quarta-feira, 26 de novembro de 2014

E que fizeste tu ontem Bem Que Me quer?

06h30 o relógio acordou-me daquele sono bom e confortável e ao som disto.

Havia pequenos-almoços para fazer, mochilas para verificar...recomendações de mãe e de mulher.
Começar o dia com beijos e abracinhos mais intensos, afinal o objetivo era viver não apenas mais um dia, mas ter o mimo digno de quem festeja mais um ano.

Mais tarde estaríamos todos juntos outra vez, num almoço simples, mas tão bom.

Poder saborear a manhã lentamente, tomar um banho demorado, receber os mimos de todos os que fizeram questão de mostrar que ainda vou sendo importante.
Organizar mentalmente o plano para o dia...tudo sem pressas, sem horários.

Aceitar que não há cremes milagrosos ou maquilhagens inovadoras que cumpram a suas promessas. Esta é a pele que tenho e as rugas são a pessoa que sou hoje e acredito que ainda tenham o seu encanto.

São alguns os anos, é verdade, mas e então?
Ontem vivi fora do tempo e aprendi que a idade apura os sentimentos e ensina-nos a ignorar os pobres de espírito.
Aprendi que acontecimentos que nos pareceram importantes, são agora meros acontecimentos, fixados na nossa memória ou então perdidos para sempre, que isto da idade tem os seus benefícios.

O que somos não se altera. A fonte da juventude está em nós e em saber colher os frutos que a idade nos oferece.

O melhor de tudo: o jantar preparado pela mãe, comer as farófias doces, apagar as velas.
O melhor de tudo: estar com quem dependo no amor e na paz.

O melhor de tudo: deitar a cabeça na almofada e perceber que lá me espera um bilhetinho de quem ainda me chama mamã (às vezes), de quem vê em mim um exemplo.

O melhor de tudo: 43 feitos e continuar a pensar que nunca tive outra idade senão a do coração.









segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sobre a mudança necessária

Tantas vezes andamos ao sabor dos dias, à velocidade da vontade do vento, andamos, andamos simplesmente e não saímos do mesmo lugar…

Tantas vezes tentamos arranjar o motivo que nos faça avançar, procuramos mais dentro de nós, nos outros, na vida.

Tantas vezes mergulhamos nos abismos e julgamos nunca mais emergir deles.
E no entanto, o fôlego chega-nos sempre, vai chegando…afinal há sempre alguém que de nós precisa. Felizmente, há sempre alguém.
É desconcertante como tão grandes tristezas cabem no nosso peito. Acho que se morre muito.

Depois, ai depois… ainda bem que há os day after em que a esperança é a nossa bóia de salvamento.
Dias em que a fé é superior aos medos.
Dias em que a nossa bola de oxigénio está carregadinha de energia.

Todos nós temos aquele instante mágico e é lá que temos de nos manter, tentar pelo menos.
O mundo nem sempre interfere no equilíbrio frágil das nossas vidas. É o corpo que traz a música que é preciso para seguir em frente.

Há um provérbio mexicano que diz: por mais que nos tentem enterrar, esquecem-se que somos semente (crescemos), e é tão verdade!

Há dias que levamos connosco até ao fim. Acontecimentos que marcam, pessoas impossíveis de esquecer, pedacinhos só nossos.

Há dias em que desejamos que o tempo pare, de tão bons que são, e não digam que destes dias temos pouco, porque não acredito!

Há dias em que temos de ser o rochedo que resiste a todas as tempestades, em que temos de lutar teimosamente contra as nossas inseguranças.

E todos os dias esperar o inesperado, dar à vida a coragem e a ousadia que é necessária. Dar uma hipótese à mudança, que grita para se fazer notar e que tanto ansiamos, ou duas se for preciso.
Não esquecer de alimentar as relações, caso contrário, nada retorna. E de que servirão os dias se não houver retorno?

Há dias estimulantes e revigorantes, são esses que nos transmitem a vitamina suficiente para olhar de frente os ventos que não sopram de feição.
Há dias assim, e são tão bons.

Porque a vida é demasiado ambulatória para se ficar quieta.
Porque as coisas mudam na lentidão rápida do tempo.




sábado, 22 de novembro de 2014

Gritar!

Não construir silêncios.

Gritar faz bem, de vez em quando, ou talvez, sempre...se bem que na maior parte das vezes eu grite em silêncio...porque em certas alturas temos que aprender a ficar calados.


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A ti

A vida ensina-nos quem sim, quem não e quem nunca...


Diziam por aí que era impossível, mas o possível é demasiado fácil, não me arrebata o suficiente.
Assim escolhi o que todos julgaram como impossível, porque no segundo em que se ama tem que se acreditar que é para sempre, o take my breath away é o que vale a pena respirar.

Perdi-me, achei-me, baralhei-me e ainda assim, quis o destino que nos encontrasse-mos uma vez, outra vez e tantas outras vezes.

Pedi ao tempo o pedal do acelerador. Pedi ao tempo mais uma canção, embora todas me lembrassem de ti.
No google a distância mede a separação entre dois pontos. Para nós a distância era um mero detalhe. Um detalhe que fazia de nós diferentes de todos.

Escolhemos o caminho mais difícil, tão difícil que não servimos de inspiração aos amigos, ninguém teve a coragem.
Não havia facebook, whatsApp, não havia twitters nem instagram, os telemóveis eram um luxo de outros.
Mas havia CTT e telefones fixos. Se nos bastava? Não, mas teve que bastar.

Duas vezes quatro estações, em espera, e ainda assim, aqui estamos nós.

Há dias bons, outros menos bons. Não nos vejo como almas gémeas. Somos duas pessoas que juntaram as melhores partes de si para assim ficarem completas. 


Que venha muito tempo contigo. Juntos somos a equipa certa, afinal conseguimos dar ao mundo alguém que tem o melhor de nós. 

Por ser meu, é teu.
Por ser teu, é de nós.

A ti que conheces o meu avesso.

A ti que conheces por dentro o meu coração.
A ti que escutas os meus sentidos.
A ti que me deste a conhecer o outro lado do mundo e o verdadeiro sentido disto:




Obrigada!   



quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Sobre a adolescência

Houve um tempo em que a íamos buscar ao colégio e ela ansiosa pelo nosso abraço, pelo nosso colo.
No bolso do bibe, às risquinhas vermelhas e brancas, trazia as pedrinhas que juntava durante o dia no pátio, as folhas secas e até flores que recolhia e guardava religiosamente junto ao seu coração. Dizia que era o seu presente para nós.
(Se ao final do dia também forem contemplados com pedrinhas, deixo um conselho: guardem-nas num frasquinho para mais tarde recordarem o quão precioso é este amor.)

Houve um tempo em que o final do dia significava o descanso da ansiedade dela em estarmos ali.
Acredito que ainda seja um bocadinho assim, tenho de acreditar.

Houve um tempo em que ela nos dava a sua mãozinha pequenina e ainda assim enorme.
Deixava bilhetinhos debaixo da nossa almofada, com desenhos, pedidos ou um simples gosto muito de ti. Mais tarde arriscou um amo-te.

Todos os dias fazia questão de provar o seu amor por nós.

Hoje é uma adolescente.
Tudo é diferente e no fundo tudo se mantém.

O amor é o mesmo, ou maior se é que é possível.
Mas dentro deste amor cabem outros sentimentos. Novas emoções que estão numa desarrumação, as flutuações de humor…ui!

Eu sei que a adolescência precisa de muitas oportunidades para aprender os seus próprios erros. O afastamento é natural e necessário para testarem a sua independência. Mas às vezes é tão difícil, doloroso até. É muita adrenalina e excesso de confiança.
E eu que nem sempre estou à altura.

Há dias em que mais parece que vivo numa competição de berros e não me consigo fazer ouvir.
De repente parece que os nossos filhos ficam surdos, selecionam apenas algumas palavras que dizemos, normalmente as que lhes convém mais.
Dizer trezentas mil vezes as mesmas palavras … e depois repetir tudo outra vez, não se pode dizer que é uma emoção.
De um lado o contestar constantemente, do outro, aprender a dar liberdade, aprender a relativizar a dose de rebeldia e esperar o desafio seguinte. Aprender sobre a tolerância.

Há dias completamente impossíveis de gerir. Mesmo!

Apesar de tudo, é uma filha para cima de espetacular, humilde o suficiente para pedir desculpa e adulta para entender o meu pânico.

Acredito que a profundidade das raízes deste amor está lá, mesmo que esta idade seja marcada pela revolta. Tenho de acreditar.

Ela sabe que é o nosso bem mais precioso, a nossa âncora na vida, quero acreditar que somos a dela também.

E meu amorzinho, se um dia leres o que aqui escrevo, naquele bocadinho de tempo que te desligas das tuas preferências virtuais e te ligas um bocadinho a nós, quero que saibas que não diminuímos de tamanho, continuamos enormes para ti.



quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Mãe coragem

Há circunstâncias na vida em que a dignidade humana exige grandes sacrifícios. Exige escolhas, mesmo que o mundo julgue que é uma batalha perdida.

Esta é uma história com um final feliz, e mesmo que não fosse, a coragem desta mãe é gigantesca.
Mas não será assim com todas?

A bravura de uma mãe nasce quando um filho nasce e vive para sempre, é grande, imensa.
Pode até ser insana, e talvez o seja mesmo em alguns momentos.

A coragem de uma mãe move montanhas.
Ela é maior que o medo.

http://observador.pt/2014/11/18/a-incrivel-saga-da-mae-holandesa-que-foi-sozinha-resgatar-a-filha-ao-estado-islamico/


terça-feira, 18 de novembro de 2014

"Insanidade mediática"

Este vídeo entrou lá em casa ontem à noite, pelas mãos do pai.
Ela viu e ouviu. Identificou-se? Claro que não!!!

Há dias em que nem sempre é fácil mostrar que o importante na vida são os afetos e que tudo o resto é cenário!
Mas eu insisto, todos os dias, trezentas mil vezes, sem desistir, com os nervos em franja!



O dom do esquecimento

Sábado tivemos um jantar de amigos, daqueles em que é impossível ficar cinco minutos sem rir.
Boa comida, bom vinho, conversas parvas, gargalhadas…

Giro como as meninas, ambas adolescentes, conseguem interagir com as parvoíces que vamos dizendo e rimos, rimos muito, todos. Tanto que até se adormecem os maxilares!!!

E depois as horas passam, demasiado rápido. Ou então são os 40 que fazem com que tudo passe depressa demais.

Gostava de poder segurar o tempo em tantos momentos, principalmente nestes, em que somos felizes. Ou então dilata-lo!

E depois vem o dia seguinte e lembramo-nos do tempo, aquele que funciona como lembrete – estás a envelhecer pá!

Noutro tempo: estamos fresquinhos, poucas horas de sono e aí estamos nós prontos para outra.
A realidade presente: dói-me tudo!

E os 40 tem também o dom do esquecimento. Voltamos  a repetir a façanha assim que nos desafiam. 
Saborear os frutos do dia sem ter o gosto deles na memória.

Nascer todas as manhãs.
E é tão bom! 


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sobre o amor maior

Ser mãe é muita coisa e ao mesmo tempo simplesmente ser...estar lá.

Ser mãe é ser grande na humildade, aceitar tudo sem exigir nada.

Ser mãe é dar a paz que muitas vezes não tem.

Ser mãe não é ter, é apenas ser mais, por ser menos.

Ser mãe é embalo, é doce sem açúcar.

Ser mãe é colo, sem peso nem medida.

Ser mãe é o combustível que nos capacita a fazer o impossível.

Ser mãe é acordar todos os dias com medos e ainda assim encher-se de coragem para os afastar.

Ser mãe é sentir o amor maior!

Ser mãe é viver entre dois corações, da forma mais simples que existe: amando.



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Do amor que damos, só o amor herdamos

O tempo aqui não é importante (até porque não se pergunta a uma senhora a sua idade).
Mas é nesse mesmo tempo que me sinto uma pessoa com muita sorte!
Não vou dizer que foi a vida que me proporcionou o que tenho hoje. A construção de nós próprios começa em casa, enquanto vivemos naquele ninho entre mãe e pai. A eles estarei eternamente grata.

Sim, sou uma pessoa com sorte!!! E é sobre este ninho que escrevo hoje.

É difícil encontrar as palavras certas, sente-se cá dentro, é só nosso, preenche-nos, completa-nos, dia após dia.
Este ninho é o meu colo, desde que me lembro que existo, Nele já chorei, já ri, já o rejeitei para me armar em corajosa e dona do meu nariz, mas a ele sempre retornei e continuo a retornar.

Neste ninho não ouço as palavras que quero ouvir, mas as que preciso ouvir, e quero tê-lo ali para sempre!

E como todos os ninhos, também este é meu o porto de abrigo.
Pode acontecer tudo e nada, mas sei que é lá que me esperam, por esse tudo e por esse nada, sempre.

Neste ninho em que me lamberam as feridas (e foram algumas), neste ninho em me ensinaram a ser a pessoa que sou hoje, sei que em algum momento(s) vos desiludi, porque nesta perfeição do vosso ninho, sou imperfeita.

Neste ninho tornei-me mulher, compassadamente. Aprendi (e ainda aprendo) a jornada da vida, na mão trago o mapa que me ensinaram a desenhar.

E de cada vez que me afasto, o meu mundo fica mais pequenino, porque privada deste amor, fico como que mutilada, privada de um dos meus sentidos.

Sou assim, porque de todo o amor que tenho, sinto dependência!

Deste ninho quero embalo a vida toda, ainda sou a vossa menina, esqueçam as rugas, as vossas e as minhas.
Já disse que sou uma pessoa com sorte?



Papilas gustativas VIP

Numa destas noites, depois das mil e uma tarefas que uma mulher tem, quando todos estamos refastelados no sofá, doce sofá, eis que me lembro do que estava guardado no frigorífico.
Nada mais, nada menos que um fatia daquele bolo que só de olhar, a nossa balança bate palminhas!
Pensei logo que para mim era fruto proibido, afinal o dia anterior tinha sido alimentado com uma outra fatia igual...só para mim!

Tentei manter-me sentada, tentei, acreditem!
Não resisti. Fui buscar o dito e ofereci à mais nova lá de casa. Não torceu o nariz, felizmente para mim, mas foi logo acrescentando que a canela por cima não simpatizava com as suas papilas gustativas!

O pai, zeloso que só ele, apressou-se a oferecer a sua ajuda.
 - Como? Sopras?- pergunta ela.

Eu, como mãe, também zelosa e já a medo, apresentei a outra solução:
- Lambes!

(E não, esta imagem não serve verdadeiramente a solução encontrada).



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A minha estreia

Hoje escrevi aqui.

A minha estreia!

Acerca de mim

Impossível fazer nascer este cantinho sem agradecer devidamente a vocês.
Não é preciso falar em nomes, vocês sabem muito bem que são.

Mas há uma que me é tão, tão especial, que me faz atravessar, em minutos, o pico do mau feitio e logo a seguir saborear a calma que só ela me consegue oferecer ... um autêntico tsunami!

Que bom amorzinho ... a ti devo esta imagem,
Mas agora não te excedas na cobrança dos créditos!!!


Insistir!

99 % do sucesso baseia-se simplesmente no ato de insistir, insistir, insistir e insistir ... não quero um reflexo ou uma extensão de mim, mas sim descobrir a riqueza particular de um filho. O desafio está a ser alucinante ... já disse que é preciso insistir? Ai adolescência ... como eu a adoro!



Bem vindo ao mundo...

Olá, sou mais um blog, mais um no meio de tantos outros.
Se vou trazer alguma coisa de novo, só o tempo dirá. Os leitores, que espero ver crescer, dirão de sua justiça.

Nasci de um desejo, talvez até necessidade que a minha mãe, a autora deste estaminé tem em escrever.
Ela tenciona escrever muito. Palavras boas, outras menos boas. Ser um ponto de encontro para discussões tontas e sérias também. 

Um dia quem sabe, poderá nascer mais qualquer coisa. Para já sou ainda um bebé...por isso, mimem-me muito! Bem vindos ao meu mundo!!!