terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Três, Dois, Um!!!!!

Fechar os olhos
Respirar fundo
Cruzar os dedos
Desejar os sonhos
Ter coragem
Arriscar mais
Aprender sempre
Transformar
Embalar os sentimentos bons

É tempo de acreditar, ensinou-me o ano velhinho.


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Noc Noc, sou o 2015!

Está aí, quase, quase a nascer.
Se estou preparada para mais voltinhas ao sol?
Quero acreditar que sim, até porque 2014 pareceu-me interminável e demasiado agitado. Culpa minha. Eu e esta mania de querer chegar a todos e buscar o que me faz falta.

Pensamos sempre em limpar a cabeça e aspirar desejos, delineamos um plano para o novo ano e achamos que vamos segui-lo à risca…é quase o esvaziar gavetas e voltar a enche-las só com coisas novas.
E no entanto…

Continuo sem aprender a crescer através unicamente de mim…continuo a não conseguir aceitar tanta e tanta coisa nesta vida…continuo a depender muito dos meus amores para seguir em frente.
Continuo a não aceitar nada pela metade, os quases não cabem em nenhum patamar do meu peito.

Olho para trás e julgo que poderia fazer bem melhor. Ser mais feliz, importar-me menos e viver mais.
2014 nem sempre tocou a música que o meu coração quis ouvir, mas é assim mesmo que os dias acontecem e é lá, no meu coração, que o GPS da minha vida o reconhece como o lugar mais bonito de mim.

Chegou o momento das 12 passas e de pedir os 12 desejos.
Não gosto especialmente delas e os meus desejos limitam-se quase sempre a dois ou três e são desses desejos que nascem outros. Sem tê-los como ponto de partida nada valerá realmente a pena.

Quero continuar a descobrir-me e a renovar-me a cada batalha ganha.
Quero continuar a perseguir os sonhos, a sentir a esperança, porque a menina que outrora fui ainda cá está...quero que a vida me permita ver sempre o essencial e que me recorde como são curativos os abraços.

Manter comigo as minhas pessoas e outras, que o novo ano me dará a conhecer. Não quero a solidão, a dos outros e a minha.

Quero aprender a desacelerar e a valorizar as coisas simples, desde a gargalhada da minha filha, uma fatia de bolo de chocolate, o pequeno almoço em família e sem pressas, o caminho para o trabalho…o sono descansado, o nascer do sol e o por do sol também…colher o que a vida nos oferece. Apreciar a leveza da vida. Fazer pausas, olhar o céu e agradecer.

Não quero perder o encanto pela vida, até porque é bela o suficiente para me preencher.
Quero esforçar-me por ser uma pessoa melhor, mais paciente, menos exigente, mais alegre, mais feliz, sobretudo mais feliz!
E conseguir dar pedacinhos de mim a quem deles precisa.
Ter sempre presente de onde vim e para onde quero ir.


(São 365 dias. Em algum desses dias hei de conseguir concretizar alguns dos meus votos.)





quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Dia de Natal

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.
É dia de pensar nos outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?)
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente acotovela, se multiplica em gestos esfuziante,
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
E como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra – louvado seja o Senhor! – o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.
Cada menino abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora já está desperta.
De manhãzinha
salta da cama,
corre à cozinha em pijama.

Ah!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.


António Gedeão


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

*Pai Natal*

Desconheço os teus propósitos neste Natal relativamente à minha pessoa.
Nem sei se esta carta te chegará às mãos ou aos teus olhinhos sorridentes...continuas anafadinho e fofinho, os anos passam, mas não por ti...adoro as tuas barbas e até parece que está na moda...estilo lenhador, parece. Não, não é graxa, é elogio...

Fazes a alegria das crianças, adaptas-te aos dias, aos anos, à vida...não sei o que dás de comer aos duendes, mas eles acompanham-te a cada ano, sempre com aquela energia que me deixa exausta só de ver...as renas continuam satisfeitas por trabalhar uma noite por ano, deves pagar-lhes bem!

A magia é tanta que há quem olhe o céu para te ver chegar.
Esperam-te crianças, as bolachas e o leitinho...carregas sonhos e esperanças, és solidário.

Não sei se se me julgas merecedora de algum presente e é claro que desejo alguns, quem não deseja?
A hora é agora, por favor não te atrases.

E quanto ao meu presente, peço-te uma caixa bonita. Ao primeiro olhar pode parecer vazia, mas se olhar bem gostaria que trouxesse tanto...a paz necessária ao mundo, o amor urgente para cada um de nós, a gratidão esquecida, os sorrisos fáceis, a simplicidade da vida, dias felizes.

Meu bom velhinho, como vês não peço muito, achas que posso acreditar que existes realmente?

Assinado: A criança que há em mim.







segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

PAZ

Sobre a beleza dos dias e a paz que quero viver sempre...ontem foi assim...


quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Presente

Quando me deixas ler o teu coração, sinto a tua leveza
Quando me deixas ler os teus medos, sinto a tua bravura
Quando me deixas curar as tuas feridas, sinto a tua dor como minha
Quando me deixas acalmar a tua ventania, sinto-me a brisa
Quando me deixas abraçar-te, sinto a tua doçura
Quando me deixas amar-te, sinto a tua generosidade
Quando me deixas ensinar-te, sinto-me a aprendiz

E quando és o reflexo da grande pessoa que em ti vive
Saber-te com asas e ainda assim procurares o ninho...

Poder olhar-te assim é o melhor presente dos meus dias!
Obrigada amorzinho!





terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O coração sabe nada...

Temos dias em que tudo parece desmoronar.
Depois chegam outros que nos apaziguam e é nesses dias que vamos beber na fonte da coragem. Nos tempos em que nos apetece ficar quietos. Nos tempos em que quase desistimos. Nos tempos em que nos perguntamos os porquês do que jamais tem resposta, nestes tempos somos frágeis, sentimos a solidão estando acompanhados, desejamos acordar deste sono profundo que nos destrói e consome por dentro.
Buscamos o sentido das coisas, o motor, a alavanca que nos erga novamente. Uma e outra vez…

Atravessar certos caminhos é duro e tão longo. Fazemos cara feia e embaralhamo-nos nos sentimentos. Olhamos o percurso a fazer, temos medo e quase sufocamos, quase enlouquecemos.
Sabemos o possível e ainda assim parece-nos impossível. É-nos exigido a força que nem sabíamos ter. Damos a força que temos e a que não temos, achamos que não e depois que sim, que afinal é possível.

Os tempos exigem demais de nós, testam os nossos limites até à exaustão. Ou somos nós que fazemos estes tempos e nos tornamos assim, insatisfeitos e indisponíveis para o que realmente é verdadeiro e valioso?
Somos o que somos. Vivemos os dias sem sentir, sem respirar o sentido da vida.

E eu, eu que sou tão coração, que sou tão afetos, ando triste. Talvez seja o Natal. Talvez sejam os dias cinzentos. Talvez seja o mundo. Ou talvez seja apenas eu que estou errada por achar que estou certa…

Nos tempos em que se fazem amigos virtuais, esquecemos outros que de tão perto que estão, se tornam apenas conhecidos.
Nos tempos em que se usam stickers em conversas e se poupam as palavras, nos tempos em que as demonstrações de afetos são escassos. Nos tempos em que se pensa pouco com o coração e esquecemos que o amor é plural…
Nos tempos assim, as armas somos nós e por isso a guerra está perdida. Não há vencedores, só lamentos tardios que nada podem.

Mas como sou teimosa, por aqui tenta-se, sempre, ontem, hoje e nos amanhãs que estão por chegar.
Só assim consigo não me perder de mim. Só assim sei entrar no coração e aí descansar por alguns momentos. Procurar a paz que preciso ter e que o mundo me tira. 


sábado, 13 de dezembro de 2014

Grata

Quando sentimos o calor e o conforto
Quando nos sentimos compreendidos nos nossos medos
Quando obtemos sempre a resposta às nossas preces
Quando nos esperam abraços abertos
Quando temos colo
Quando temos alimento
Quando nos ensinam o correto
Quando nos purificam o coração
Quando temos saúde
Quando conhecemos a felicidade
Quando temos afetos
Quando nos secam as lágrimas
Quando nos curam a dor
Quando presos ao coração, nos sentimos livres
Quando temos família e amigos
Quando nos rodeiam pessoas grandes
Quando muito mais, tanto e tanto 

E porque o coração tem memória…


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Sobre este silêncio no estaminé

Preciso…

Saber-te bem
Entrar-te no coração, mesmo que os dias me deem em troca um geniozinho complicado

Ensinar-te os ensinamentos que a vida me deu
Teimar mesmo que pareça impossível o caminho

Amar os amores meus, na sua imperfeição perfeita
Viver a mulher real que sou e não a mulher perfeita

Deixar a lágrima respirar
Deixar a esperança brotar

Aprender a não cobrar do mundo adulto
Aproveitar a vida como uma criança

Sentir-te crescer, sentir-te feliz
Almejar mais

Descobrir sempre o porquê
Procurar a razão para não desistir

Apreciar a riqueza da vida
Cobrar só o que nos alimenta a alma

Não quero pernas bambas
Não quero coração fora do lugar

Quero saber-te bem

Porque querer bem só pode fazer bem
E só assim faz sentido...


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Hoje...

E hoje, enquanto esperávamos no consultório do pediatra do meu bem me quer fui lendo algumas das frases que por ali se escreveram e que estavam à vista de todos, em letra desenhada, nas paredes.
Acalmou a minha ansiedade e fez-me pensar o quanto é bom ser MÃE!

Achei que ficaria estranho sacar do bloco e do lápis e transcreve-las...mas fixei duas:

«Não devemos ensinar a criança, precisamos maravilha-la».

«Fico com o coração. O cérebro não faz ninguém feliz. E a felicidade é o melhor do mundo».

Quanto ao meu passarinho, estou orgulhosa e tudo está bem.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Coração do avesso

Esta semana, começou com uma angústia dentro deste corpo que é frágil, mesmo que não pareça.

Frágil porque nem sempre consigo ser sorriso e sorriso deve ser espontâneo.
Afinal se é para ser intensa, como quero, devo sê-lo por inteiro, certo?

O meu passarinho abre as asas e eu encantada com isso vou-lhe dando espaço, mas também as coordenadas para nunca se esquecer onde está o seu ninho.

E nesta liberdade preciosa e necessária acontecem medos e angústias.
Aquelas que me fazem conversar com Deus e agradecer as oportunidades dos dias.
Aquelas que me fazem ansiar pelo dia de amanhã e aí beber o descanso da agitação dos dias passados e voltar a colocar o coração no lugar.

Amanhã talvez escolha outra música, mas hoje permitem-me ficar neste embalo, ler-me a mim mesma enquanto tento gerir esta impaciência.

Preciso disciplinar os meus sentimentos de mãe no calor dos abraços e cheirar o meu bebé crescido, com toda a delicadeza, o meu bem que te quero que é também um bem que me quer muitíssimo!

Até lá, a resiliência permite-me administrar estas emoções, que talvez sejam uma mera banalidade para outros. Para mim são necessárias ao tempero da vida, apesar de requererem alguma coragem.







segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

E quando ficamos sem chão?

O telefone tocou, no visor piscava a palavra escola.

Ela não estava bem, por breves minutos ausentou-se do que a rodeava. 
Sempre esforçada, este meu tesouro de coração acelerado e ansioso precisou de um breve tempo para recuperar de uma aula de ginástica. 

Fiquei sem chão. Só me restava voar.
Voei baixinho porque as minhas forças estavam todas concentradas nela, mas suficientemente rápido (bem dito sr. taxista) para a receber nos meus braços quando o ti-no-ni chegou ao hospital. 

Já me ensinaram tanto nesta vida. E ainda assim não consigo entender a razão que atravessa o medo.
Ainda não consigo entender porque demoro a descomprimir este sentimento que me tira o chão.
Mas nesta escola que é a vida, aprendi porque serei sempre a menina pequenina da minha mãe...

A ti amorzinho que me dás este amor grande que me inquieta e aquieta o coração.
A ti de quem preciso muito para ser eu.

Os meus braços já não são suficientemente grandes para te proteger deste mundo enorme, mas são suficientemente fortes para te erguer e guiar no caminho que irás escolher.

Há amores que não têm tradução, este é o meu amor por ti e que todos os dias se agiganta!







O outro lado do desporto

Se há coisa que gosto muito, é ter tempo para praticar um desporto.

Tirando a fase da gravidez (ginástica de preparação para o parto conta?), sempre tentei manter na agenda tempo para a prática de um desporto qualquer, porque é bom para a saúde, mas também porque faz maravilhas ao espírito.

Uma simples caminhada, às vezes basta. Sim, porque correr está acima dos meus limites. A cabeça parece que vai explodir, o sangue acorre à 1.º camada da pele e ali fico, que nem um tomate maduro e os bafos de fora.
Desde ginásio até à natação, fixei-me há algum tempo na hidroginástica. As cruzes agradecem e até o cansaço mental desaparece e aquele banhinho quente no final é do melhor.

Mas depois há o outro lado que dispensava ou se calhar não….
As senhoras de uma certa idade e o exagero no à-vontade…umas vezes sorrio, um rir envergonhado, outras fico a pensar que a vida deveria ter controlo remoto.

Num destes dias foi assim: eu concentrada em mim, depois do esforço árduo, mas saboroso que foi a aula de 2.ª feira, e ao fundo do balneário, a cavaqueira do costume entre as senhoras que já não cabem nos sessentas…admiro a força de vontade delas e pergunto-me se também a terei na altura em que cabo nos setentas.

Uma dizia que tinha comprado aquele soutien e que era o soutien sensação, confortável e que lhe apanhava as banhas dos lados (não perguntem). Eu não me contive, esta minha curiosidade dá cabo de mim.
Olhei e ia tendo um ataque. Que era aquilo? Parecia uma manta de retalhos, daquelas em tons de outono, mas gostos não se discutem, certo? Se a senhora gosta e se sente apoiada, aquele pedaço de tecido é certamente o seu melhor amigo no momento.

Conversa para aqui, conversa para ali, a sauna típica dos balneários começa a fazer-se sentir, e a conversa começa igualmente a aquecer…risinhos, olhares cúmplices e eu a assistir ao filme já a medo com o que poderia vir dali. E veio mesmo!

Alguém lança o SOS para puxar a cuequinha para cima. What??? I’m not listening… I’m not listening…esquece, já ouviste!
A outra, solícita na resposta ao SOS, lá lhe aconchega a cuequita (daquelas que são tamanho S e o corpinho que veste precisa de um XXL) e pergunta: Atão, como fazes lá em casa?
Resposta na hora: O mê home ajuda, mas já lhe disse que antes não era assim…maldito sr. viagra que não rende, mesmo assim, ele basta-me!

E pronto, é isto.
Amar é bonito, saber envelhecer também, mas o tempo também deveria trazer sabedoria suficiente para aprender o poder do silêncio.
Ser-se um bocadinho menos desbocada.

Nesse final de dia aprendi que a vida não tem, de todo, controlo remoto e que a idade sequestra sonhos, mas só se deixarmos.
Saber ser feliz em cada momento sem embolar sentimentos e colorir os dias como conseguimos.


E o mais importante, saber deixar pegadas de amor no coração das pessoas.





quarta-feira, 26 de novembro de 2014

E que fizeste tu ontem Bem Que Me quer?

06h30 o relógio acordou-me daquele sono bom e confortável e ao som disto.

Havia pequenos-almoços para fazer, mochilas para verificar...recomendações de mãe e de mulher.
Começar o dia com beijos e abracinhos mais intensos, afinal o objetivo era viver não apenas mais um dia, mas ter o mimo digno de quem festeja mais um ano.

Mais tarde estaríamos todos juntos outra vez, num almoço simples, mas tão bom.

Poder saborear a manhã lentamente, tomar um banho demorado, receber os mimos de todos os que fizeram questão de mostrar que ainda vou sendo importante.
Organizar mentalmente o plano para o dia...tudo sem pressas, sem horários.

Aceitar que não há cremes milagrosos ou maquilhagens inovadoras que cumpram a suas promessas. Esta é a pele que tenho e as rugas são a pessoa que sou hoje e acredito que ainda tenham o seu encanto.

São alguns os anos, é verdade, mas e então?
Ontem vivi fora do tempo e aprendi que a idade apura os sentimentos e ensina-nos a ignorar os pobres de espírito.
Aprendi que acontecimentos que nos pareceram importantes, são agora meros acontecimentos, fixados na nossa memória ou então perdidos para sempre, que isto da idade tem os seus benefícios.

O que somos não se altera. A fonte da juventude está em nós e em saber colher os frutos que a idade nos oferece.

O melhor de tudo: o jantar preparado pela mãe, comer as farófias doces, apagar as velas.
O melhor de tudo: estar com quem dependo no amor e na paz.

O melhor de tudo: deitar a cabeça na almofada e perceber que lá me espera um bilhetinho de quem ainda me chama mamã (às vezes), de quem vê em mim um exemplo.

O melhor de tudo: 43 feitos e continuar a pensar que nunca tive outra idade senão a do coração.









segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sobre a mudança necessária

Tantas vezes andamos ao sabor dos dias, à velocidade da vontade do vento, andamos, andamos simplesmente e não saímos do mesmo lugar…

Tantas vezes tentamos arranjar o motivo que nos faça avançar, procuramos mais dentro de nós, nos outros, na vida.

Tantas vezes mergulhamos nos abismos e julgamos nunca mais emergir deles.
E no entanto, o fôlego chega-nos sempre, vai chegando…afinal há sempre alguém que de nós precisa. Felizmente, há sempre alguém.
É desconcertante como tão grandes tristezas cabem no nosso peito. Acho que se morre muito.

Depois, ai depois… ainda bem que há os day after em que a esperança é a nossa bóia de salvamento.
Dias em que a fé é superior aos medos.
Dias em que a nossa bola de oxigénio está carregadinha de energia.

Todos nós temos aquele instante mágico e é lá que temos de nos manter, tentar pelo menos.
O mundo nem sempre interfere no equilíbrio frágil das nossas vidas. É o corpo que traz a música que é preciso para seguir em frente.

Há um provérbio mexicano que diz: por mais que nos tentem enterrar, esquecem-se que somos semente (crescemos), e é tão verdade!

Há dias que levamos connosco até ao fim. Acontecimentos que marcam, pessoas impossíveis de esquecer, pedacinhos só nossos.

Há dias em que desejamos que o tempo pare, de tão bons que são, e não digam que destes dias temos pouco, porque não acredito!

Há dias em que temos de ser o rochedo que resiste a todas as tempestades, em que temos de lutar teimosamente contra as nossas inseguranças.

E todos os dias esperar o inesperado, dar à vida a coragem e a ousadia que é necessária. Dar uma hipótese à mudança, que grita para se fazer notar e que tanto ansiamos, ou duas se for preciso.
Não esquecer de alimentar as relações, caso contrário, nada retorna. E de que servirão os dias se não houver retorno?

Há dias estimulantes e revigorantes, são esses que nos transmitem a vitamina suficiente para olhar de frente os ventos que não sopram de feição.
Há dias assim, e são tão bons.

Porque a vida é demasiado ambulatória para se ficar quieta.
Porque as coisas mudam na lentidão rápida do tempo.




sábado, 22 de novembro de 2014

Gritar!

Não construir silêncios.

Gritar faz bem, de vez em quando, ou talvez, sempre...se bem que na maior parte das vezes eu grite em silêncio...porque em certas alturas temos que aprender a ficar calados.


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A ti

A vida ensina-nos quem sim, quem não e quem nunca...


Diziam por aí que era impossível, mas o possível é demasiado fácil, não me arrebata o suficiente.
Assim escolhi o que todos julgaram como impossível, porque no segundo em que se ama tem que se acreditar que é para sempre, o take my breath away é o que vale a pena respirar.

Perdi-me, achei-me, baralhei-me e ainda assim, quis o destino que nos encontrasse-mos uma vez, outra vez e tantas outras vezes.

Pedi ao tempo o pedal do acelerador. Pedi ao tempo mais uma canção, embora todas me lembrassem de ti.
No google a distância mede a separação entre dois pontos. Para nós a distância era um mero detalhe. Um detalhe que fazia de nós diferentes de todos.

Escolhemos o caminho mais difícil, tão difícil que não servimos de inspiração aos amigos, ninguém teve a coragem.
Não havia facebook, whatsApp, não havia twitters nem instagram, os telemóveis eram um luxo de outros.
Mas havia CTT e telefones fixos. Se nos bastava? Não, mas teve que bastar.

Duas vezes quatro estações, em espera, e ainda assim, aqui estamos nós.

Há dias bons, outros menos bons. Não nos vejo como almas gémeas. Somos duas pessoas que juntaram as melhores partes de si para assim ficarem completas. 


Que venha muito tempo contigo. Juntos somos a equipa certa, afinal conseguimos dar ao mundo alguém que tem o melhor de nós. 

Por ser meu, é teu.
Por ser teu, é de nós.

A ti que conheces o meu avesso.

A ti que conheces por dentro o meu coração.
A ti que escutas os meus sentidos.
A ti que me deste a conhecer o outro lado do mundo e o verdadeiro sentido disto:




Obrigada!   



quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Sobre a adolescência

Houve um tempo em que a íamos buscar ao colégio e ela ansiosa pelo nosso abraço, pelo nosso colo.
No bolso do bibe, às risquinhas vermelhas e brancas, trazia as pedrinhas que juntava durante o dia no pátio, as folhas secas e até flores que recolhia e guardava religiosamente junto ao seu coração. Dizia que era o seu presente para nós.
(Se ao final do dia também forem contemplados com pedrinhas, deixo um conselho: guardem-nas num frasquinho para mais tarde recordarem o quão precioso é este amor.)

Houve um tempo em que o final do dia significava o descanso da ansiedade dela em estarmos ali.
Acredito que ainda seja um bocadinho assim, tenho de acreditar.

Houve um tempo em que ela nos dava a sua mãozinha pequenina e ainda assim enorme.
Deixava bilhetinhos debaixo da nossa almofada, com desenhos, pedidos ou um simples gosto muito de ti. Mais tarde arriscou um amo-te.

Todos os dias fazia questão de provar o seu amor por nós.

Hoje é uma adolescente.
Tudo é diferente e no fundo tudo se mantém.

O amor é o mesmo, ou maior se é que é possível.
Mas dentro deste amor cabem outros sentimentos. Novas emoções que estão numa desarrumação, as flutuações de humor…ui!

Eu sei que a adolescência precisa de muitas oportunidades para aprender os seus próprios erros. O afastamento é natural e necessário para testarem a sua independência. Mas às vezes é tão difícil, doloroso até. É muita adrenalina e excesso de confiança.
E eu que nem sempre estou à altura.

Há dias em que mais parece que vivo numa competição de berros e não me consigo fazer ouvir.
De repente parece que os nossos filhos ficam surdos, selecionam apenas algumas palavras que dizemos, normalmente as que lhes convém mais.
Dizer trezentas mil vezes as mesmas palavras … e depois repetir tudo outra vez, não se pode dizer que é uma emoção.
De um lado o contestar constantemente, do outro, aprender a dar liberdade, aprender a relativizar a dose de rebeldia e esperar o desafio seguinte. Aprender sobre a tolerância.

Há dias completamente impossíveis de gerir. Mesmo!

Apesar de tudo, é uma filha para cima de espetacular, humilde o suficiente para pedir desculpa e adulta para entender o meu pânico.

Acredito que a profundidade das raízes deste amor está lá, mesmo que esta idade seja marcada pela revolta. Tenho de acreditar.

Ela sabe que é o nosso bem mais precioso, a nossa âncora na vida, quero acreditar que somos a dela também.

E meu amorzinho, se um dia leres o que aqui escrevo, naquele bocadinho de tempo que te desligas das tuas preferências virtuais e te ligas um bocadinho a nós, quero que saibas que não diminuímos de tamanho, continuamos enormes para ti.



quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Mãe coragem

Há circunstâncias na vida em que a dignidade humana exige grandes sacrifícios. Exige escolhas, mesmo que o mundo julgue que é uma batalha perdida.

Esta é uma história com um final feliz, e mesmo que não fosse, a coragem desta mãe é gigantesca.
Mas não será assim com todas?

A bravura de uma mãe nasce quando um filho nasce e vive para sempre, é grande, imensa.
Pode até ser insana, e talvez o seja mesmo em alguns momentos.

A coragem de uma mãe move montanhas.
Ela é maior que o medo.

http://observador.pt/2014/11/18/a-incrivel-saga-da-mae-holandesa-que-foi-sozinha-resgatar-a-filha-ao-estado-islamico/


terça-feira, 18 de novembro de 2014

"Insanidade mediática"

Este vídeo entrou lá em casa ontem à noite, pelas mãos do pai.
Ela viu e ouviu. Identificou-se? Claro que não!!!

Há dias em que nem sempre é fácil mostrar que o importante na vida são os afetos e que tudo o resto é cenário!
Mas eu insisto, todos os dias, trezentas mil vezes, sem desistir, com os nervos em franja!



O dom do esquecimento

Sábado tivemos um jantar de amigos, daqueles em que é impossível ficar cinco minutos sem rir.
Boa comida, bom vinho, conversas parvas, gargalhadas…

Giro como as meninas, ambas adolescentes, conseguem interagir com as parvoíces que vamos dizendo e rimos, rimos muito, todos. Tanto que até se adormecem os maxilares!!!

E depois as horas passam, demasiado rápido. Ou então são os 40 que fazem com que tudo passe depressa demais.

Gostava de poder segurar o tempo em tantos momentos, principalmente nestes, em que somos felizes. Ou então dilata-lo!

E depois vem o dia seguinte e lembramo-nos do tempo, aquele que funciona como lembrete – estás a envelhecer pá!

Noutro tempo: estamos fresquinhos, poucas horas de sono e aí estamos nós prontos para outra.
A realidade presente: dói-me tudo!

E os 40 tem também o dom do esquecimento. Voltamos  a repetir a façanha assim que nos desafiam. 
Saborear os frutos do dia sem ter o gosto deles na memória.

Nascer todas as manhãs.
E é tão bom! 


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sobre o amor maior

Ser mãe é muita coisa e ao mesmo tempo simplesmente ser...estar lá.

Ser mãe é ser grande na humildade, aceitar tudo sem exigir nada.

Ser mãe é dar a paz que muitas vezes não tem.

Ser mãe não é ter, é apenas ser mais, por ser menos.

Ser mãe é embalo, é doce sem açúcar.

Ser mãe é colo, sem peso nem medida.

Ser mãe é o combustível que nos capacita a fazer o impossível.

Ser mãe é acordar todos os dias com medos e ainda assim encher-se de coragem para os afastar.

Ser mãe é sentir o amor maior!

Ser mãe é viver entre dois corações, da forma mais simples que existe: amando.



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Do amor que damos, só o amor herdamos

O tempo aqui não é importante (até porque não se pergunta a uma senhora a sua idade).
Mas é nesse mesmo tempo que me sinto uma pessoa com muita sorte!
Não vou dizer que foi a vida que me proporcionou o que tenho hoje. A construção de nós próprios começa em casa, enquanto vivemos naquele ninho entre mãe e pai. A eles estarei eternamente grata.

Sim, sou uma pessoa com sorte!!! E é sobre este ninho que escrevo hoje.

É difícil encontrar as palavras certas, sente-se cá dentro, é só nosso, preenche-nos, completa-nos, dia após dia.
Este ninho é o meu colo, desde que me lembro que existo, Nele já chorei, já ri, já o rejeitei para me armar em corajosa e dona do meu nariz, mas a ele sempre retornei e continuo a retornar.

Neste ninho não ouço as palavras que quero ouvir, mas as que preciso ouvir, e quero tê-lo ali para sempre!

E como todos os ninhos, também este é meu o porto de abrigo.
Pode acontecer tudo e nada, mas sei que é lá que me esperam, por esse tudo e por esse nada, sempre.

Neste ninho em que me lamberam as feridas (e foram algumas), neste ninho em me ensinaram a ser a pessoa que sou hoje, sei que em algum momento(s) vos desiludi, porque nesta perfeição do vosso ninho, sou imperfeita.

Neste ninho tornei-me mulher, compassadamente. Aprendi (e ainda aprendo) a jornada da vida, na mão trago o mapa que me ensinaram a desenhar.

E de cada vez que me afasto, o meu mundo fica mais pequenino, porque privada deste amor, fico como que mutilada, privada de um dos meus sentidos.

Sou assim, porque de todo o amor que tenho, sinto dependência!

Deste ninho quero embalo a vida toda, ainda sou a vossa menina, esqueçam as rugas, as vossas e as minhas.
Já disse que sou uma pessoa com sorte?



Papilas gustativas VIP

Numa destas noites, depois das mil e uma tarefas que uma mulher tem, quando todos estamos refastelados no sofá, doce sofá, eis que me lembro do que estava guardado no frigorífico.
Nada mais, nada menos que um fatia daquele bolo que só de olhar, a nossa balança bate palminhas!
Pensei logo que para mim era fruto proibido, afinal o dia anterior tinha sido alimentado com uma outra fatia igual...só para mim!

Tentei manter-me sentada, tentei, acreditem!
Não resisti. Fui buscar o dito e ofereci à mais nova lá de casa. Não torceu o nariz, felizmente para mim, mas foi logo acrescentando que a canela por cima não simpatizava com as suas papilas gustativas!

O pai, zeloso que só ele, apressou-se a oferecer a sua ajuda.
 - Como? Sopras?- pergunta ela.

Eu, como mãe, também zelosa e já a medo, apresentei a outra solução:
- Lambes!

(E não, esta imagem não serve verdadeiramente a solução encontrada).



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A minha estreia

Hoje escrevi aqui.

A minha estreia!

Acerca de mim

Impossível fazer nascer este cantinho sem agradecer devidamente a vocês.
Não é preciso falar em nomes, vocês sabem muito bem que são.

Mas há uma que me é tão, tão especial, que me faz atravessar, em minutos, o pico do mau feitio e logo a seguir saborear a calma que só ela me consegue oferecer ... um autêntico tsunami!

Que bom amorzinho ... a ti devo esta imagem,
Mas agora não te excedas na cobrança dos créditos!!!


Insistir!

99 % do sucesso baseia-se simplesmente no ato de insistir, insistir, insistir e insistir ... não quero um reflexo ou uma extensão de mim, mas sim descobrir a riqueza particular de um filho. O desafio está a ser alucinante ... já disse que é preciso insistir? Ai adolescência ... como eu a adoro!



Bem vindo ao mundo...

Olá, sou mais um blog, mais um no meio de tantos outros.
Se vou trazer alguma coisa de novo, só o tempo dirá. Os leitores, que espero ver crescer, dirão de sua justiça.

Nasci de um desejo, talvez até necessidade que a minha mãe, a autora deste estaminé tem em escrever.
Ela tenciona escrever muito. Palavras boas, outras menos boas. Ser um ponto de encontro para discussões tontas e sérias também. 

Um dia quem sabe, poderá nascer mais qualquer coisa. Para já sou ainda um bebé...por isso, mimem-me muito! Bem vindos ao meu mundo!!!