terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Três, Dois, Um!!!!!

Fechar os olhos
Respirar fundo
Cruzar os dedos
Desejar os sonhos
Ter coragem
Arriscar mais
Aprender sempre
Transformar
Embalar os sentimentos bons

É tempo de acreditar, ensinou-me o ano velhinho.


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Noc Noc, sou o 2015!

Está aí, quase, quase a nascer.
Se estou preparada para mais voltinhas ao sol?
Quero acreditar que sim, até porque 2014 pareceu-me interminável e demasiado agitado. Culpa minha. Eu e esta mania de querer chegar a todos e buscar o que me faz falta.

Pensamos sempre em limpar a cabeça e aspirar desejos, delineamos um plano para o novo ano e achamos que vamos segui-lo à risca…é quase o esvaziar gavetas e voltar a enche-las só com coisas novas.
E no entanto…

Continuo sem aprender a crescer através unicamente de mim…continuo a não conseguir aceitar tanta e tanta coisa nesta vida…continuo a depender muito dos meus amores para seguir em frente.
Continuo a não aceitar nada pela metade, os quases não cabem em nenhum patamar do meu peito.

Olho para trás e julgo que poderia fazer bem melhor. Ser mais feliz, importar-me menos e viver mais.
2014 nem sempre tocou a música que o meu coração quis ouvir, mas é assim mesmo que os dias acontecem e é lá, no meu coração, que o GPS da minha vida o reconhece como o lugar mais bonito de mim.

Chegou o momento das 12 passas e de pedir os 12 desejos.
Não gosto especialmente delas e os meus desejos limitam-se quase sempre a dois ou três e são desses desejos que nascem outros. Sem tê-los como ponto de partida nada valerá realmente a pena.

Quero continuar a descobrir-me e a renovar-me a cada batalha ganha.
Quero continuar a perseguir os sonhos, a sentir a esperança, porque a menina que outrora fui ainda cá está...quero que a vida me permita ver sempre o essencial e que me recorde como são curativos os abraços.

Manter comigo as minhas pessoas e outras, que o novo ano me dará a conhecer. Não quero a solidão, a dos outros e a minha.

Quero aprender a desacelerar e a valorizar as coisas simples, desde a gargalhada da minha filha, uma fatia de bolo de chocolate, o pequeno almoço em família e sem pressas, o caminho para o trabalho…o sono descansado, o nascer do sol e o por do sol também…colher o que a vida nos oferece. Apreciar a leveza da vida. Fazer pausas, olhar o céu e agradecer.

Não quero perder o encanto pela vida, até porque é bela o suficiente para me preencher.
Quero esforçar-me por ser uma pessoa melhor, mais paciente, menos exigente, mais alegre, mais feliz, sobretudo mais feliz!
E conseguir dar pedacinhos de mim a quem deles precisa.
Ter sempre presente de onde vim e para onde quero ir.


(São 365 dias. Em algum desses dias hei de conseguir concretizar alguns dos meus votos.)





quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Dia de Natal

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?)
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente acotovela, se multiplica em gestos esfuziante,
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
E como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra – louvado seja o Senhor! – o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora já está desperta.
De manhãzinha
salta da cama,
corre à cozinha em pijama.

Ah!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.


António Gedeão


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

*Pai Natal*

Desconheço os teus propósitos neste Natal relativamente à minha pessoa.
Nem sei se esta carta te chegará às mãos ou aos teus olhinhos sorridentes...continuas anafadinho e fofinho, os anos passam, mas não por ti...adoro as tuas barbas e até parece que está na moda...estilo lenhador, parece. Não, não é graxa, é elogio...

Fazes a alegria das crianças, adaptas-te aos dias, aos anos, à vida...não sei o que dás de comer aos duendes, mas eles acompanham-te a cada ano, sempre com aquela energia que me deixa exausta só de ver...as renas continuam satisfeitas por trabalhar uma noite por ano, deves pagar-lhes bem!

A magia é tanta que há quem olhe o céu para te ver chegar.
Esperam-te crianças, as bolachas e o leitinho...carregas sonhos e esperanças, és solidário.

Não sei se se me julgas merecedora de algum presente e é claro que desejo alguns, quem não deseja?
A hora é agora, por favor não te atrases.

E quanto ao meu presente, peço-te uma caixa bonita. Ao primeiro olhar pode parecer vazia, mas se olhar bem gostaria que trouxesse tanto...a paz necessária ao mundo, o amor urgente para cada um de nós, a gratidão esquecida, os sorrisos fáceis, a simplicidade da vida, dias felizes.

Meu bom velhinho, como vês não peço muito, achas que posso acreditar que existes realmente?

Assinado: A criança que há em mim.







segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

PAZ

Sobre a beleza dos dias e a paz que quero viver sempre...ontem foi assim...


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Presente

Quando me deixas ler o teu coração, sinto a tua leveza
Quando me deixas ler os teus medos, sinto a tua bravura
Quando me deixas curar as tuas feridas, sinto a tua dor como minha
Quando me deixas acalmar a tua ventania, sinto-me a brisa
Quando me deixas abraçar-te, sinto a tua doçura
Quando me deixas amar-te, sinto a tua generosidade
Quando me deixas ensinar-te, sinto-me a aprendiz

E quando és o reflexo da grande pessoa que em ti vive
Saber-te com asas e ainda assim procurares o ninho...

Poder olhar-te assim é o melhor presente dos meus dias!
Obrigada amorzinho!





terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O coração sabe nada...

Temos dias em que tudo parece desmoronar.
Depois chegam outros que nos apaziguam e é nesses dias que vamos beber na fonte da coragem. Nos tempos em que nos apetece ficar quietos. Nos tempos em que quase desistimos. Nos tempos em que nos perguntamos os porquês do que jamais tem resposta, nestes tempos somos frágeis, sentimos a solidão estando acompanhados, desejamos acordar deste sono profundo que nos destrói e consome por dentro.
Buscamos o sentido das coisas, o motor, a alavanca que nos erga novamente. Uma e outra vez…

Atravessar certos caminhos é duro e tão longo. Fazemos cara feia e embaralhamo-nos nos sentimentos. Olhamos o percurso a fazer, temos medo e quase sufocamos, quase enlouquecemos.
Sabemos o possível e ainda assim parece-nos impossível. É-nos exigido a força que nem sabíamos ter. Damos a força que temos e a que não temos, achamos que não e depois que sim, que afinal é possível.

Os tempos exigem demais de nós, testam os nossos limites até à exaustão. Ou somos nós que fazemos estes tempos e nos tornamos assim, insatisfeitos e indisponíveis para o que realmente é verdadeiro e valioso?
Somos o que somos. Vivemos os dias sem sentir, sem respirar o sentido da vida.

E eu, eu que sou tão coração, que sou tão afetos, ando triste. Talvez seja o Natal. Talvez sejam os dias cinzentos. Talvez seja o mundo. Ou talvez seja apenas eu que estou errada por achar que estou certa…

Nos tempos em que se fazem amigos virtuais, esquecemos outros que de tão perto que estão, se tornam apenas conhecidos.
Nos tempos em que se usam stickers em conversas e se poupam as palavras, nos tempos em que as demonstrações de afetos são escassos. Nos tempos em que se pensa pouco com o coração e esquecemos que o amor é plural…
Nos tempos assim, as armas somos nós e por isso a guerra está perdida. Não há vencedores, só lamentos tardios que nada podem.

Mas como sou teimosa, por aqui tenta-se, sempre, ontem, hoje e nos amanhãs que estão por chegar.
Só assim consigo não me perder de mim. Só assim sei entrar no coração e aí descansar por alguns momentos. Procurar a paz que preciso ter e que o mundo me tira. 


sábado, 13 de dezembro de 2014

Grata

Quando sentimos o calor e o conforto
Quando nos sentimos compreendidos nos nossos medos
Quando obtemos sempre a resposta às nossas preces
Quando nos esperam abraços abertos
Quando temos colo
Quando temos alimento
Quando nos ensinam o correto
Quando nos purificam o coração
Quando temos saúde
Quando conhecemos a felicidade
Quando temos afetos
Quando nos secam as lágrimas
Quando nos curam a dor
Quando presos ao coração, nos sentimos livres
Quando temos família e amigos
Quando nos rodeiam pessoas grandes
Quando muito mais, tanto e tanto 

E porque o coração tem memória…


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Sobre este silêncio no estaminé

Preciso…

Saber-te bem
Entrar-te no coração, mesmo que os dias me deem em troca um geniozinho complicado

Ensinar-te os ensinamentos que a vida me deu
Teimar mesmo que pareça impossível o caminho

Amar os amores meus, na sua imperfeição perfeita
Viver a mulher real que sou e não a mulher perfeita

Deixar a lágrima respirar
Deixar a esperança brotar

Aprender a não cobrar do mundo adulto
Aproveitar a vida como uma criança

Sentir-te crescer, sentir-te feliz
Almejar mais

Descobrir sempre o porquê
Procurar a razão para não desistir

Apreciar a riqueza da vida
Cobrar só o que nos alimenta a alma

Não quero pernas bambas
Não quero coração fora do lugar

Quero saber-te bem

Porque querer bem só pode fazer bem
E só assim faz sentido...


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Hoje...

E hoje, enquanto esperávamos no consultório do pediatra do meu bem me quer fui lendo algumas das frases que por ali se escreveram e que estavam à vista de todos, em letra desenhada, nas paredes.
Acalmou a minha ansiedade e fez-me pensar o quanto é bom ser MÃE!

Achei que ficaria estranho sacar do bloco e do lápis e transcreve-las...mas fixei duas:

«Não devemos ensinar a criança, precisamos maravilha-la».

«Fico com o coração. O cérebro não faz ninguém feliz. E a felicidade é o melhor do mundo».

Quanto ao meu passarinho, estou orgulhosa e tudo está bem.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Coração do avesso

Esta semana, começou com uma angústia dentro deste corpo que é frágil, mesmo que não pareça.

Frágil porque nem sempre consigo ser sorriso e sorriso deve ser espontâneo.
Afinal se é para ser intensa, como quero, devo sê-lo por inteiro, certo?

O meu passarinho abre as asas e eu encantada com isso vou-lhe dando espaço, mas também as coordenadas para nunca se esquecer onde está o seu ninho.

E nesta liberdade preciosa e necessária acontecem medos e angústias.
Aquelas que me fazem conversar com Deus e agradecer as oportunidades dos dias.
Aquelas que me fazem ansiar pelo dia de amanhã e aí beber o descanso da agitação dos dias passados e voltar a colocar o coração no lugar.

Amanhã talvez escolha outra música, mas hoje permitem-me ficar neste embalo, ler-me a mim mesma enquanto tento gerir esta impaciência.

Preciso disciplinar os meus sentimentos de mãe no calor dos abraços e cheirar o meu bebé crescido, com toda a delicadeza, o meu bem que te quero que é também um bem que me quer muitíssimo!

Até lá, a resiliência permite-me administrar estas emoções, que talvez sejam uma mera banalidade para outros. Para mim são necessárias ao tempero da vida, apesar de requererem alguma coragem.







segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

E quando ficamos sem chão?

O telefone tocou, no visor piscava a palavra escola.

Ela não estava bem, por breves minutos ausentou-se do que a rodeava. 
Sempre esforçada, este meu tesouro de coração acelerado e ansioso precisou de um breve tempo para recuperar de uma aula de ginástica. 

Fiquei sem chão. Só me restava voar.
Voei baixinho porque as minhas forças estavam todas concentradas nela, mas suficientemente rápido (bem dito sr. taxista) para a receber nos meus braços quando o ti-no-ni chegou ao hospital. 

Já me ensinaram tanto nesta vida. E ainda assim não consigo entender a razão que atravessa o medo.
Ainda não consigo entender porque demoro a descomprimir este sentimento que me tira o chão.
Mas nesta escola que é a vida, aprendi porque serei sempre a menina pequenina da minha mãe...

A ti amorzinho que me dás este amor grande que me inquieta e aquieta o coração.
A ti de quem preciso muito para ser eu.

Os meus braços já não são suficientemente grandes para te proteger deste mundo enorme, mas são suficientemente fortes para te erguer e guiar no caminho que irás escolher.

Há amores que não têm tradução, este é o meu amor por ti e que todos os dias se agiganta!







O outro lado do desporto

Se há coisa que gosto muito, é ter tempo para praticar um desporto.

Tirando a fase da gravidez (ginástica de preparação para o parto conta?), sempre tentei manter na agenda tempo para a prática de um desporto qualquer, porque é bom para a saúde, mas também porque faz maravilhas ao espírito.

Uma simples caminhada, às vezes basta. Sim, porque correr está acima dos meus limites. A cabeça parece que vai explodir, o sangue acorre à 1.º camada da pele e ali fico, que nem um tomate maduro e os bafos de fora.
Desde ginásio até à natação, fixei-me há algum tempo na hidroginástica. As cruzes agradecem e até o cansaço mental desaparece e aquele banhinho quente no final é do melhor.

Mas depois há o outro lado que dispensava ou se calhar não….
As senhoras de uma certa idade e o exagero no à-vontade…umas vezes sorrio, um rir envergonhado, outras fico a pensar que a vida deveria ter controlo remoto.

Num destes dias foi assim: eu concentrada em mim, depois do esforço árduo, mas saboroso que foi a aula de 2.ª feira, e ao fundo do balneário, a cavaqueira do costume entre as senhoras que já não cabem nos sessentas…admiro a força de vontade delas e pergunto-me se também a terei na altura em que cabo nos setentas.

Uma dizia que tinha comprado aquele soutien e que era o soutien sensação, confortável e que lhe apanhava as banhas dos lados (não perguntem). Eu não me contive, esta minha curiosidade dá cabo de mim.
Olhei e ia tendo um ataque. Que era aquilo? Parecia uma manta de retalhos, daquelas em tons de outono, mas gostos não se discutem, certo? Se a senhora gosta e se sente apoiada, aquele pedaço de tecido é certamente o seu melhor amigo no momento.

Conversa para aqui, conversa para ali, a sauna típica dos balneários começa a fazer-se sentir, e a conversa começa igualmente a aquecer…risinhos, olhares cúmplices e eu a assistir ao filme já a medo com o que poderia vir dali. E veio mesmo!

Alguém lança o SOS para puxar a cuequinha para cima. What??? I’m not listening… I’m not listening…esquece, já ouviste!
A outra, solícita na resposta ao SOS, lá lhe aconchega a cuequita (daquelas que são tamanho S e o corpinho que veste precisa de um XXL) e pergunta: Atão, como fazes lá em casa?
Resposta na hora: O mê home ajuda, mas já lhe disse que antes não era assim…maldito sr. viagra que não rende, mesmo assim, ele basta-me!

E pronto, é isto.
Amar é bonito, saber envelhecer também, mas o tempo também deveria trazer sabedoria suficiente para aprender o poder do silêncio.
Ser-se um bocadinho menos desbocada.

Nesse final de dia aprendi que a vida não tem, de todo, controlo remoto e que a idade sequestra sonhos, mas só se deixarmos.
Saber ser feliz em cada momento sem embolar sentimentos e colorir os dias como conseguimos.


E o mais importante, saber deixar pegadas de amor no coração das pessoas.