segunda-feira, 27 de junho de 2016

Menina dos olhos tristes

Menina dos olhos tristes

Os teus olhos não brilham mais
E não digas que não te incomoda essa escuridão

Não te aquietes no espaço e no tempo
A vida, a tua vida, merece coragem, aquela que tens e que te esqueces de bradar 

Grita, grita sempre, pois a tua voz ouve-se
Grita, mesmo que os gritos se tornem pesados aos ouvidos de quem te ouve

Menina dos olhos tristes
Não esqueças que o teu brilho alimenta e sem essa luz, outros mundos ficam na escuridão...

Por onde anda o brilho dos teus olhos?
Jamais deixes que te tirem a sequência e a motivação da vida

Ai menina de olhos sem brilho...
Não engulas a vida, saborei-a como ela merece
Sem deixar que te devorem por dentro, por inteiro

Há muito que suportas o que já não aguentas...

Menina coragem
Agora que paraste de alimentar o que já não te interessa
Não continues de olhos tristes, não te deixes ficar
Inquieta-te com o que não queres

Recupera o brilho do qual tenho muita saudade
Não aceites o fácil e promete a ti mesmo que vais ser feliz
Cumpre!

(Para uma amiga de olhos tristes)





quarta-feira, 1 de junho de 2016

A criança que sou no teu embalo

Sou menina pequenina sempre.

Tenho os mesmos medos, choro, faço birra, mas sou muitas vezes feliz da mesma forma que uma criança sabe ser, perante a simplicidade, a inocência, a gratidão e todo o amor que tenho.

Ainda preciso do penso para me enganar que a ferida vai passar rápido, mais ainda se nela depositarem os beijinhos altamente cicatrizantes.

E é assim contigo também, meu amor.
Eu sei que não gostas que te considere como menina pequenina que sempre serás para os nossos corações, mas sabes que há uma certa tentação (minha especialmente) de te tratar como a minha bebé.

Chamar-te para o meu colo através apenas do gesto.
Embalar-te.
Saber ler nos teus olhos o que te vai no peito.
Ansiar em dobro os teus anseios.
Compreender os teus dias menos bons.
Dominar a minha vontade de estar sempre ao teu lado.
E sobretudo aceitar que estás a crescer.

Sei que esta minha forma de te amar pode ser, quase sempre, sufocante, o que te tira a doçura do olhar e te amarga as palavras.

Vês? Também sou pequenina. Também preciso do miminho como um bebé, do embalo do colo.
Por isso não me leves muito a sério...hoje, para ti, para nós feliz Dia da Criança!

...daqui até à lua e mais além!