Mas antes dela poder ser vista, algo me fazia senti-la...uma centelha despertava-me, mantinha-me alerta.
Fazia de conta...uma e outra vez. Até que chegou.
Foi um mergulho profundo, daqueles que ninguém nos ensina a técnica de como guardar em nós todo o oxigénio até voltarmos à superfície.
Foi difícil, muito doído. Ainda é, mas ficamos todos mais fortes, mais capacitados a enfrentar as fragilidades de cada um.
A vida mostrou-me o tanto que se consegue suportar, mesmo quando sentimos as feridas (as nossas e as dos outros) rasgarem a pele, penetrarem fundo na carne e ali ficarem, queimando e alastrando vagarosamente para que a tortura seja ainda maior. Dói o corpo, dói a alma.
Mas neste caminho crescemos, as transformações foram necessárias e as várias lutas travadas também. Nele ninguém ficou só, mesmo que em alguns momentos se sentisse desacompanhado e desprotegido. Eu senti.
Sei que estas tempestades nos despertam e não se esquecem, por serem estrondosas, deixam marcas para sempre, mas também arrumam a nossa cabeça e coração e, tal como na natureza, voltamos a florir e a crescer.
Renascer, aprender sobre a tranquilidade, amadurecer e aceitar.
Este caminho ainda não chegou ao fim, mas já existem sorrisos nas margens do percurso e isso deixa-me a transbordar de orgulho, de ti, meu amor! É a bonança.
O que estás a construir é só mérito e força interior que emana de ti.
E eu, eu ainda estou a aprender a ser a mãe que precisas, sei agora que isso não passa pela dependência, tua e minha, mas sim pela liberdade de ambas e pelo respeito na diferença.
E mesmo entre tempestades, este bem querer que sinto por ti, cresce e vai curando as feridas, as minhas e espero que as tuas também.
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