quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Engolir o mundo

Tu, que tens em ti a confusão e a força da tempestade
Tu, que tens em ti a maresia e a calma da maré baixa
Tu, que trazes felicidade, sorrisos e ainda assim, lágrimas e mágoa
Tu, que és bebé de mimo e velho sem paciência

Tu! É contigo que falo!
Não engulas o mundo.

Tens em ti toda a dor, revolta, injustiça, raiva e guerra.
Esqueces-te tantas vezes de alimentar o "lobo bom".
Esqueces-te o quanto este é poderoso.
Esqueces-te, ou então escolhes o caminho mais fácil, o lado escuro.
Sente-se no teu olhar.
Tu não vês.

E engoles o mundo outra vez.
Tens em ti todo o amor por quem te cerca.
Tens em ti a felicidade e a responsabilidade do exemplo.
Tens em ti tanto de bom. 
Tens em ti todas as virtudes.   

E engoles o mundo outra vez.
Transformas-te na outra pessoa que és, dura nas palavras, brusca nos gestos.
Engoles o mundo, cegas com a revolta, não ouves a música que toca nos corações.

Tu, que engoles os dois lados do mundo, pensa na montanha russa que é estar atenta aos sinais.
Ora ofereces uma viagem segura, ora ofereces uma viagem sem cinto de segurança, sem chão, sem céu, sem paz.

Não engulas o mundo.
Não cedas.
Respira-o, vive-o, sente-o e apazigua-o como sabes fazer. 




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