sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

A cor do batom

As borboletas que ele lhe dava a sentir na barriga deram-lhe um filho…e foi tudo o que ele lhe deu, as borboletas que voaram e fugiram, e o filho que não conheceu..
De aliança no dedo e com a promessa de que seriam felizes para sempre…

Ele tinha um percurso profissional de excelência. O que ganhava era suficiente para ambos. Ela deixou o trabalho que até a realizava, por ele, pelo filho.
Ela vivia para ele, em função dele e ainda assim, tudo o que fazia era insuficiente e medíocre.

O primeiro sinal surgiu quando ela simplesmente mudou a cor do batom. Como? Sem lhe pedir a opinião? Par quê, se ele a queria com a cor de sempre? E vermelho? É cor de p…!
Depois vieram outros sinais…uma gargalhada despropositada, um jantar com as amigas que queria tanto ir e ao qual não lhe foi dada permissão…
Um empurrão para a colocar no lugar, um estalo para acordar e ter a certeza de que ali, ali não era ninguém!
Ali não lhe era permitido ser mulher!
Aos olhos dele, ela era a sua servente.

Um casamento, um filho no ventre e uma prisão, da qual não sabia como fugir.
Tinha vergonha. Afinal onde estava aquela mulher forte, que até tirou um curso superior, frequentou aulas de autodefesa e que era feliz, realizada e independente?
Agora era apenas uma amostra de tudo o que fora…

Malditas borboletas que a cegaram. Maldita a esperança que ouviu sempre, ser a última a morrer. Não foi.
Tinha vergonha de se queixar. Não podia, ela aceitou-o com a promessa que seria amada e respeitada…e acreditou até ao fim..

A barriga cresceu, mas as dores da alma superavam sempre as dores físicas, e se estas eram muitas.
Disfarçava-as com a maquilhagem só permitida por ele, para esconder a sua demência.
Disfarçava-as com o seu sorriso triste que era suspeito aos olhos de alguns.
Perguntavam, desconfiavam. Respondia sempre que não. Que era apenas o cansaço da gravidez…

Uma noite, mais uma em que ele chegaria tarde, ela sentia-se extremamente cansada. Estaria para breve o nascimento do seu filho, seria isso? Adormeceu.
Acordou, sentiu escorrer sobre si qualquer coisa quente, sentia-se zonza. Abriu os olhos e só o via a ele. Estava zangado, muito zangado.
Gritava qualquer coisa sobre o jantar e o fato dela ser uma p… que nada fazia!

…Ah sim, o jantar…adormeceu de cansaço e não acordou até agora…
Ele continuava aos gritos. Ela lembra-se da dor forte no baixo ventre, de estar zonza…tentou dizer-lhe, mas a voz sufocava.
Olhou melhor, entre os olhos que mal conseguia abrir e viu a cor vermelha na almofada, a mesma do batom que usara apenas uma vez.
Não era batom…

O filho que afinal é uma filha, ainda hoje guarda um bilhete, que o médico que a viu nascer recebeu da sua mãe, entregue às escondidas do pai…disse-lhe o médico que, quando o guardou, estava molhado pelas lágrimas da mãe, mas tinha um cheiro a esperança no futuro.

O bilhete dizia apenas: meu amor, entre um homem e uma mulher só o coração pode bater. Sê feliz.

Para ela, a esperança não foi a última a morrer e isso levou-a.

(Esta é uma história que escrevi sem me basear em fatos reais. Escrevi-a para servir de alerta!)


Inocente apressadíssima

A idade que ela vive agora é dia e noite, tempestade e acalmia.
Inocência e rebeldia.

Ainda assim conseguimos rir muito. Não dela, como costuma dizer, mas com ela.
Rir da sua simplicidade por ainda ser a nossa bebé...

Dois episódios recentes exemplificam, na perfeição, o título que dei a este texto.

O primeiro passou-se há uns tempos.
Fomos resolver umas coisas à conservatória. Apenas existia uma cadeira junto ao balcão.
Sentei-me e lá fui explicando ao que ia. Ela manteve-se em pé, junto a mim, muito atenta e convencida que estava completamente por dentro da coisa.

Entretanto a funcionária da conservatória disse que iria em busca do acento da menina...foi.
Eu virei-me para a minha filha e perguntei se queria sentar-se na minha cadeira...

Ela, muito dona do seu nariz e ciente da sua importância ali, respondeu: "não mãe, a senhora já foi buscar um banco (assento) para mim, não ouviste? Simpática!"

Não aguentei, ri até ás lágrimas!!!!
Ela sorriu, com aquele sorriso meio envergonhado, meio controlado pela inocência que ainda tem.

O outro episódio foi há uns dias.
O pai fez anos. O brigadeiro foi o bolo escolhido...

Jantar em família...ela devorou a comida, quase sem que nós tenhamos começado.
Queria muito comer uma fatia (ou duas) do bolo do pai.

Foi uma espera desesperante....não compreendia a nossa calma em jantar...
Muito bem. A hora de acender as velas chegara, finalmente iria atacar aquele delícia.
Não, espera, o telefone toca...mais parabéns ao pai. Desliga. Outro telefonema...desespero, a bufar, muito...revira os olhos, olha para o tecto...

É agora. Até que enfim.
Ah, mas a urgência misturada com tamanha espera tirou-lhe a perspicácia para acender as velas.
Raspa o fósforo, uma e outra vez...(nós rimos, a avó até às lágrimas), ela em fúria...
Velas acesas, parabéns cantados. Finalmente...e a surpresa...brigadeiro com recheio de caramelo!!!

Fazes-nos rir e é tão, mas tão bom.



Aprender a ser mãe...ainda

Tenho saudades tuas.
Tenho saudades do meu colo, disponível para ti.
Ele ainda aqui está, sabes?

Tenho saudades do teu ciúme infantil e tão doce.
Sinto a tua falta, muitas vezes, na madrugada dos dias, aqueles dias em que te aninhavas entre nós.

Sinto falta de passearmos juntas, de mãos dadas.
De te adormecer nos meus braços. De te embalar no choro.
De te ir buscar ao colégio e ver a tua alegria pelo nosso regresso.
Saudades de quando nos bolsos do bibe, guardavas pedrinhas que recolhias para nos ofereceres...todos os dias!

Tenho saudades do tempo em que acreditavas em contos de fadas.
Dos dias em que cantávamos e dançávamos juntas, com os teus pés por cima dos meus.
Ainda te lembras?
Sinto a tua falta em cada fracção de tempo.

Estás, mas não estás...eu sei, são muitas as descobertas que hoje exploras. A urgência de tudo.
Tenho saudades da tua simplicidade e inocência, que ainda tens, mas que teimas em esconder.
Tenho saudades de quando não escondias os teus sentimentos.
Tens os sentidos apurados, muito até, e lamento que os prendas tantas vezes, sem que eu os consiga libertar.

Dizes que te quero controlar, e como te enganas.
Aquilo a que chamas controlo, não é mais do que a minha tentativa de te aliviar,
Aliviar de uma qualquer angústia que o teu peito ainda não sentiu.

Dizem que não te posso proteger sempre.
Eu protejo como sei, desta forma que não se esgota.
Com amor, a tua fonte que não seca.

Tenho saudades dos teus abraços dados só porque sim.
Sim, não revires os olhos, continuas a dar-me os teus abraços, mas já não parecem os mesmos abraços, entendes?

Mas nisto do crescer também tem muitas coisas espetaculares.
Somos parceiras em muito. Usas o meu guarda-roupa como teu.
Fazes o risquinho nos olhos como eu nunca consegui fazer.
Defines o teu caminho e não te desvias dele. És a maior das teimosas!
Crescer deu-te um certo direito de dizeres palavras, nem sempre dóceis, tal como te deu obrigações que nem sempre te lembras... 
E...não aguentas estar muito tempo aborrecida comigo...como eu não consigo contigo.

Procuras-me na tua saudade de mim. Eu, eu tenho sempre saudades de ti!

Ouço o bater do teu coração. É o compasso do meu dia.
Leio os teus olhos como só eu sei. 
Sinto a tua revolta, na minha revolta,
A tua felicidade, na minha alegria.

Tenho saudades da menina que do meu ventre nasceu e que protegi como pude, durante quase 10 meses!
Olho muitas vezes o bebé que foste, a criança feliz que eras e a mulher que agora começas a ser.
Digo-te que estás diferente. Negas.

Ver-te crescer é tão bom.
Ver-te crescer, tira pedaços de mim, mas logo de seguida os devolve.
Afinal, minha filha, estou aqui para ti, sempre inteira, para levares os bocados que precisares.

Ver-te crescer não é perder-te, eu sei.
Mas dói.
E é assim que me torno mãe.




quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Buracos no coração

Viver a nossa felicidade através da felicidade dos outros.
Há dias que sim, que consigo.
Estar em paz. Ficar em paz.

Acho até que o consigo todos os dias.
Mas todos os dias há aqueles pedaços de momentos, em que sinto buracos no coração.
Tento preenchê-los com a simplicidade da vida.

No meio da vida, entre quem por nós passa, naqueles que cruzam o nosso caminho por necessidade, por doença, por fome, porque em alguma circunstância são obrigados, pelo amor e pelo desamor, pela vida que lhes foge entre os dedos...

Perante tamanha injustiça, sinto buracos no coração. E aqui não há simplicidade que os preencha.


A "infanta" lá de casa...

Não. Agora é mesmo para valer!
Sou forte. Se há quem consiga, porque não eu também?

Sim, é hoje.
Final do dia. Tudo feito como deve ser. Certinho, certinho.
Pensei em tirar notas…não vale a pena. Eu vou sentir o peso da minha decisão neste corpinho que vou educar!

Boca fechada para o proibido. Mesmo que os olhos estejam abertos e os restantes sentidos de joelhos a implorar…
Não. Sou forte.

Tudo certinho.
Líquidos drenados. Exercício feito e em esforço, à séria mesmo!

E depois…depois vem o chocolatinho à noite. Aquele que tinha prometido não comprar e que depois de comprar tinha prometido não abrir. E depois…

Hoje, no preciso momento em que escrevo este texto, prometo mais uma vez o mesmo.
Tudo certinho até agora.

O final do dia vai trazer outra vez exercício à séria.

Não vou comprar chocolatinhos. Eles já existem na despensa lá de casa e esperam-me de braços abertos!


Esta imagem foi escolhida por uma razão...a pensar em ti quando pensas em mim. Sim, tu!!!

O cavalinho que se zanga comigo...

Engraçado como em tempos era uma luta a hora de deitar, sempre abraços e beijos que duravam e que nasciam uns seguidos de outros. Histórias e mais histórias…o livro tinha 365!

Engraçado como depois veio o tempo em que, simplesmente, não precisavas de usar o teu mimo sobre nós, para saberes que a hora para descansar, era aquela.

Isso foi ontem, há uns dias, talvez semanas, não sei. Mas já tenho saudades desse tempo…
Agora, mais crescida, fizeste os teus horários, e não mais foi preciso inventar ladainhas, os beijos são curtos e os abraços…ai os abraços…se ao menos compreendesses que a minha melhor joia são os teus braços pendurados no meu pescoço…

Zangas-te comigo quando digo que tenho saudades tuas, mesmo quando estamos lado a lado.
E sabes porquê?
Porque o teu lado é, algumas vezes, o avesso do meu lado e antes éramos um só lado, porque eras pequenina demais para reconheceres que afinal existiam outros lados…

Mas sabes, no meio de tanta turbulência, ainda tenho a lucidez suficiente para entender que é assim mesmo.
Que o tempo que nos divide, que as idades que nos distanciam, não nos separam realmente, são dois lados, mas que no fim se encontram.

Crescer é assim, simples e tão complicado.
Nem sempre consigo absorver tudo o que me contas, tudo o que me ensinas.
O ritmo é acelerado.

Falas-me ao ouvido sobre as amizades, sobre os rapazes (e se eles tem razão para ficar sem palavras diante de ti), sobre a escola, sobre as tuas bandas favoritas, sobre os medos e as alegrias, sobre tudo e sobre nada.
Eu, eu só te consigo ouvir com o coração.

Lembro-te da calma necessária aos teus dias.
Tal como um rio que tem o seu remanso e se apressado causa desastres!
Tal como a serenidade que tenho, e que tantas vezes me falta, em controlar o meu medo de precisares de mim e eu não te chegar.

Zangas-te comigo, sim, algumas vezes. Não digo todos os dias porque isso ficaria mal dizê-lo aqui…e olha, já disse!
A culpa não existe.. Existe apenas a minha exigência para contigo, a minha exigência em seres a melhor versão de nós.
Vais sê-lo. Já o és em alguns contornos da tua emancipação que já se sente.

Não te quero falar de sonhos, quero mostrá-los, quero ensinar-te os caminhos para os alcançares e sim, o tropeço faz parte.

Sabes, aquele carrossel? Pois então és o cavalinho que esteve preso e que agora, livre, usa a bagagem que aprendeu e aprende, da melhor maneira que sabe e pode.
carrossel, a sua casa, estará sempre lá e ele será sempre livre para retornar as vezes que quiser.
Mas lembra-te, meu amor, esse cavalinho, ainda que livre, ainda é um cavalinho que precisa de crescer e aprender muito. É um cavalinho que só agora começou a sua corrida. 

Sabes que tenho os olhos pincelados de saudade quando te olho em criança? Até quando te olho hoje?
Sabes que dói aqui no peito saber-te com as dores da vida?
Sabes que gosto de ti sem que existam palavras capazes de te mostrar o quanto?
Sabes que sou grata todos os dias por te ter?
Sabes que, faças o que fizeres, nada arranca de mim o que sinto por ti?

Zangas-te comigo sim.
E eu, pequenina diante deste amor que me dás a sentir, fico dormente com os teus gestos, com as tuas palavras tortas que são meras provas que vives a adolescência da forma como todos devemos viver, intensamente, a única forma que vale realmente a pena.

Zangas-te comigo.

Por vezes soa a ingratidão, mas entre gritos e respostas tortas, estamos nós, a mãe e a filha, e o amor que nos une, GRANDE!


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

澳門 OU MUN


Há um cantinho do mundo que me enche o coração, por saudade, por recordações, por nostalgia.
Hoje venho falar-vos sobre o outro lado do mundo, onde fui muito feliz.

A vida, ou melhor, o amor, levou-me a Macau, onde passei um ano da minha existência.
Podia dizer tanto sobre esta experiência…mas isso seria quase uma dissertação.

Acabadinha de dar o nó e de viagem marcada para daí a 15 dias, tudo parecia somente planos…planos que levaram dois anos a projetar, tempo demais, mas que agora, por tão intensos que foram, parecem simples.
Para muitos parecia um capricho meu, para outros o impossível…e depois aqueles de quem me valeu o seu apoio.

Mas a verdade é que tive a coragem de largar tudo aquilo a que estava habituada e sair da minha zona de conforto.
Fui.
Fui para o desconhecido para apoiar o marido que já conhecia aquela terra há sete anos. Aquela terra que era a casa dele.
Família, amigos, casa, uma vida deixada em standby, num país que era meu…foram deixados para trás com a certeza porém, que um dia voltaria, um ano…uma viagem de 14 horas, em tristeza pelo que deixava e em medo pelo desconhecido que me esperava.
Fui.
Fui sem pensar muito que colocava a minha vida apenas nele. Amor é confiança, certo?

Não posso dizer que foi fácil e ainda assim, em muito, foi o melhor ano!
Cresci, aprendi e enchi o coração de pessoas que ainda hoje adoraria rever, sei que sim.
Trouxe uma gigante bagagem emocional que ainda hoje visto.

O Oriente enche-nos a alma pela diferença avassaladora de culturas e cheiros.
O povo comum é simples, e de tão simples que é, ficaram-me na memória.

Sinto uma saudade desesperante das ruas, dos jardins (lindos lindos), dos templos únicos, da comida, dos cheiros, dos dias passados em casa forçados pelos tufões…saudades do trabalho que ali encontrei ( o melhor que já tive), das conversas num dialeto que aos poucos fui conhecendo, dos vícios típicos do povo, dos costumes e da nossa casa…da vida...e são tantas as histórias que vivi na pele.
Como sinto essa saudade…dói até.

Hoje não podia deixar de escrever sobre a terra que me recebeu de braços abertos e me deu possibilidades que eu nunca imaginei viver.
Hoje nessa terra é dia de festa.

Kung Hei Fat Choi que é o mesmo que dizer feliz ano novo chinês.
É dia de encher os ouvidos com os sons desta festa, mesmo que os panchões sejam quase intoleráveis e a mania de renovar a casa inteira seja incompreendida por mim, mas respeito este misto de tradição e superstição que se repete a cada ano.

18 anos passaram. Sim, já passaram 18 anos e esta terra contínua a encher-me o peito.

Um dia voltarei a ela, sei que ainda está de braços abertos.
É gentil no trato, pelo menos assim foi comigo.

Nela não me demorarei como da última vez, mas beberei cada momento de um trago só, de tanta sede que tenho dela!


 






sábado, 14 de fevereiro de 2015

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Quando chegar a tua pessoa...

E quanto a ti, meu amor,
Sim, estarei sempre enamorada por ti, pela pessoa em que te estás a tornar

Virão príncipes fingidos em cavalos brancos, virão promessas requintadas
Virão muitos passeios, abraços e mãos dadas…
Vais crescer. Faz uso da tua maturidade e do que aprendes todos os dias.

E pelo meio das lições da vida, por entre a tempestade do teu coração, chegará a tua pessoa.
E já estou de peito apertadinho, antecipando tudo que vou sentir…ainda assim, prefiro-te feliz!

Por agora ainda tenho o privilégio de passar alguns 14 de fevereiro contigo!
E quando assim não for, que seja por alguém que te goste, no mínimo tanto quanto eu gosto de ti.

Mas fica já sabendo que não há amor maior no mundo que este, o meu por ti.

Vais ter sempre um lugar onde pousar a cabeça e desapartar as palavras que irás prender nos teus segredos.

Um dia, um dia vais entender porque te escrevo estas palavras no dia dos namorados!
Ou talvez já o saibas...


Enamorada por ti

Sobre o dia de hoje…e de todos os amanhãs...
É bom ter-te comigo…

Obrigada por me aturares.
Obrigada por me escolheres como tua companheira de vida, para os bons e maus momentos.

Talvez sejam as nossas imperfeições que nos faz ser tão perfeitos um para o outro.

Tudo o resto digo-o todos os dias, em palavras, em gestos e também em silêncios.
Porque todos os dias podem ser 14 de fevereiro e porque o que importa não tem datas marcadas!
Porque todos os dias estou enamorada por ti!



Chegas-me...tanto!


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O esperto e o sábio

Filha

Quando alguém tentar superar-te através da desvalorização de quem tu amas, lembra-te que essa mesma pessoa nunca terá a coragem de ser verdadeira e para encher o seu coração tenta esvaziar o teu.

Ser-se sábio não é ter esperteza tonta.
A sapiência nasce da inteligência e da humildade em aceitar que nada do que é hoje, será novamente amanhã. Sabedoria é saber ignorar aquilo que em nada nos acrescenta.

Eu sei que tens o discernimento e a delicadeza suficiente para responderes a estes atos com um sorriso nos olhos. E é essa atitude que atingirá o outro, sem que ninguém saia machucado.





Ontem fui a cria

Há dias e semanas de cansaço, por vezes é importante abrandar o ritmo e perceber o que temos de fazer para repor as energias e continuar a avançar...

E ontem foi assim. Tão fácil encontrar a fonte para ir buscar essa energia...

Eram dez da noite, finalmente sofá e mantinha...mais um dia, mais uma rotina, mais tempo para arrumar as ideias do dia e planear as do dia a seguir...e depois...

Depois tirei o som da televisão e escutei de olhos fechados o som das notas que tocavas no piano.
O coração ficou cheio, esqueci o que estava a pensar no momento. Aprumei o ouvido para perceber as palavras que cantarolavas e o quão perfeito me pareceu.

Simples assim.

Tu que viras a minha vida do avesso tantas e tantas vezes, tu que me levas a limites que nem sabia ter, tu que és a força dos meus dias, sempre e sempre...ali, naquele breve momento percebi como me acalmas e revitalizas todos os dias.

Ontem, ali, sem saberes, eu fui a cria e tu, minha filha, a fera que a protege.

Gosto de aceitar, despejada de qualquer humildade que as sementes que te vou deixando, acabam por fazer do teu jardim, um belo jardim, o melhor.
Continuas a encher-me de orgulho e a surpreender-me por tamanha persistência em seguir os teus sonhos.

A paz do mundo começa em nós, a minha paz começa em ti.


E para saciar a vossa curiosidade, a música que me tocou assim foi esta.




segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Metades...

Para quem busca a outra metade para se completar...será uma busca sem fim.

Primeiro devemos dar-nos a nós mesmos por inteiro.
Depois querer na nossa vida apenas o nosso inteiro e o inteiro do outro.
Nunca aceitar apenas partes do coração Ou é por completo ou não vale a pena.

O Amor ( o único verdadeiro) deverá ser uma extensão de dois amores: o eu e o tu!
São estes dois inteiros que fazem o amor doce e nosso!

Metades são coisas quebradas.



quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Sobre a vida das estrelas...

Hoje acordei a pensar (outra vez) sobre o que há para além da vida que conhecemos.

Pergunto-me onde estão todos aqueles que me são queridos e já partiram...
Será que estão a olhar por nós?
Será que regressam a esta vida num outro corpo? 
Será, será tanta coisa...

Olho as estrelas e é exatamente ali que acho que estão...algures no céu, para além
do que nos é possível ver. Tal como quando explicava à minha filha, enquanto pequenina, o significado das estrelas...

Olho o universo, cheia de dúvidas...e também certezas. Ele é grande, mas não o suficiente para que eu deixe de sentir, nessa imensidão, a presença de quem partiu. 

Se sou o que sou, não o devo unicamente a mim, mas principalmente a quem fez e faz dos meus dias uma missão que vale muito a pena!

Não é a dor da perda que define o que sinto nesta falta de alguém, mas sim cada momento que a vida me oferece (e ofereceu) para viver com quem me faz feliz e me preenche como pessoa.

Reconheço em mim cada pedacinho de quem partiu.
Não estão aqui para os poder olhar, mas existirão sempre de uma forma invulgar e única, para que os possa sentir.

Este não é um texto sobre a morte. É sim um texto sobre a vida!
A vida de quem consegue ir e deixar a saudade, ir e deixar o exemplo, ir e deixar pedaços de si em cada um de nós.
É um texto sobre quem parte e ainda assim nos lembra de si e da importância do brilho das estrelas.

O meu céu tem algumas estrelinhas assim, e o vosso?







terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Despedida

A despedida é um momento de tristeza em que os corações se preparam para viver uma saudade...

A vida também me ensinou que uma pessoa não precisa estar sempre ao nosso lado para se tornar única e inesquecível...
Por vezes não é o adeus que dói, são sim as recordações que ficam e que não mais se poderão repetir...é egoísmo meu, eu sei.

Consola-me o coração, pensar que agora os amores do antes estão juntos...

E é na agonia da despedida que sentimos a profundidade do nosso amor!




Passadeira vermelha

Hoje é a inauguração de uma nova rubrica aqui neste estaminé.
Sempre que conseguir arrastar alguém para escrever o que lhe der na real gana, a passadeira vermelha estará estendida...tenho muito gosto.

E a primeira a ter essa coragem é alguém que me é muito especial, por muitos motivos...
Escolheu escrever sobre a força, a força que me quer dar hoje e sempre.
Este texto não é sobre mim, é sobre ela, sobre aquilo que ela é - AMIGA. 

«Cumplicidade
Convidaste-me e eu aceitei com o maior orgulho! O problema foi começar…..
Pois bem….
 Desde que me conheço como gente, as memórias que tenho nossas são maravilhosas (que vividas nessas alturas, umas eram boas outras nem por isso) que recordo com muito carinho.
Recordo com muita saudade as nossas “dormidas” em casa uma da outra, em que valia tudo menos dormir por muito que nos mandassem calar. Lembro-me como se fosse hoje, do nosso jogo de cantorias, onde tu cantavas e muito bem Roupa Nova em voz baixa e de baixo dos lençóis para que ninguém nos ouvisse, lembras-te????
E da pimenta (caramelo) que me meteste no dedo para que eu deixasse de chuchar no dedo??
Bons tempos! Tempos em que éramos crianças, crianças felizes!
Nos tempos de adolescência, sempre que podíamos, lá estávamos nós juntas! E sempre prontas a defender uma à outra com todas as nossas forças!
Hoje, adultas e mães de filhos maravilhosos, vimos os nossos rebentos seguirem as nossas pegadas.
Agora vimos o mundo diferente, o rosa afinal não é assim tão rosa como o pintávamos em criança, as rosas são bonitas mas magoam, ainda assim, estamos sempre ao lado uma da outra.
Já rimos e chorámos! Já ouvimos e fomos ouvintes uma da outra! Já partilhamos alegrias e tristezas!
Mas hoje, sinto que não consigo fazer o que realmente gostaria de fazer…… reduzir essa tristeza que trazes dentro do teu coraçãozinho.
A vida é cruel e prega-nos partidas que leva para longe um pouquinho de nós.
Resta-me ficar do teu lado e segurar na tua mão, para que a possas apertar quando mais precisares».



Esta moça que escreveu assim, sobre a amizade e o amor é linda por dentro e por fora. Sem filtros.
Quem a conhece sabe que é assim.

Ela está aqui!
Obrigada pelas tuas palavras...