Acorda! Nasce mais um dia. Agradece!
- Doí-me.
- O quê?
-Tu.
- Mas o que fiz agora? Eu que estou sempre aqui. Eu que bato
por ti, sempre… e que, mesmo partido, te assisto, que nunca me canso, mesmo que
machucado…
- Doí-me, porque tomei consciência de que me esqueci que é
por mim que bates…
- Descansa a culpa, eu renovo a cada sorriso teu, a cada
gargalhada…sempre que estás em paz.
- Mas estás cansado, eu sinto.
- Não. Estou inquieto, apenas. Pesa-me o teu medo, a
ausência de ti. Tenho saudades. Onde te escondeste?
- Estou aqui, só mais calada.
- As dúvidas da razão não podem calar a crença que tens em
mim. Peço-te…
- Perdoa-me o meu subterfúgio…ando esquecida de mim…
- Perdoou. Afinal não perdoou sempre? Mas desta vez existe
uma condição.
- …
- Apaixona-te todos os dias por ti como eu, que vivo
encantado por ti, encanta-te também, como antes…e mesmo perante as
fragilidades, tuas e minhas, resiste sem perder a doçura…
(Diálogo com o coração)
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