Havia sempre um bolo, velas para tu soprares.
Havia sempre corações felizes por Deus nos dar aquele privilégio, o deixar-te ficar para ficares connosco.
Sabíamos que te enchia o coração aquele momento, embora ele (o coração) estivesse vazio, vazio com a vida, com os dias, culpa das dores, da doença.
Sopravas as velas, ouvias as palmas e sei que, em silêncio, pedias para partir.
Pediste tanto que Deus resolveu ceder.
Doía-me muito adivinhar o teu pensamento ali, seria egoísmo meu até, querer-te aqui comigo, sempre, mesmo que a ti não me dedicasse o suficiente. Era egoísmo!
Hoje, não há bolo, nem velas para apagares. Não há palmas.
O peso no peito contínua, não me perdoo, não consigo, não sei.
Onde quer que estejas, perdoa-me minha avó. Perdoa-me por não entender o teu silêncio.
Hoje é o teu dia de anos e tenho tantas saudades tuas...
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