quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

11h10, são 15 aninhos

Não me lembro de mim antes de ti.
Não me lembro sequer o que fazia do meu tempo antes de te pensar.

Mas desde que me lembro, desejava-te, imaginava como serias e como seria a minha vida ao ter-te.
Sempre soube que serias menina, a minha companheira.

São 15 anos de ti e parece que sempre te tive em mim.
Enches os dias, as noites e a minha vida.
Não há nada que me preencha como só tu sabes fazer, sem saber.

Um dia perguntaste sobre este meu amor por ti, porque a forma como eu o descrevia te fez questionar sobre o seu tamanho.
Perguntavas como pode, um amor assim, ser tão grande e tão avassalador.
Porque te amava sempre em primeiro, porque te amo ainda acima de tudo.
Eu explicava uma e outra vez, com palavras, com beijinhos, com gestos, e tu, pequenina, sei que ficavas de coração cheio.
Dizias, e ainda dizes, embora menos vezes, o quanto estás feliz.

Quero que saibas meu amor, como te sinto.
É de dentro, sinto-o e quando também sentes o mesmo, é porque o que vai dentro do meu peito transborda, ele está em mim, percorre-me as veias, está nos meus olhos, sobretudo no meu sorriso. 

Agora, não sei se ainda sentes o quanto te amo e o quanto é intenso o que me dás a sentir.
Não há palavra alguma, por mais doce que seja, que explique este amor.
Mas hoje, que estás mais crescida, mais mulher, é possível que já compreendas as razões que levam a tua mãe a estar sempre mais apaixonada por ti.

Cresceste. 
A forma como vês o mundo mudou, mas ainda assim, és a menina mulher, sensível, doce, teimosa e persistente. Toldaste a tua personalidade com as tuas próprias ferramentas e sei que, por mais que te diga, que te alerte, só seguirás o caminho ditado pelo coração, porque a razão só virá depois, mesmo que isso signifique tropeçar e cair.

A tua simplicidade no pensar, no fazer dá-te a confiança no futuro e na forma leve como queres que seja a vida.
Vejo-te sonhar e é tão bom. Nunca pares de o fazer, porque sonhar é esperança.

Namoro-te e vejo em ti alguns dos sonhos que me atrevia a ter, mas em segredo.
O que conquistaste até agora foi com a tua força, e isso meu amor, ninguém te pode tirar.
São as tuas conquistas,

São 15 anos.
Intensos e nem sempre fáceis de compreender, mas isso não faz de ti uma filha difícil ou de mim uma mãe incapaz.

Sabes, tal como tu cresces e moldas a tua personalidade e a alimentas com as tuas qualidades e defeitos, que podem muito bem ser também virtudes, também eu cresço como mãe.
O que muda são as escolhas. Porque enquanto eu te escolho sempre, tu divides-te entre escolhas.
E não vejas isto como uma crítica, não, por favor.
O amor aconchega a diferença.

Transbordo amor por ti, mas sei que há outros amores e todos cabem num coração grande, assim como o teu.

Que sejas sempre feliz, meu amor.
Lembra-te, não procures a felicidade, cria-a tu mesma, como fazes tantas vezes!

Não tens de ser melhor que ninguém, mas sim a melhor versão de ti mesmo.
Não tens de ser aquilo que os outros gostam.
Segue sim aquilo que te faz sentir viva, sem pressas, nem prazos.
Nunca te anules por ninguém.
O teu encanto reside na forma como és, única.  
Amo-te incondicionalmente, extamente como és. 

Compreendes agora este meu amor por ti?
Enrosca-te neste abraço, o mesmo que nasceu apenas para ti, feito em duas medidas: a medida do teu amor enquanto filha e a medida do meu, enquanto tua mãe.

Parabéns meu amor, pelos 15 anos, mas também por tudo aquilo que és!

Ser mulher é uma dádiva e tu és a minha. 

(Aqui estás tu, com 8 semaninhas dentro de mim).

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