sábado, 30 de janeiro de 2016

Um ano + Uma estrela

Um ano.
Um ano e parecem mil!

Muitas palavras por dizer.
Muitos abraços por dar.

Desculpa porque te falhei...
Fazes-nos falta.

Gosto tanto, mas tanto de ti...


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O sorriso da minha mãe

Ontem estava combinado encontrar-me com a minha mãe.
O meu pai esperaria por nós mais à frente...
O local não interessa e as razões também não, mas do lugar onde nos olhas, certamente que sabes os porquês.

O que interessa foi o que senti quando vi a minha mãe chegar.
Foi como se um vendaval me apanhasse e me despisse do presente e me levasse ao passado.
Foram segundos, muito breves, mas que entraram por dentro de mim e me apertaram as entranhas até fazerem os meus olhos soltarem uma lágrima, que depois escondi.

A mulher a quem devo a vida, a minha mãezinha, também tua filha, acabara de chegar.
Vinha cansada. As suas pernas pesadas, mas com uma força em si indescritível. Quase que consegui ouvir o seu coração, ou se calhar era o meu... 

Olhou para mim e sorriu.
E foi ali, naquele breve momento, quando também eu lhe sorri, que me lembrei de ti, avozinha.

O mesmo sorriso, verdadeiro, simples só por estar ali por mim, tal como o teu sempre esteve aqui, por nós todos.

E de repente, todas as minhas dores, as do corpo e as da alma, se dissiparam.
Ficaram esquecidas, como que a flutuar num lugar desconhecido.

Por isso minha avó, acho que estou no direito de te pedir um favor, que não o é, na verdade.
És mãe de quatro filhas, mas hoje peço por uma.

Mãezinha, sei que me desculpas o pedido, pode ser egoísmo meu, mas isso não me atormenta, pois hoje é sobre ti que escrevo.

Minha avó, acredito que, onde te encontras, tenhas um lugar privilegiado, pela pessoa que foste aqui e pelo amor que nos deixaste como herança.
Por isso, peço-te que dês uma palavrinha a Deus para que as dores físicas desta mulher Grande, amansem, para lhe ser possível continuar ao nosso lado por muito tempo e ter a força necessária para manter aquele sorriso que me aquece e me acalma.

Eu também peço, mas acho que não vem mal ao mundo se te pedir também a ti.

E sobre a lágrima que ontem escondi...são muitas as que vão caindo, não por ser maricas, mas porque me dói o futuro. Muito.
Tal como me dói o passado que não volta e o presente sem ti...



segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Deixar...

Andar de olhos postos no chão.
Não saber como resolver, como fazer melhor, faltar a força.
Lutar para que o cansaço não me derrube. 
De coração pisado.

Há sofrimentos maiores, claro que há,
Mas agora é este que me dói.



sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Isto tem um nome...

Em cada lágrima tua que nasce
Mil em mim brotam

Em cada sorriso teu que perdes
Mil tristezas me consomem

Para mim os teus olhos são transparentes
Apetece rodear-te com o meu abraço, na esperança que ele possa apagar em ti a angústia
Sei que não, faz parte do crescimento, aprender a virar costas ao que nada te acrescenta

Não fujas de ti
Que nada nem ninguém arranque de ti a tua generosidade, a tua alegria e a tua paz de espírito
Acredita que tentam fazê-lo, de forma discreta ou não

Mas sei que tens a força em ti, a força da tua alma que vê com olhos de amor e por isso se angustia tanto com pedaços alheios e desnecessários ao teu coração

Minha querida, sei o quanto te aperta a tristeza, a mágoa
Mas a vida é assim, vai ensinando quem sempre e quem nunca
É assim com tudo e nas amizades é igual

Abrir o coração encoraja a confiança
Contínua a fazê-lo, mas com quem o mereça, com quem saiba dedicar-se a ti da mesma forma
Ser genuína nos sentimentos é básico para conquistar, o tempo mostrar-te-à se são as escolhas certas ou erradas...

O coração grita-te em segredo, escuta-o
Olha em redor, há tanto para conquistares...

E mesmo que os dias sejam de dor
Distribui sorrisos
A vida é tua, és tu, não são os outros 
Deixa-os falar, é tudo ar que não se renova, gasto e saturado de tanta toxidade

Aprende a diferença entre esperar e perder tempo
Prefere estar contigo mesma do que com uma companhia mascarada
Escolhe o teu coração à opinião dos outros se não te acrescentam
Que impedem que cresçam coisas boas no coração

Não deixes que os outros te arrastem para as frustrações deles
Deixa-os na ignorância gratuita
Gostar é ficar igualmente feliz com a felicidade alheia e não ficar de peito murcho e com palavras azedas e atitudes arrogantes  

Tu tens a armadura que te defende das palavras que essas pessoas cospem
Das pessoas que usam o sorriso para disfarçar a inveja
Que só te derrubam

Não deixes que se torne num problema
Não deixes que o menos bom te derrube, te defina
Ele vem e quando vai deixa-te mais forte!

Vive do lado certo do coração
Quem quiser que te acompanhe, mas nem todos serão dignos de o fazer...
És tu que decides, lembra-te.



quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

11h10, são 15 aninhos

Não me lembro de mim antes de ti.
Não me lembro sequer o que fazia do meu tempo antes de te pensar.

Mas desde que me lembro, desejava-te, imaginava como serias e como seria a minha vida ao ter-te.
Sempre soube que serias menina, a minha companheira.

São 15 anos de ti e parece que sempre te tive em mim.
Enches os dias, as noites e a minha vida.
Não há nada que me preencha como só tu sabes fazer, sem saber.

Um dia perguntaste sobre este meu amor por ti, porque a forma como eu o descrevia te fez questionar sobre o seu tamanho.
Perguntavas como pode, um amor assim, ser tão grande e tão avassalador.
Porque te amava sempre em primeiro, porque te amo ainda acima de tudo.
Eu explicava uma e outra vez, com palavras, com beijinhos, com gestos, e tu, pequenina, sei que ficavas de coração cheio.
Dizias, e ainda dizes, embora menos vezes, o quanto estás feliz.

Quero que saibas meu amor, como te sinto.
É de dentro, sinto-o e quando também sentes o mesmo, é porque o que vai dentro do meu peito transborda, ele está em mim, percorre-me as veias, está nos meus olhos, sobretudo no meu sorriso. 

Agora, não sei se ainda sentes o quanto te amo e o quanto é intenso o que me dás a sentir.
Não há palavra alguma, por mais doce que seja, que explique este amor.
Mas hoje, que estás mais crescida, mais mulher, é possível que já compreendas as razões que levam a tua mãe a estar sempre mais apaixonada por ti.

Cresceste. 
A forma como vês o mundo mudou, mas ainda assim, és a menina mulher, sensível, doce, teimosa e persistente. Toldaste a tua personalidade com as tuas próprias ferramentas e sei que, por mais que te diga, que te alerte, só seguirás o caminho ditado pelo coração, porque a razão só virá depois, mesmo que isso signifique tropeçar e cair.

A tua simplicidade no pensar, no fazer dá-te a confiança no futuro e na forma leve como queres que seja a vida.
Vejo-te sonhar e é tão bom. Nunca pares de o fazer, porque sonhar é esperança.

Namoro-te e vejo em ti alguns dos sonhos que me atrevia a ter, mas em segredo.
O que conquistaste até agora foi com a tua força, e isso meu amor, ninguém te pode tirar.
São as tuas conquistas,

São 15 anos.
Intensos e nem sempre fáceis de compreender, mas isso não faz de ti uma filha difícil ou de mim uma mãe incapaz.

Sabes, tal como tu cresces e moldas a tua personalidade e a alimentas com as tuas qualidades e defeitos, que podem muito bem ser também virtudes, também eu cresço como mãe.
O que muda são as escolhas. Porque enquanto eu te escolho sempre, tu divides-te entre escolhas.
E não vejas isto como uma crítica, não, por favor.
O amor aconchega a diferença.

Transbordo amor por ti, mas sei que há outros amores e todos cabem num coração grande, assim como o teu.

Que sejas sempre feliz, meu amor.
Lembra-te, não procures a felicidade, cria-a tu mesma, como fazes tantas vezes!

Não tens de ser melhor que ninguém, mas sim a melhor versão de ti mesmo.
Não tens de ser aquilo que os outros gostam.
Segue sim aquilo que te faz sentir viva, sem pressas, nem prazos.
Nunca te anules por ninguém.
O teu encanto reside na forma como és, única.  
Amo-te incondicionalmente, extamente como és. 

Compreendes agora este meu amor por ti?
Enrosca-te neste abraço, o mesmo que nasceu apenas para ti, feito em duas medidas: a medida do teu amor enquanto filha e a medida do meu, enquanto tua mãe.

Parabéns meu amor, pelos 15 anos, mas também por tudo aquilo que és!

Ser mulher é uma dádiva e tu és a minha. 

(Aqui estás tu, com 8 semaninhas dentro de mim).

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Hoje, quando acordaste

Só para ti, porque há pessoas e depois existes tu filha.

Esquece o passado. O teu e o dos outros.
Ele é sombra, mas só se deixarmos. 

Esquece o passado, todos temos bagagens...
Ele alimenta-se do nosso medo e provoca-nos com a insegurança.

O medo brada aos nossos ouvidos, não deixes que ele ocupe demasiado espaço no peito.
Não deixes que ele ocupe espaço de todo.

Deixa-o.
Não o alimentes mais. 
Mata-o à fome e à sede.

Ama-te primeiro e faz o teu tempo valer a pena, na companhia de quem não te deixa à deriva.
Escolhe quem te faz feliz.

Todos os futuros são desconhecidos.
E então? Há incertezas deliciosas de tão doces que são!

Traça o teu caminho e muda-o as vezes que julgares necessárias.
A felicidade está com quem não desiste.

Perde-te só por quem está disposto a perder-se por ti.
Não mendigues. Se tiveres que esticar a tua mão que seja para ser beijada.

Não tentes apenas.
Consegue!

Vive o hoje.
Diz, se gostas.
Eu já te disse hoje o quanto te gosto? 

(Li isto tudo nos teus olhos hoje, quando acordaste...)


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Não me julgues pelas rugas

A ti, meu amor, quando me julgas por achares que a minha idade me torna incapaz de te compreender.
Enganas-te. 

Cada ruga do meu rosto equivale a um sorriso, a uma lágrima, a um ensinamento.
Significam anos, é verdade, mas foi nestes quarentas que me fiz o que sou hoje.
Por isso, não me julgues.
Acaricia antes as minhas rugas. Faz elas valerem a pena, afinal, em cada um desses traços na minha pele, está o meu percurso até agora e nele estás tu também.

A nós meu amor, dedico este texto:

Quantos anos tenho?

Tenho a idade em que as coisas se olham com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos começam a se acariciar com os dedos e as ilusões se tornam esperança.
Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma louca labareda, ansiosa para se consumir no fogo de uma paixão desejada. E outras, é um remanso de paz, como o entardecer na praia.

Quantos anos tenho? Não preciso de um número marcar, pois meus desejos alcançados, as lágrimas que pelo caminho derramei ao ver minhas ilusões quebradas…
Valem muito mais do que isso.

O que importa se fizer vinte, quarenta, ou sessenta!
O que importa é a idade que sinto.
Tenho os anos que preciso para viver livre e sem medos.

Para seguir sem temor pelo atalho, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus desejos.
Quantos anos tenho? Isso a quem importa!
Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e sinto.

José Saramago


Pedido único para 2016

E o que pedi para 2016?

Há uma frase que li, não me lembro onde, desconheço o autor, mas hoje dei com ela novamente e reflete, na integra o meu único desejo para 2016.

"Se há silêncio, deixa-o aumentar, algo acontecerá.
Se há tempestade, deixa-a rugir, ela se acalmará..."

O que pedi foi simples: paz. 
E para a ter, devo saber respeitar os silêncios, e alguns podem ser meus, eu sei.
Devo saber esperar que as tormentas acalmem, mesmo que algumas sejam levantadas por mim.

Pedi pouco e ainda assim parece muito. É tanto, sim.
Não aquela paz "deixem-me em paz", mas sim a paz interior, a mais valiosa.

Peço pouco, mas na verdade o que peço tem muito. Tem tudo o que me permite estar em paz...


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

A bengala do meu avô

Amo tudo o que fui contigo, com exceção o que fomos na despedida...
Fazes-me falta meu avô.

Foi longo o período em que continuei a ouvir os teus passos e o som da tua bengala...
A vida mudou tanto nestes nove anos de ausência física tua.
Mas através das mudanças, sei que não podia pedir melhor pessoa para ser o meu avô!

E se me perguntarem como te recordo, é simples: amando serenamente a família que construíste!

O bater da tua bengala no soalho, está para sempre guardado em cada bater do meu coração.

Gosto muito de ti. 



É urgente

O que aprendi nestes últimos dias?
Somos todos demasiado frágeis.
Basta nada, basta tudo e de repente não somos mais nós.

Quero acreditar.
Preciso desalmadamente de sentir que dias melhores estão para vir.


Anestesiada por ti...

De coração apertado, agarrada à barriga tentavas soltar as borboletas que tinhas a voar no estômago...

Sorrias, mas eu que te conheço, assim um bocadinho mais que todos os outros, li em ti toda a agitação que serpenteava nas tuas veias.

Ele ali estava, esperando que preenchesses aquela sala esgotada, com os acordes que aprendeste e com o tom da tua voz, adocicada com o sentimento de felicidade que sentiste por ali estares, por poderes finalmente partilhar connosco a música que toca no teu peito.

Ele, o palco, pronto a receber-te.
Nós, em silêncio, ouvimos, entre lágrimas por nos tocares tão dentro, tão profundamente.

Tenho um orgulho imenso em ti, meu amorzinho, és muito mais que um acorde, que uma canção, mas quando daqui transmites a tua sensibilidade, fico assim, como que anestesiada de amor.


Agradeço a todos que dedicaram um bocadinho do seu tempo para olhar, ouvir e sentir o quão doce é esta pessoa que saiu de mim.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Casas comigo?

Há 19 anos atrás cheguei atrasada ao nosso encontro.

19 anos passaram e chegaria novamente atrasada àquele local, por ti.
Tu sabes, és um dos alicerces desta vida que escolhi fazer contigo do meu lado...



quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Não é um abraço qualquer

Não subestimes o poder de um abraço.
Ele pode muito bem ser a vitamina que alimenta um coração encostado a outro.

Um abraço com vontade e que esmaga.
Um abraço que demora e que é delicioso de olhar.
Um abraço que não precisa de palavras.
Um abraço que devolve o brilho, que aquece e acalenta a alma.

Vi um assim, ontem... nas chegadas de um aeroporto.
Este abraço não foi meu, mas senti-o como tal.

Para vocês, D & D, que me fazem acreditar ainda mais no Amor.



segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

46 anos!

As mãos da minha mãe dadas às mãos do meu pai.
É assim que vos vejo, unidos, cúmplices, um amor que tempo nenhum desgasta. 
Das pessoas boas no mundo, são vocês as melhores de todas.
És tu o meu rei, pai.
És tu a minha rainha, mãe.
É em vocês que repousa a minha paz.

Sei que não seria o que sou hoje, se não fossem vocês os meus guias...
São vocês que nunca me viram as costas, antes carregam-me quando estou cansada.

Ontem, passaram 46 anos. 46 anos de uma união implacável. 
Tudo o que conquistaram foi com a força e muita luta, saído do corpo e até da alma.

Assim eu conseguisse ser metade do que são juntos e que brotasse de mim a virtude de nunca baixar os braços perante as adversidades da vida, tal como vejo em vocês todos os dias.

Nas mãos da minha mãe dadas às mãos do meu pai, cabe a minha.
O vosso colo será sempre o meu lugar favorito para me encontrar quando me sinto perdida...

Obrigada por me conduzirem e fazerem de mim o muito que sou.