Dói-me os dias
Dói-me a vida, o mundo
Dói-me tudo, tanto que já não me sinto da dor
Dói-me a desvalorização do amor que se dá
O carinho perdido
Dói-me os dias azedos
O ricochete que fazem nos dias próximos
Dói-me o doce rejeitado
A relutância em ser-se feliz simples
A felicidade provisória
Dói-me o medo do amanhã
Dói-me o abraço sem vontade, sem jeito
Dói-me a obrigação do estar
Dói-me se não sou o meu lugar favorito, ou o teu
Dói-me quando há tempestade em mim
Dói-me quando o sol demora a entrar
Dói-me o que não posso modificar
Dói-me a escuridão
Mas principalmente
Dói-me saber que um dia a luz se pode apagar dentro de mim
E aí, vai doer o dobro
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