terça-feira, 19 de maio de 2015

Do passado

Dele guardo infinitas recordações.
De lá trouxe a bagagem que uso hoje.

Meti, muitas vezes, os pés pelas mãos.
Emaranhei-me por caminhos que, agora sei, poderiam ter sido evitados.
Fui a menina teimosa, esbarrei em muros, uns derrubei, outros não.

Do passado, trouxe comigo as pessoas que me fazem bem, que guardo comigo, que estimo, que respeito e que amo. Pessoas que comemoraram, de alguma forma, a minha companhia e eu a delas.

Hoje, aqui neste presente, sem saber muito bem porquê, dou por mim a pensar se faria alguma coisa diferente.
E dou por mim a achar que não.

O passado fez-me o que sou hoje. Posso não ser lá grande carta neste baralho. Há dias que não me gosto e há dias que, vá, até me suporto!
Ele, o passado, fez de mim a filha que sou, a mulher, a esposa e, sobretudo, a mãe!
Fez de mim uma pessoa um bocadinho forte, mas não o suficiente para deixar de ser frágil. 

Vocês não entendem, mas ser eu, ser assim, pequena perante o futuro, faz-me chorar, faz-me ter medo, corta-me o coração. É-me difícil pensar que, o agora, é passado amanhã.  

Se aprendi alguma coisa com o passado? 
Aprendi a ouvir o coração. O meu e o daqueles que me fazem companhia lá dentro.
E, por vezes, o que ouço não me sossega, não me descansa e traz-me saudades do tempo em que era realmente pequenina e nada parecia impossível. Nos lábios a alegria e nos olhos a esperança.




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