segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Desculpa-me...

A tua mãozinha pequenina ainda cabia na minha.
Dizias que verias sempre em mim a tua melhor amiga e que me darias a tua mão para eu a apertar dentro da minha e sairíamos de mãos dadas por aí...
-Não percebo porque as filhas crescem e deixam de querer dar as mãos às mães, dizias.

A tua mãozinha, outrora pequenina, já não cabe na minha, mas ela contínua aberta para a tua, para sairmos por aí, juntas de mãos dadas, como fazem os namorados ou as melhores amigas... 

Saltavas em redor de mim, de sorriso gigante e genuíno, o mesmo que ainda tens.
O teu peito arfava com toda a energia que pulsava dentro de ti.

Hoje, ausculto os teus pensamentos, sempre acelerados.
Cabem em ti tantos sonhos, e ainda bem.
Concretiza-os e faz nascer outros.

Lembra-te sempre que tudo o que conquistas, é por ti, não por nós ou por outros. Só por ti.
O caminho é teu.
És tu que decides o amanhã que queres, e as escolhas que julgas serem as mais acertadas, para continuares a ser feliz.

Posso até ser a bengala de apoio, mas nunca a razão das tuas decisões. 

A tua mãozinha, outrora pequenina, já não cabe na minha, é certo.
Mas ela está aqui. São duas e estão presas a dois braços, os braços dos teus primeiros abraços.

Não quero que te sintas encolhida dentro delas, porque tu és muito mais do que aquilo que deixas as minhas mãos alcançarem ou os meus braços abarcarem.

Desculpa-me, se este meu amor por ti, sufoca, em algumas partes, a tua liberdade.
Desculpa-me os gritos, as críticas e as exigências.
Desculpa-me se, em alguma parte do meu caminho como mãe, te magoou com o azedume da vida.

Quero-te doce e feliz.
Desculpa-me por tanto amor...mas é o meu melhor presente.



sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Bater o couro??

Sabes que estás velha quando o corpo te lembra todos os dias cada ossinho que te sustenta, ou quando a tua filha te pergunta, a meio de uma conversa (muito interessante, por acaso) se sabes o que significa "bater o couro"... como? desculpa?

Serei assim tão cota aos olhos dela, que pense que aqui a mãe, fresquinha e a quem algumas (espetaculares) pessoas não a colocam sequer nos entas (quando já passaste efetivamente em mais três algarismos)?

Serei, assim, de uma geração jurássica, que não conheça alguns conceitos menos suaves?

Bom, na verdade os anos pesam.
O que antes uma sexta-feira significava  isto


Num momento que não distingo quando ou onde, passou a significar outra coisa


Em breve vai juntar-se mais um algarismo à conta.
Espero que as forças não me falhem, porque algumas noites valem a pena serem curtidas!

(Esta última frase foi só para fingir que me aguento à bronca nas noitadas que ela tenciona fazer,e fará).
Afinal a mãe está fresquinha, com os seus 30 anos!

E sim, sei perfeitamente o significado de "bater o couro"...
Aguenta-te Bem Que Me Quer!

Adenda ao ultimo post!

Ainda sobre o texto de ontem e para quem pergunta:

Não, naquela foto não são eles...ainda que parecidos!


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Saudade...

Se pudesse secava esse sentimento que carregas no peito 
Esta é mais uma, de entre tantas outras dores, que não posso arrancar de ti

Mas, se te dissesse que esse aperto de que te queixas, é igualmente meu e a dobrar, acreditarias?
Consolar-te-ia ao menos?

Esse sentimento vai habitar sempre dentro de ti e sabes porquê?
Porque o amor, na sua plenitude, desarma-nos completamente
Lamentar a ausência mesmo antes da partida...
E ainda assim, amamos por tudo aquilo que o outro nos dá a sentir

Mas não contes os dias...vive-os...
Não te agarres apenas aos momentos, agarra-te à vida e aos momentos que a fazem valer a pena

Lembra-te que as dores da vida fazem-nos pessoas mais fortes, ainda que senti-las nos faça pensar que somos frágeis e pequeninos
Sentimos-nos perdidos

A saudade que carregas pode pesar, mas ela é sinal de paixão
E meu amorzinho, acredito que é mútuo, mas isso tu sabes e se não sabes
O D dir-te-à do modo que ele sabe (certo?)

Se eu pudesse...
Se eu pudesse serias a menina mais feliz de sempre!

(D és um sortudo por este amor!)


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Tão triste...sem perdão

Como se perde a chama do amor?
Como se perde a linha que nos une uns aos outros enquanto humanidade?
Como se deixa de acreditar nos colos da vida?

Só falo de amor, sim e então?
Vejo a televisão, não há amor só guerra
Ouço a rádio, desligo-me do que lá dizem, não quero ouvir
Leio os jornais e desvio o olhar, recuso-me a alimentar mais as notícias que fazem dinheiro à custa do sofrimento do outro

Depressa perdemos tudo, não somos nada
Sobrevive-se à dor de ver partir abrutamente alguém
Esse alguém que estava no sítio errado, à hora errada, se é que há lugares certos e horas perfeitas nesta passagem...
Quem fica, quem lhe foi permitido ficar,
Chora a perda. No coração a cicatriz para sempre
Não há palavras, nem anestesias que possam alguma vez adormecer o que se sente numa guerra

Diz-se por aí que para esquecer é necessário deixar correr o coração, na esperança dele se cansar...
Pois eu acho que nunca mais se esquece
É demasiado doloroso para ser possível sarar a ferida, nesta vida pelo menos.

Que raio de mundo é este que iremos deixar como legado aos nossos filhos?
Estou triste, tão, mas tão triste...sem conseguir perdoar.




sábado, 14 de novembro de 2015

domingo, 8 de novembro de 2015

Não sei

Havia sempre um bolo, velas para tu soprares.
Havia sempre corações felizes por Deus nos dar aquele privilégio, o deixar-te ficar para ficares connosco.

Sabíamos que te enchia o coração aquele momento, embora ele (o coração) estivesse vazio, vazio com a vida, com os dias, culpa das dores, da doença. 

Sopravas as velas, ouvias as palmas e sei que, em silêncio, pedias para partir.
Pediste tanto que Deus resolveu ceder.

Doía-me muito adivinhar o teu pensamento ali, seria egoísmo meu até, querer-te aqui comigo, sempre, mesmo que a ti não me dedicasse o suficiente. Era egoísmo!

Hoje, não há bolo, nem velas para apagares. Não há palmas.
O peso no peito contínua, não me perdoo, não consigo, não sei.

Onde quer que estejas, perdoa-me minha avó. Perdoa-me por não entender o teu silêncio.
Hoje é o teu dia de anos e tenho tantas saudades tuas...


   

terça-feira, 3 de novembro de 2015

O mesmo sonho, todos os dias

Um coração sem sonhos é como um pássaro sem penas...e o peso que muitas vezes sentimos nas costas, pode muito bem ser as nossas asas paradas...sonhar é perder o chão no bom sentido...

Eu tive um sonho há muito, muito tempo...e quando se tornou real, quando decidi correr o risco de o viver, passeio-o a sonhar novamente, todos os dias para que nunca desistisse dele...sonhar alimenta-me a fé e ninguém pode sonhar por mim..

Desiste-se facilmente do que é fácil.
O difícil é o que nos faz mover, ir atrás, sôfregos pela concretização de sonhos.