sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A ti avó

O dia acordou triste e não podia ser mais triste.

Hoje fiquei pobre de alguns amores.
Pedi tanto à vida nestes últimos dias, pedi tanto que ela nos desse mais momentos de amor...

No nosso último momento juntas, acho que ambas sabíamos que seria talvez o último.
Ia embora e tu, avozinha, puxaste-me a ti, apertaste-me a mão e eu apertei a tua.
Não sei o que foi mais forte: esse aperto ou o aperto que senti no coração...ambas sabíamos e ficamos no silêncio, ele falou por nós.

E como pedi à vida que nos permitisse dizer muito uma à outra...
Irei recordar-te de muitas maneiras, mas há uma que guardo com admiração: a tua serenidade e valentia no final da tua vida entre nós.

Desculpa-me. Desculpa-me por todas as vezes que te faltei!!!

Tentarei ser forte, mas às vezes o choro é o melhor desabafo.

Hoje partiste...e já sinto tanto a tua falta.
Logo hoje que é o dia da SAUDADE!




quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

E o que ela (a maldita) trouxe de novo?

Sabem o som dos pozinhos de perlimpimpim?
Estão dentro dos meus ouvidos...

Afinal esta gripe até tem um bocadinho de fada...de fada má fingida!



terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Sua maldita#2!

Sentir a roupa como se tivessem agulhas.
Sentir o frio como uma dor gigante na pele.

Sentir os olhos pequeninos e com uma vontade enorme de fecharem as persianas.
Cansaço, um grande cansaço!

Estou zangada.
Como vou agora aguentar o peso da casa doente, nas costas?
E não, não estou calma. Estou na ânsia que estes dias passem depressa e que a inquilina indesejada me largue a casa!

Acham que a (subtil) maldita me apanhou?
Continuo na esperança que não!




segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Sua maldita!

Ele curou a gripe a chás e sumos de laranja...e claro, achou que o nariz iria cair a qualquer momento!
A mais nova começou agora, com direito a febre, frio, calor...as quatro estações num só dia.
Pior que ele.

Resto eu...vá lá, sê amiguinha e esquece-te do caminho até mim!
É que tenho vítimas tuas para tratar, sua maldita!



Fora dessas paredes que odeio!

Ali não mora o luxo.
Ali mora a dor, a tristeza, a solidão da falta da presença e a solidão da vida.

Ali, entre o cheiro de desinfectante, remédios e outros, sobrevive-se às horas, aos dias e até às semanas. 

Entro e tento manter-me forte. Pensar que sairei mais leve por preencher a solidão dela.
A valentia não é minha. A valentia é dela...serena, sem muitos lamentos, quase que despercebida...

Apertas-me a mão e eu aperto a tua. Como me vale este momento.

Avó, põe-te boa depressa. Eu sei que o queres, só não sei se o tempo vai deixar.
Espero, espero mesmo muito que sim. Porque ainda tenho muito para te dizer fora dessas paredes que odeio!





quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Do alto dos teus 91 anos

Sabem quando a culpa que sentimos nos persegue os dias?
Pois é extamente assim que me sinto.

Dizem-me que não, e a minha cabeça diz que sim.
Vou lidando com esta culpa não a valorizando muito, fingindo que não ouço a vozinha interior que não me larga os ouvidos. 

Sei que posso fazer mais, melhor e ser certeira no que dou.
Que posso estar mais lá, mesmo que já não me ouçam tão bem ou que as forças lhes faltem para abrir os olhos.
Mesmo que do outro lado nos esperem apenas silêncios. Eu consigo ouvi-los.

Basta estar, basta estar para que a solidão não tenha lugar.
Para mim é uma questão de amor, por isso acho que falhei naquele momento.

Depois respiro a esperança nos dias próximos.
Penso no que tenho ainda para dar e que sim, a vida nos dará essa oportunidade, tem de dar!
Choro. Já disse que sou de lágrima fácil?

Continuo a julgar-me, dia após dia e tenho medo, muito medo das manobras desta minha cabeça e do que pode fazer ao meu coração.
Tenho medo das manobras da vida. É que ela nem sempre é amiga.

Sinto falta da tua presença avó.
Estás velhinha, mas do alto dos teus 91 anos quero que saibas que o meu amor por ti não envelhece.

Quando estivermos juntas vou dar-te o abraço que não dei quando te faltei...e sei que te falto algumas vezes...


A força que falta

Gostava de ter esta força...e tanto que eu mudava...


quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Caixinha de música

Quando temos a sorte de, nas contas do amor, somarmos muitas parcelas, o coração e a cabeça só podem estar em sintonia, em rede, sem quebras na ligação.
Quando damos muito ao amor e aos nossos amores só pode ser assim!

Ontem foi um dia assim, instantâneo demais, mas sentido por inteiro.
Os porquês são muitos, mas há um que servirá todas as respostas: ontem tornei-me 14 vezes mãe!
As dores de parto existirão sempre, porque ser mãe também dói um bocadinho.
Sei que quem me lê entende o que falo...

E quando esta virtude, da qual me orgulho muito, é devidamente recompensada com abraços sem pedir, beijos sem esperar, só posso agradecer ao Céu e desejar que esta ligação jamais se desconecta.

Ontem senti-me como uma caixinha de música, que quando é aberta, nos transporta para um lugar delicado, o lugar da realização e da felicidade.





terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Quando nasci mãe

Quando nasce um filho, nasce uma mãe e um pai.
Há 14 anos, meu amor, há 14 anos que me fazes mãe e que fazes do pai, um pai.
És o nosso maior projeto de vida.
Este é um amor avassalador e ainda assim, para cima de bom! 

Recordo o momento em que pela 1.º vez te puseram no meu colo. A 1.ª vez em que o nosso olhar se encontrou e de onde jamais saí.
Recordo o teu cheiro, o teu mel, o teu calor, o teu sorriso ainda sem dentes, o teu abraço.
Recordo as tuas mãozinhas pequeninas dentro das minhas na primeira vez que te levamos ao cinema a ver o Nemo, onde rimos e choramos.
Recordo que desde sempre o lápis e o papel te acompanham para onde quer que vás.
Recordo o teu prato favorito (brócolos com peixe). Agora já não!
Recordo TUDO como se ainda fosse agora.

Fizeste-te uma mulher, fizemos-te mulher.
Ainda assim, espero que me permitas caminhar ao teu lado e viver as tuas alegrias em dobro, lamber as tuas feridas que também serão sentidas em dobro dentro de mim e ver-te crescer com a felicidade que mereces! Ainda tens muito para aprender. Tu e nós.

Não me lembro o que era e o que fazia antes de ti. Não me lembro como ocupava os sábados e os domingos que agora parecem não existir!
Não me lembro de não te pensar, de não te querer e de não te amar.
Lembro-me apenas de tentar ser melhor todos os dias, por ti.

A ti, meu amorzinho, desejo toda uma vida de alegrias.
Que o coração te guie e te mostre o caminho certo. Sei que assim será pois tens em ti o encanto de bem querer.

Obrigada por fazeres de mim tua mãe e tua amiga.
Sou feliz assim, fazendo-te feliz!!
Porque há amores que não largamos nunca!

Serás SEMPRE o meu bebé! 
Parabéns meu amor!


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Reflexo de amores grandes

Já muitas vezes escrevi sobre as pessoas importantes na minha vida, mas nunca diretamente dos meus avós.
A vida já me deixou muito pobre nestes afetos. 
E sempre que me falam em saudade, é neles que penso...

Hoje ainda tenho a sorte de ter a minha única avó viva nos meus dias, se bem que os meus avós que partiram continuam comigo.

E porque ontem me senti de coração apertadinho por ela, lembrei-me do que outrora escrevi e que transcrevo aqui...
Este é um post dedicado a ela. São 91 anos com muitas histórias e alegrias que parecem já não chegar para a fazer sorrir agora...e é isso que me corrói por dentro, porque o deixar partir nem sempre é fácil, mas o partir triste é muito, mas mesmo muito difícil.

"A vida ensina-nos tanto...e nós, tolos ou anestesiados, uns pelos sonhos, outros pelo sentimento de insatisfação, outros  porque sim, vamos esquecendo o verdadeiro valor da vida...
Cegos, não reconhecemos que todos os dias a vida nos oferece de presente uma imensidão de possibilidades...
Os tempos passam, os dias correm, turbilhão de pensamentos e afazeres...
Tomamos por garantido o presente, mas esse presente já foi futuro e nele nunca reconheci a vida sem algumas pessoas...
Hoje olho o passado que já foi presente e futuro...a saudade cresce, o coração encolhe-se, os olhos procuram...
Eu encontro sempre, afinal algumas pessoas viverão para sempre connosco, nos nossos gestos, nas nossas atitudes e no pensamento...
Assim sou eu, reflexo de amores grandes...
Obrigada avó, obrigada avô(s)!"



Almost...

Hoje...quase em trabalho de parto...e para sempre a vida se altera!



Sobre a importância dos dias

Um dia, quando pararmos
Quando acharmos que temos tempo
Quando o despertador deixar de fazer o seu trabalho
Um dia, aquele dia que desejamos não ter mais que trabalhar, responder a prazos

Um dia que vai parecer longo demais para o nosso tempo
Outro dia que será curto demais para tantas recordações

Um dia em que as nossas forças estarão limitadas para almejar mais da vida
Um dia em que deixarmos de ter o brilho no olhar
Um dia e outro dia, tantos dias que já não queremos

Um dia em que perdemos a fé no mundo e a fé nos homens, de vez
Um dia em que as dores do corpo e da alma serão a nossa companhia
Naquele dia em que julgarmos que nada mais temos a viver

Aí sim, a maior das tristezas nasceu – o desalento e o fim do caminho

Por isto e tanto mais, o hoje é para valer a pena, porque um dia…

Um dia seremos grandes demais e velhos demais para recomeçar a ler contos de fadas...

Não haverá mais a inocência do capuchinho vermelho
O lobo mau já não terá poder para exercer o medo

A Alice deixará de acreditar nas maravilhas do seu país
E até o coelho terá sido extinto

A cinderela já não terá paciência para aturar as irmãs
Nem o príncipe paciência para a procurar

Até a branca de neve dormirá o seu sono profundo, para sempre
E os sete anões terão mais o que fazer

Porque um dia de nada servirão as promessas de finais felizes

Um dia será o tempo de arrependimentos, de não vivermos a paz que a vida nos oferece e que o mundo teima em nos tirar.

Um dia será tarde!

P.S. - Este pode parecer um post triste, mas não é.
 Serve para me lembrar da importância dos dias. Servirá para fazer o mesmo com vocês, ou não...


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Um sorriso livre

Dois anos passaram a correr, sim, parece que foi ontem. Para nós, porque para ela pareceu um sem fim de anos.

Era dezembro, mês dos doces e iria ficar interdita a gomas, coca-colas, pastilhas elásticas, e em compensação, certamente andaria com folhas de alface e outros bocados de comida pendurados nos dentes!

Na verdade a interdição durou pouco mais de uma semana, afinal até era divertido usar aparelho ortodôntico (só o nome!). As cores dos elásticos a combinar com as roupas, com o tempo, com a estação…as gomas voltaram, assim como tudo o resto.
Veio a habituação, as idas à Dra. Carla, que adoramos.

Passou pouco mais de dois anos e hoje, hoje vamos ver o resultado de mais um desafio.
Ela ansiosa pelo depois do antes, e eu com o coração aos pulos de alegria.
Por ela e porque adoro estar dentro do seu sorriso.

Hoje, vamos vê-la ainda mais bonita e única sem se esconder por detrás de ferrinhos e cores.
Hoje, como ontem, teremos um sorriso lindo, verdadeiro e ainda mais livre!
Feliz de todos os ângulos!!!

Ela terá mais uma vitória, mais um desafio vencido! 


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A minha casa

Nada se compara ao regresso a casa.
Poder abraçar o nosso cantinho, tendo à nossa espera abraços verdadeiros.

Quando a tua filha deixa o que está a fazer para te abraçar sem que tenhas pedido, uma, outra vez e outras tantas vezes, só porque sim...
Ou quando o homem te recebe na porta de braços abertos, mesmo que o teu ar seja de cansaço...mesmo que te esperem jantares para fazer, dias para planear, uma mente limpa e clara para absorver as palavras que precisam de ser ouvidas e que te esperam ao final do dia...mesmo quando este regresso é rotina (e ainda bem que o é) e ela nos consome... 

É ali que está a alegria dos meus dias, a paz que almejo sempre, é nestes abraços que está a minha casa.


terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Educar por amor...

Ontem lá fui eu para mais uma reunião de pais.
Regressei a casa com o coração triste.
Alguém que me explique como é possível desejar o melhor para um filho e nunca, NUNCA, os respetivos pais se mostrarem nestas alturas?

Ok, as horas marcadas para estes “encontros” não são as melhores.
Aqui tudo servirá de desculpas quando não se tem vontade…, a hora, o frio…o emprego...
A sala estará sempre vazia. Despida de interesse.

Estas reuniões são para mim reuniões sobre o amor. O amor dos pais para com os filhos. Preocupação em saber como são eles na escola, nas aulas, com os amigos...

E numa sala assim pouco cheia, sente-se no ar o esquecimento...porque se percebe quando um filho está esquecido.

Entristece-me também ver algumas mães e pais a ouvirem falar sobre os seus filhos…sinto aquela dor, quase ouço o coração daqueles pais a minguar…e ainda assim não desistem.

Pensar que é uma fase, que eles (filhos) vão perceber por si que o caminho a trilhar terá de ser outro, esperar a mudança…poderá ser tarde.

Educar um filho não é fácil. é preciso coragem e tempo. Fazer das tripas coração, saber relativizar, contar até 10, até 100, contar até onde a paciência permite.  

Lá em casa luta-se para que todos os dias sejam uma lição, erros são permitidos desde que sirvam para aprender com eles.

Os caminhos a seguir serão escolhas deles, é certo, mas como pais estamos lá para ensinar a forma mais correta de os percorrer e que vencedores são os que nunca desistem.

Indicar que a vida só tem um sentido, aquele que nos faz seguir em frente.
E mostrarmos a nossa disponibilidade para os ouvir e ensinar é a base para tudo o resto.


Há gritos, há castigos, mas também há muita conversa, muitas palavras, muito riso, muita presença e muito amor!
Lá em casa a raiz de tudo é sempre o amor!







Goodnight Kisses

Os anos passam, mas há coisas que nunca se alteram por aqui. 
É o aconchego necessário, sempre, todos os dias, sem intervalos.



segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Vidinha

Sobre ontem, sobre os dias do futuro...
Descobrir o sentido das coisas e o que faz a vida valer...


domingo, 11 de janeiro de 2015

11 de janeiro

Hoje.
18 anos atrás e voltava a repetir tudo, mesmo!
Porque coragem é ir atrás dos nossos sonhos, mesmo quando o mundo grita que é impossível!

Acredito num todo, que é melhor do que a soma das partes. As coisas que te digo, já viste?


Quero continuar este caminho num abraço inteiro, de mãos dadas...deixas?

Eu também!



sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Acreditar no abraço

Por aqui tenta-se ser melhor a cada dia.
Mesmo quando ao final do dia há falta de paciência e impaciência de sobra. E se eu sou a pessoa impaciente!
Inquieta-me a falta de certezas, a ignorância, a teimosia, o falar para o ar, o deixar para amanhã, a falta de respeito...inquieta-me tudo e nada. Há dias que me arranham a alma.

Por aqui tenta-se. Acreditem que sim.
Afinal, não é possível falhar em toda a linha, pois não?
Fazem-se acrobacias, buscam-se forças e no fim, vence-se. 

Por aqui acredita-se que todos os sonhos bons podem ser reais. 
Acredita-se!
Mesmo, que em algum momento no tempo, quase percamos o fio ténue que nos liga uns aos outros.

Só nós podemos curar a dor do mundo. Ele reflete o nosso mundo interior! 
Porque no fundo, é só disto que se trata - o que nos liga uns aos outros!

Abracem o mundo por favor! Ele precisa tanto, tanto do nosso abraço.









quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

CHARLIE HEBDO


Pois é...
Se não fosse ela, eu não teria este blog, não existiriam redes sociais, não existiria informação, pelo menos aquela que nos alimenta os dias, mesmo não sendo sempre alimento saudável...mas é necessária, mantém-nos alerta e obriga-nos a repensar o que realmente é importante nesta vida.

Ontem, em Paris...
Podia ser em outro sítio qualquer. Foi em Paris, mas foi também no mundo inteiro, em cada um de nós...ontem, hoje e sempre Charlie Hebdo é liberdade, democracia...sou eu, és tu...a falta dela nada tem a ver com fé. Tem tudo a ver com a intolerância e a ignorância!!!





terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Mês de afetos

Janeiro é o início de um ano. Uns gostam, outros detestam.
Eu não o detesto, gosto-o bastante.
Janeiro é um mês de partida para outros onze que aí veem.

Os dias tornam-se maiores e apesar de frios, esta altura do ano aquece-me o coração, porque janeiro é um mês de amor no calendário da minha família. Funciona como uma estrela guia que me mostra pontos importantes da minha vida que me servem de porto e me vestem para o resto do ano.

Janeiro trouxe a união dos meus pais, trouxe a minha com o mais que tudo (e ainda dizem que ninguém casa em pleno inverno), e trouxe também o nascimento do meu amor maior.
Neste mês regressei também a casa, depois de um ano longe, há 17 anos atrás.

Podem vir tempestades que nada mudará o que sinto. É um mês de afetos, intenso, como eu.

Não esqueço que também me levou pessoas muito queridas, pessoas que ainda amo…especiais e a quem nunca digo adeus, isso seria morrer por dentro.

Felizmente que outros meses estarão à nossa espera, afinal quando se trata disto do amor, qualquer momento, por mais simples que seja, é especial e verdadeiro.
Isso basta-me. Alimenta-me por dentro e por fora.

Se a vida o permitir, janeiro continuará a estar na caixinha onde guardo tudo o que me é muito querido, a caixinha do coração, a caixinha onde sempre habito.






segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Exprimir com o coração

Consta que o filme Big Hero, construído a pensar nas crianças, anda por aí a fazer cair muita lágrima...

Ontem, em conversa com o filhote de uma das minhas primas, perguntava se também ele tinha chorado ao ver o filme. A minha princesa acrescentou que sabia que ele tinha feito beicinho...

Resposta dele: "Foi só beiço! Os meus olhos engoliram as lágrimas»!
Tem 6 anos.

Aqui está uma capacidade que eu gostava de ter!


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Lembro-me de ser criança

A lembrança mais antiga que tenho de mim é a de ter 3 anos. Foi há 40 anos. Estava doente, naquela altura tinha-se sarampo e a cor vermelha ajudava à recuperação...
Nesta mesma idade perdi o meu avô paterno, e sim, também me recordo disso. Recordo a dor, a tristeza, na memória tenho o momento como uma escuridão enorme.

Lembro-me da menina que era, alegre e inocente. Lembro-me da primária, da professora e dos colegas. Lembro-me da minha lancheira, das aulas de ginástica e do maion verde!
Lembro-me da 1.º vez que fui ao circo e da tempestade que estava nesse dia. Lembro-me das galochas laranja que usava com meias até ao joelho.

Lembro-me do 25 de abril de 1974, das tropas e dos cravos. Antes disso lembro-me da opressão, sim lembro-me disso.

Lembro-me de enfiar na boca uma caixa inteira de chicletes, fazer um balão gigantesco e perguntar onde foi ele rebentar. Nesse mesmo dia, à noite, lembro-me de estar sentada numa cadeira à minha medida com o cabelo cortado à maria-rapaz, a única forma de tirar a pastilha elástica do cabelo. Devia ter uns 7 anos. Lembro-me das lágrimas. 

Lembro-me das noites em que me ensinaram a falar com Deus.

Lembro-me de cuidar das minhas primas mais novas e por isso gostar tanto do livro Anita Mamã!
Lembro-me de saltar à corda, ao elástico, à macaca e desejar muito a bota botilde!!!

Lembro-me onde aprendi a andar de bicicleta, onde aprendi a nadar…lembro-me das férias de verão e de tudo parecer tão longe…lembro-me de dar muito valor ao pouco.

Lembro-me de quando comecei a sentir-me crescida e ainda nada sabia da vida.
Lembro-me das cabeçadas que dei e o que aprendi com elas. Lembro-me das lágrimas.

Lembro-me do 1.º dia de faculdade e do medo que senti no futuro. Da 1.ª vez que vi o mais que tudo, do dia que soube que estava grávida e depois do dia em que fui mãe, este sim, o dia mais importante de toda uma vida!

Lembro-me da 1.ª vez que andei de avião e do dia em que deixei o meu país. Lembro-me do dia do regresso e o que dói a saudade.

Lembro-me das amigas que tive e que foram embora, das que chegaram e que não quiseram ficar, ou talvez eu não as quisesse comigo. 
Lembro-me de querer voltar atrás tantas e tantas vezes, desejar muito do que não valia a pena. Querer retroceder sem saber qual o caminho certo.

Lembro-me de remar contra as marés, perder muito, mas ganhar muito mais. Lembro-me da coragem que tive e que agora não tenho.

Olho a vida que já passou e sei que estou onde sou feliz, mesmo que outrora os meus sonhos fossem maiores.

Lembro-me de como é bom ser criança e feliz, sem se saber que se é realmente.



Sobre as resoluções do ano velho versus ano novo

Na última noite do ano empanturrar-me de batatas fritas, salgados, sumo, brigadeiro, mousses, camarão, champanhe, patês, batatas fritas (já disse?) e tantas outras coisas calóricas e dizer, mais uma vez, que 2015 é que é, dieta à séria, vai ter mesmo que ser que isto da idade tem muita força de gravidade, atendendo que há 1 mês me baldo à grande das aulas de hidro. Cheia de vontade em manter firme esta resolução!

E depois vem o primeiro dia do ano…passar a tarde e parte da noite e enfardar ferreros sem levantar o traseiro para nada, enroscados em mantinhas quentinhas e a ver filmes!

É só isto.