quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Do alto dos teus 91 anos

Sabem quando a culpa que sentimos nos persegue os dias?
Pois é extamente assim que me sinto.

Dizem-me que não, e a minha cabeça diz que sim.
Vou lidando com esta culpa não a valorizando muito, fingindo que não ouço a vozinha interior que não me larga os ouvidos. 

Sei que posso fazer mais, melhor e ser certeira no que dou.
Que posso estar mais lá, mesmo que já não me ouçam tão bem ou que as forças lhes faltem para abrir os olhos.
Mesmo que do outro lado nos esperem apenas silêncios. Eu consigo ouvi-los.

Basta estar, basta estar para que a solidão não tenha lugar.
Para mim é uma questão de amor, por isso acho que falhei naquele momento.

Depois respiro a esperança nos dias próximos.
Penso no que tenho ainda para dar e que sim, a vida nos dará essa oportunidade, tem de dar!
Choro. Já disse que sou de lágrima fácil?

Continuo a julgar-me, dia após dia e tenho medo, muito medo das manobras desta minha cabeça e do que pode fazer ao meu coração.
Tenho medo das manobras da vida. É que ela nem sempre é amiga.

Sinto falta da tua presença avó.
Estás velhinha, mas do alto dos teus 91 anos quero que saibas que o meu amor por ti não envelhece.

Quando estivermos juntas vou dar-te o abraço que não dei quando te faltei...e sei que te falto algumas vezes...


2 comentários:

  1. A vida prega-nos “rasteiras” que já mais podemos evitá-las.
    Não tens de te sentir culpada, nunca faltaste, tinha de acontecer!
    Vais ver que tudo vai correr bem e em breve terás a tua avó, ali sentada, no seu silêncio habitual, mas tu, como sempre, estarás ali com ela, ao lado dela como sempre tens estado a acarinhá-la de forma tão doce!
    Por favor, não te sintas culpada!

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