terça-feira, 26 de maio de 2015

Não cabe nas palavras

O que tudo  move, o que me move é sempre o mesmo: o amor.

O amor pela vida, o amor pelos outros, o amor pelas coisas simples, o amor por mim, por ti.

O amor é suposto ser fácil, mas nem sempre o é.
E quando se desaperta de nós, foge-nos o chão, foge-nos o brilho dos dias. A noite fica ainda mais escura, as estrelas escondem-se em constelações, os monstros que vivem sorrateiramente em nós, aparecem e massacram-nos a cabeça, o coração, os braços, as pernas...ficamos com nós nos estômago. Sentimos a arder por dentro o fogo que julgamos não conseguir apagar nunca mais. Conhecemos a tristeza. Outra vez.

Nesta viagem que é o amor, juramos que sim, que não, choramos, rimos.
Deixamos que ele nos leve em mar calmo e depois acontece o vento, o mar revolto.

Esquecemos-nos de nós, de que às vezes é preciso parar, respirar, desapartarmos-nos de tudo e de todos.
Pesar bem os dois pesos da balança. Pensar. Pensar.

O amor é suposto ser fácil, ser paz e não barulho.
Coração descansado e não entupido pelo que dói.
Teima em ser feliz. É sorriso. É beijo, é abraço, é ajuda, é partilha.

O amor ergue-se sempre, com tal força, sobre tudo o que dói.
Rasga-se e remenda-se.
Demora-se. Não desiste.
É este o amor na sua totalidade, aquele que cai e se levanta todas as vezes que tropeça nas rasteiras da vida.

É este o amor pelo qual luto todos os dias.

É este o meu amor. O único que me importa.
Não cabe nas palavras.




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