quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

17 anos feliz?

Filha, tenho muitas vezes o coração mirrado pelas tuas palavras menos doces e pelos teus gestos menos presentes...mas consola-me saber que, em poucos minutos (às vezes horas) voltas a ser a minha menina e tens a humildade em assumir a tua amargura comigo...

Pergunto-me onde andas, mesmo quando estás ao meu lado, porque não te reconheço naquele instante...sabes o quanto é difícil para mim? Se calhar sabes, como eu sei o quanto te é difícil ouvir as minhas sentenças.

Posso não ser sempre assertiva, mas acredita que os meus ensinamentos são sempre baseados em certezas, nunca te transmito uma mensagem sobre a qual eu tenha dúvidas.

Não existe uma doutrina das mães, porque não há mães iguais, nem filhos idênticos.
Por isso, tal como todas, também a tua mãe, dentro de todo o amor que sente por ti, se ajusta a ti, ao teu crescimento e se endireita todas as vezes que quebra.

Têm sido assim estes tempos e não sei se algum dia o coração se irá consertar por te ver prescindir do teu aniversário, completamente organizado, por mim. Ainda assim, admirei no teu dia de anos, a tua alegria de, ainda que sem festejos, sem os teus amigos ao lado, festejares os teus 17 anos ali, ao meu lado, numa cama de hospital. 

Não sei se no fundo me perdoas, se entendes verdadeiramente os obstáculos da vida...
Mas deixo-te mais um ensinamento, posso? 

Deus dá-nos obstáculos para testar a força da nossa fé.

Amo-te meu amorzinho, daqui até à Lua e mais além.
Parabéns a ti, parabéns pela tua humildade.
Que os 18 compensem esta minha culpabilidade.  


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