Separações dão-se, algumas sem razão aparente e depois, porque assim estava escrito, tudo nos conduz para aquela pessoa novamente.
É assim no amor e é assim na amizade.
Foi assim com a minha amiga D.
Lembro-me muito bem das circunstâncias em que nos conhecemos, onde estávamos e no turbilhão de sentimentos que nos invadia individualmente.
A D falou-me baixinho por cima do meu ombro esquerdo. Recordo-me das palavras que disse...
Não me perguntem como é possível ainda me lembrar disto, mas a verdade é que lembro, mesmo passados 24 anos!
Durante quatro anos esta amiga foi a minha bengala em momentos tristes, embalava-me tanto...e em nenhum momento me abandonou para os meus medos e inseguranças. Compactuávamos em tudo, e quando digo tudo, era mesmo assim. Lambia-mos as lágrimas uma da outra. As que caiam pela tristeza e as que caiam pela alegria.
Hoje, pergunto-me se estive à altura para servir também de bengala a ela...não sei, mas a verdade é que nos perdemos uma da outra entre os tumultos da vida.
Lamentei-me por esta perda. Durante todo tempo fez-me muita falta o seu abraço e o seu sorriso.
E agora...o reencontro deu-se, num ápice, tal como no dia em que nos conhecemos, de forma inesperada.
Tanto para conversarmos, tanto para nos mimarmos...vou contar-te um segredo...vou chorar quando te der o abraço que está atrasado 16 anos!
A amizade não é sobre quem veio antes ou quem veio depois, mas sim sobre quem veio e nunca foi embora do nosso coração, como tu.
Por todas as risadas, por todos os segredos, por todas os abraços, por todas as lágrimas e por todos os momentos que vivemos e que vamos repetir, tinha de te falar de tudo isto.
Estou à tua espera.
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