensar. Pensar.

O amor é suposto ser fácil, ser paz e não barulho.
Coração descansado e não entupido pelo que dói.
Teima em ser feliz. É sorriso. É beijo, é abraço, é ajuda, é partilha.

O amor ergue-se sempre, com tal força, sobre tudo o que dói.
Rasga-se e remenda-se.
Demora-se. Não desiste.
É este o amor na sua totalidade, aquele que cai e se levanta todas as vezes que tropeça nas rasteiras da vida.

É este o amor pelo qual luto todos os dias.

É este o meu amor. O único que me importa.
Não cabe nas palavras.




sexta-feira, 22 de maio de 2015

3, 2, 1 férias!

Cá em casa, já estamos os três em modo férias.
Mas é apenas modo mesmo, o estar realmente ainda falta.

Pelo menos a praia está aberta o ano inteiro e já cheira a verão, pé na areia e sal na pele!!!
Três, dois, um...
Três, dois, um...
Inspira, expira...
Aguenta-te!


O beijo. Sempre.

Crescemos juntas. Todos os dias. Todos!

Olho-te em silêncio.
Namoro os teus gestos e bebo as tuas palavras...esta sede não desaparece, nunca!

Memorizo os teus desabafos e guardo-os num cantinho só meu.
Mais tarde poderá ser necessário recorrer a este arquivo que já tem 14 anos.
Vou recorrer a ele sim...já o faço...a razão? Saudade.

Este arquivo está arrumado dentro de mim, mas nem por isso deixa de ser um sobe e desce de degraus, exercício obrigatório para o alcançar e recordar cada nota que tomo, em cada momento doce que passo contigo.

Este não é um lugar qualquer, com cheiro a passado...muito menos uma biblioteca com livros etiquetados, com índices ou marcas de editores, fáceis de encontrar.
É antes um lugar alimentado todos os dias em que crescemos juntas. Mãe e filha, duas amigas. Um lugar único, só meu e teu.

Reconheço em ti bocadinhos do que sou.
Gostamos de andar de mãos dadas.
Sentes o coração da mesma forma que eu.
Anseias o amanhã, como eu anseio.
És sonhadora.
És intensa. 
Buscas a felicidade.

Parecidas, mas muito melhor do que eu!
...
Crescemos. Tu e eu.
Cresce o amor.
Cresce a filha, cresce a mãe.
Duas mulheres. Um amor.

Os dias nem sempre são grandes o suficiente para me dedicar como gosto, a ti. Para nos dedicarmos ao amor que respiramos. Nunca o são.

É por isso que, todos os dias em que adormeces, morro de saudades tuas. Todos!
Deixo um beijo a cada noite na tua testa, mão, braço, o que estiver mais perto dos meus lábios.
Não quero que acordes. Este é um beijo só meu, só para ti, sem palavras ou abraços.

Adormeço a pensar em ti. Sempre.
Todos os dias. Todas as noites!



quinta-feira, 21 de maio de 2015

Tanto, tanto paizinho!

Hoje, há 70 anos atrás, nascia o meu herói.
Não, nem sempre o vi assim.

Foram precisos alguns aninhos para te ver a ti, pai, como um herói.
Foi preciso crescer para perceber como é grande o meu amor por ti.

Hoje, mais do que nunca, admiro a tua calma, a tua passividade perante tudo o que não nos acrescenta.
Gostava de ter um bocadinho da tua perspicácia e destreza...

Cada ruga do teu rosto, cada fio de cabelo branco que te foi dado, ao longo destes 70 anos, são o que és hoje: uma pessoa grande, que me ensinou muito e ainda ensina, sempre de braços abertos para me acolher, para nos acolheres, mesmo que nem sempre concordes com o que me faz mover ou recuar.   

Perdoa-me pelas desilusões, pelas palavras tortas, pelo aperto no teu peito.

Eu sei que pensas muito, demais até...por momentos falta-te o otimismo, mas o número 70 na idade de uma pessoa dá espaço a isso, dá espaço ao tempo devagar.

Gosto de te ver sorrir, de te ver de coração cheio, de te encher de orgulho e de te descansar o peito das preocupações abusadas. Gosto das refeições cuidadas por ti.

Admiro-te por isto e por tanto mais...admiro-te a ti e ao amor que escolheste e que é a minha mãe.

Admiro a luta, a vossa por mim, por nós.

Não sei se um dia vais ler o que para aqui escrevo. Não sei se irás entender as razões que me levam a ter o estaminé, onde descarrego as palavras do coração...mas sei que herdei de ti o gostinho pelas palavras, pelos livros e pelo sonho.

Obrigada paizinho. Adoro-te muito!
Tanto, tanto...



terça-feira, 19 de maio de 2015

Número 101!

A vida deveria poder ser celebrada pelos tudos e pelos nadas...

Ultrapassados os 100 textos aqui no estaminé, podia celebrar assim!


Eu


Do passado

Dele guardo infinitas recordações.
De lá trouxe a bagagem que uso hoje.

Meti, muitas vezes, os pés pelas mãos.
Emaranhei-me por caminhos que, agora sei, poderiam ter sido evitados.
Fui a menina teimosa, esbarrei em muros, uns derrubei, outros não.

Do passado, trouxe comigo as pessoas que me fazem bem, que guardo comigo, que estimo, que respeito e que amo. Pessoas que comemoraram, de alguma forma, a minha companhia e eu a delas.

Hoje, aqui neste presente, sem saber muito bem porquê, dou por mim a pensar se faria alguma coisa diferente.
E dou por mim a achar que não.

O passado fez-me o que sou hoje. Posso não ser lá grande carta neste baralho. Há dias que não me gosto e há dias que, vá, até me suporto!
Ele, o passado, fez de mim a filha que sou, a mulher, a esposa e, sobretudo, a mãe!
Fez de mim uma pessoa um bocadinho forte, mas não o suficiente para deixar de ser frágil. 

Vocês não entendem, mas ser eu, ser assim, pequena perante o futuro, faz-me chorar, faz-me ter medo, corta-me o coração. É-me difícil pensar que, o agora, é passado amanhã.  

Se aprendi alguma coisa com o passado? 
Aprendi a ouvir o coração. O meu e o daqueles que me fazem companhia lá dentro.
E, por vezes, o que ouço não me sossega, não me descansa e traz-me saudades do tempo em que era realmente pequenina e nada parecia impossível. Nos lábios a alegria e nos olhos a esperança.




sexta-feira, 15 de maio de 2015

Indireta...

A quem eu fiz um convite ao qual ainda não tive resposta...
São todas umas preguiçosas!!!!


E sim, fico um cadito triste...

quarta-feira, 13 de maio de 2015

De mãos dadas com o teu amor...

Três anos sem ti.
Três anos que a vida que conheço ficou mais pobre e no coração se abriu um buraco.

Mas, apesar das saudades e das lembranças de ti, por tua causa, por tudo o que me ensinaste, hoje sou uma pessoa muito mais rica por te ter ao meu lado durante o tempo que o tempo nos possibilitou.

Tu eras quem saía sempre em minha defesa e de ti, minha querida avó, herdei o gosto pelos brincos XL. (Como tu dizias tantas vezes, se é para usar, que se veja!). Como me lembro do teu sorriso grande. 

Não estás comigo, mas estás.
Não te vejo para além das fotografias, mas sinto-te dentro do coração, o mesmo que tem um buraco, mas que, ainda assim, não perde nem uma grama deste meu amor por ti. É grande, muito, muito grande.

Consola-me pensar que, por causa de um outro buraco que existe no meu peito, estás de mãos dadas com o teu amor...

sexta-feira, 8 de maio de 2015

É tão isto...

"- Mas porque não deixa você de escrever durante uma temporada, para descansar? - perguntava-me hoje alguém.- Porque era a mesma coisa que um crente deixar de rezar um mês ou dois, por higiene." - Miguel Torga (1942).


terça-feira, 5 de maio de 2015

Os melhores presentes são os que chegam depois

Dizem por aí que o Dia da Mãe é todos os dias.
É verdade. Mas sabe bem aquele miminho a pensar especialmente no dia.
Um presente comprado, um presente feito com materiais perdidos lá por casa...a originalidade das palavras, o não esquecimento.

Este ano, no Dia das Mães, o meu verdadeiro presente veio no dia seguinte.

No meio do delírio de estar a realizar um sonho, entre tanta miscelânea de sentimentos, e em que eu não estava perto, a minha filha liga-me para gritar - amo-te muito mãe -, liga-me no momento exato em que ela assistia ao vivo à dança dos acordes musicais de uma das minhas músicas preferidas tocada pela sua banda favorita. 

Ali, naquele segundo, chorei.
Ali, naquele momento em que sentia um vazio, tu, meu amor, preencheste-me por completo.
Ali, soube que este amor que nos une não nos deixará perder uma da outra.
Ali, rendi-me e talvez, afinal, não faça tudo mal.

Tu és a melhor parte de mim.



segunda-feira, 4 de maio de 2015

Put your hands up!

Sobre o que escrevi aqui, posso dizer que estes últimos dias foram intensos. Intensos nos nervos, intensos na ansiedade.

Fizemos de tudo, mas o objetico final não foi alcançado. Pelo menos até ao momento.
A esperança continua por aqui.

Fizemos de tudo para dar certo e sei que, mesmo de rastos, voltaria a fazer tudo de novo.

A ela, à minha filha dediquei esta luta. Não é de todo uma luta perdida.
Ela cresceu, o mundo abriu-se ainda mais. As amizades cresceram. As alegrias e ansiedades partilhadas nestes últimos dias valeram todo o tempo que dedicamos a este desejo.

Hoje será o culminar de tudo.
Sinto-me muito pequenina perante as lágrimas dela.
Sei que está agradecida. Sei que aquelas lágrimas são também de alegria por conseguir estar lá. Por conseguir estar lá em todos os momentos.

Entre corridas, caminhadas (muitas), gargalhadas, lágrimas e gritos, ela esteve lá. Nós estivemos lá a assistir a mais um momento que não vai esquecer!

As espetativas eram altas...hoje continuam, mas um bocadinho mais baixas.
Mas sei que hoje, ela regressará a casa de coração cheio. Muito cheio.
Esperou muito por isto.
E se ela estiver feliz, eu estarei ainda mais feliz.
Today is the day!









domingo, 3 de maio de 2015

Mãe, sem ti o que seria de mim?

Hoje é o teu dia.
Hoje é o meu dia também.

Interrogo-me muitas vezes se algum dia chegarei a ser a mãe que tu és para mim.
Somos tão diferentes e tão iguais.

Diferentes porque os tempos em que educo a minha cria são outros que não aqueles em que me educaste como filha.
Iguais porque o amor que me transmites, o amor de uma mãe, é o amor que eu passo à minha filha. 

Eu e tu.
Somos capazes de dar tudo sem receber nada em troca, de amar com todo o coração de uma forma obstinada. Afinal, uma mãe tem confiança no seu filho, mesmo quando todos os outros já a perderam.
Ensinaste-me assim e dentro do meu peito só pode ser assim. 

Já aqui o disse em outros momentos e hoje, porque é o teu dia, o Dia da Mãe, volto a dizê-lo: obrigada mãezinha, sem ti, o que seria de mim?

Feliz Dia da Mãe a todas as mulheres mães!